Após o lançamento de Bebê Rena na Netflix, Fiona Harvey se identificou como versão real da Martha, mas negou diversos aspectos da narrativa
Felipe Grutter (@felipegrutter) Publicado em 30/07/2024, às 10h12
Apesar de Netflix ou Richard Gadd não revelarem quem foi a mulher que baseou a personagem Martha, antagonista de Bebê Rena, Fiona Harvey começou a conceder entrevistas e até entrou com processo contra o serviço de streaming e Gadd, que se pronunciou sobre o assunto pela primeira vez.
Segundo informações do The Guardian, na ação legal contra Netflix, Harvey pede US$ 170 milhões por difamação, imposição intencional de sofrimento emocional, negligência, negligência grave e violações de direito de publicidade. Sobre a série, ela confirma ser a inspiração, mas nega diversos aspectos da narrativa.
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"As mentiras que os réus contaram sobre Harvey a mais de 50 milhões de pessoas em todo o mundo incluem que Harvey é uma perseguidora condenada duas vezes e sentenciada a cinco anos de prisão, e que Harvey abusou sexualmente de Gadd," diz o processo. "Os réus contaram essas mentiras e nunca pararam, porque era uma história melhor do que a verdade, e histórias melhores davam dinheiro."
"A Netflix, uma empresa multinacional de streaming de entretenimento de bilhões de dólares, não fez literalmente nada para confirmar a ‘história verdadeira’ que Gadd contou. Ou seja, nunca investigou se Harvey foi condenada, uma deturpação gravíssima dos fatos," continuou.
Não ajudou em nada a compreender a relação entre Gadd e Harvey, se houver… como resultado das mentiras, prevaricação e má conduta totalmente imprudente dos réus, a vida de Harvey foi arruinada. Simplesmente, Netflix e Gadd destruíram sua reputação, seu caráter e sua vida.
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Em resposta, um porta-voz da Netflix disse: "Pretendemos defender este assunto vigorosamente e defender o direito de Richard Gadd de contar a sua história."
Em resposta ao processo, Gadd comentou uma perseguição "exaustiva e extremamente perturbadora" que supostamente experimentou nas mãos de Harvey em um documento de 21 páginas, apresentado a um tribunal da Califórnia em 29 de julho, segundo The Guardian.
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O artista disse que sofreu anos de "perseguição, assédio, abuso e ameaças" por parte de Fiona Harvey, entre 2014 e 2017. Em seguida, ele descreveu Bebê Rena como "releitura ficcional de minha jornada emocional por meio de vários eventos reais extremamente traumáticos."
A série é uma obra dramática. Não é um documentário ou uma tentativa de realismo. Embora a série seja baseada na minha vida e em eventos da vida real e seja, em sua essência, emocionalmente verdadeira, não é um relato passo a passo dos eventos e emoções que experimentei à medida que aconteciam. É ficcional e não pretende retratar fatos reais.
Além disso, Gadd falou sobre a peça, que mais tarde baseou o seriado, apresentada durante o Festival de Edimburgo de 2019: "Embora essas produções teatrais fossem emocionalmente verdadeiras e baseadas em eventos reais da minha vida, elas dramatizavam pessoas, lugares, coisas e eventos para contar uma história…"
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"Eu não escrevi a série como uma representação de fatos sobre qualquer pessoa real, incluindo Fiona Harvey… Martha Scott não é Fiona Harvey," disse.
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