Mais de 300 artistas, jornalistas, executivos, produtores - de Beyoncé e Taylor Swift a U2 - quem escolheu os novos melhores de todos os tempos
Trechos de Jason Fine, editor da Rolling Stone EUA Publicado em 22/09/2020, às 14h40
A Rolling Stone divulgou nesta terça, 22, uma nova lista dos 500 Melhores Álbuns de Todos os Tempos. O novo ranking, como explicou Jason Fine, editor da revista nos EUA, “não tinha como objetivo atualizar a lista, mas explodir a antiga e recomeçar do zero, refletindo tanto o canon da música pop como o gosto musical sempre em metamorfose.”
Com isso, várias mudanças aconteceram. A lista de 2003 é quase irreconhecível perto da versão 2020. Antes, os Beatles ocupavam, com Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band e Revolver, o primeiro e terceiro lugar. Beach Boys ficava no meio do sanduíche dos Fab Four, com Pet Sounds. Na nova versao, o quarteto britânico só aparece no 5° lugar, com Abbey Road (depois, em 11º com Revolver).
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O novo campeão, o maior álbum de todos os tempos, é What's Going On (1971), de Marvin Gaye. Pet Sounds, dos Beach Boys, segue em segundo lugar, e a medalha de bronze foi oferecida a Blue (1971), de Joni Mitchell.
Quando os 500 Melhores Álbuns de Todos os Tempos saiu, em dezembro de 2003, Amy Winehouse ainda estava a três anos de lançar Back to Black, e ainda faltava uma década para Kendrick Lamar lançar m.A.A.d city; a maioria dos maiores músicos (e fãs) de hoje estavam no primário. Enquanto a lista original tomou vida própria, com quase 63 milhões de pessoas lendo em 2019 (sem contar os grupos de Facebook dedicados a ela, e páginas de fãs pedindo por artistas perdidos), agora - 20 anos dentro do século 21 - parece uma boa hora para reavaliá-la.
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O objetivo não era atualizar a lista, mas explodir a antiga e recomeçar do zero, refletindo tanto o canon da música pop como o gosto musical sempre em mudanças. Preenchemos mais de 300 enquetes de músicos, produtores, jornalista e executivos. Todos, de Beyoncé e Lin-Manuel Miranda a Taylor Swift e Brittany Howard, votaram.
O resultado fala por si mesmo: 154 discos são novos para os top 500, e 86 discos do século XXI entraram para lista. O novo 500 é menos do rock. O legado do rap e sua contínua vitalidade se destacam (com três vezes mais discos de hip hop representados na nova lista do que na original), assim como a linhagem da música soul: Prince tem dois discos no Top 50; The Miseducation of Lauryn Hill foi de 312 para 10, e What’s Going On de Marvin Gaye tirou Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band do topo.
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“Uma distinção da lista antiga é a ideia que não existe uma história objetiva de música popular,” diz Jon Dolan, editor de review da Rolling Stone, que cuidou desse projeto trabalhoso. “Acho que é uma reflexão honesta de como isso soa agora.” Isso incluiu os diferentes estilos de música que são novos para a RS500: de pop latino a krautrock, assim como um grande número de disco, indie rock e R&B. “Não é uma perspectiva puro-rock,” diz Dolan, “É mais sobre histórias diferentes existindo juntos, uma junção de gostos.”
Ao criar a própria folha de votação, Jason Fine, editor da Rolling Stone EUA, se aprofundou em discos que soam vitais e excitantes agora, não importa quando foram feitos ou o quanto encaixam no canon. “Eu fiquei impressionado, ouvindo discos como It Takes a Nation of Millions to Hold Us Back do Public Enemy, ou London Calling do The Clash, e Car Wheels on a Gravel Road, da Lucinda Willians, e ver como soam frescos depois de todos esses anos.”
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“Você deve poder tocar um disco 101 vezes e ainda achar algo novo,” comentou Dolan. “Fiquei chocado ao ouvir The Velvet Underground & Nico. Pensei: ‘Isso dá conta.’ E isso que é incrível - achar essa música que é parte de uma conversa que dura sua vida toda.”
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