Cantora lançou single "Baby, I'm Jealous" após um ano sem novas músicas
Larissa Catharine Oliveira | @whosanniecarol Publicado em 10/11/2020, às 07h00
Bebe Rexha iniciou a fase de divulgação do segundo álbum da carreira, ainda sem nome divulgado, em outubro. “Baby, I’m Jealous”, parceria com Doja Cat, marca o primeiro lançamento da cantora após um ano sem novas músicas e parece anunciar um direcionamento completamente novo na carreira da nova iorquina.
A parceria aconteceu naturalmente, garante Bebe em entrevista à Rolling Stone Brasil, e o timing não poderia ser melhor. Doja Cat bombou no TikTok com "Say So", em 2019, chegou nas paradas de sucesso, e segue em ascensão na carreira musical. “Não quero forçar a barra, o artista precisa gostar da música”, explica. “Terminei o single e realmente adoro tudo que Doja está fazendo, musicalmente, na criatividade e no palco. Mandei a música e pedi a opinião, então ela mandou a parte dela de volta e era explosivo, ela arrasou”.
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O retorno ao pop, como o próprio nome da música indica, fala sobre “uma história muito real” que viveu com um namorado. O cara usava as redes sociais para flertar e curtir fotos sensuais de outras mulheres, deixando comentários e mensagens nesses perfis. “Era um pouco desrespeitoso. Escrevi essa música porque estava muito irritava, comecei a me sentir insegura”, conta Bebe. “Pensava, ‘Tem algo errado comigo? Não sou magra o bastante como elas? Não sou bonita o bastante para ele?’”
A música foi escrita com o parceiro de longa data Justin Tranter, responsável por hits como “Good for You”, de Selena Gomez, “Bad At Love”, de Halsey, e “I’m a Mess”, da própria Bebe Rexha. “Quando você fala dos próprios medos e inseguranças, isso se torna muito empoderador porque outras garotas e rapazes se identificam com isso”, incentivou Tranter.
Além do tema de fácil identificação, a música acena para a tendência pop do retorno à sonoridade dos anos 1980 e 1990 e ao potencial de viralizar no TikTok - rede social responsável pela revelação de novos nomes e renascimento de antigos hits -, ao convidar as celebridades Charli D’Amelio, Nikita Dragun e Avani Gregg para participar do clipe. Apesar disso, a cantora nega o interesse em seguir os rumos atuais da indústria. “Não sigo tendências, eu as crio”, desafia Rexha. “Gosto de fazer qualquer coisa que me faça feliz”.
Antes do período sem novidades musicais, Rexha colheu os frutos do primeiro álbum da carreira, Expectations (2018) ao longo de 2019. A cantora foi indicada em duas categorias no Grammy e, apesar de não ter ganhado, gerou repercussão após desabafar sobre a dificuldade em encontrar um estilista que aceitasse trabalhar com ela pelos números “grandes demais” de roupa - no final, Bebe apareceu radiante com um vestido Monsoori no tapete vermelho da premiação.
Bebe Rexha at the 2019 Grammy Awards in Monsoori pic.twitter.com/S2S0en99ar
— runway fashion 💋 (@ravenstrut) February 22, 2019
Mais tarde, embarcou com Jonas Brothers em turnê, foi atração dos festivais Tomorrowland, na Bélgica, Isle of MTV, em Malta, e fechou o ano no Palco Mundo, do Rock In Rio. A segunda passagem da cantora no Brasil foi ainda mais marcante que a primeira e a artista chorou durante a apresentação - lágrimas de alegria.
“Assisti ao Rock In Rio durante toda minha vida, lembro de ver meus artistas favoritos enquanto crescia. E, apenas de estar naquele palco, foi demais pra mim, porque um sonho se tornou realidade”, relembra. “Sentir a energia da multidão, ver os fãs gritando, tão apaixonados, foi tanta energia positiva que não consegui segurar as minhas lágrimas. Algo aconteceu com meu corpo, perdi o controle. Não esperava isso, nunca senti aquilo antes. É raro sentir esse tipo de energia do público, com tanto poder”.
Sempre sincera nas redes sociais, Bebe pretende trazer temas mais politizados no próximo disco, uma mudança significativa com relação às letras de Expectations. O single promocional “Not 20 Anymore”, lançado para comemorar o aniversário de 30 anos da cantora, talvez não capture os rumos sonoros do projeto, mas a letra sobre a pressão pela eterna juventude exercida contra mulheres está em sintonia com as composições escolhidas para esse novo álbum. “Terá mais empoderamento feminino, vou falar sobre ser vulnerável e ter inseguranças, família”, adianta.
“Tem uma música no álbum na qual sou muito honesta, é muito sombria”, continua. “Falo sobre o que estou passando mentalmente, as batalhas comigo, meus medos. Precisei buscar no fundo e não ter medo de dizer coisas que talvez uma música pop não deveria dizer. As músicas são muito pop na sonoridade, mas estou falando sobre saúde mental, bipolaridade e ansiedade. [É] sobre peso, relacionamentos que dão errado, sabotagem na minha vida. Não escondi nada”.
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O segundo álbum de Bebe Rexha segue sem nome ou data de lançamento, mas deve sair ainda no primeiro semestre de 2021. A tracklist também não está definida, e a cantora prometeu revisitar a demo de “Rose With Thorns”, compartilhada no último ano pelo Instagram e celebrada pelos fãs. “Desculpe, não está no álbum”, começou, antes de mudar de ideia. “Vou escutar novamente, nunca se sabe. Você me lembrou dessa”.
“Estou ansiosa para que o mundo escute essas músicas, espero que as pessoas se conectem com elas. Vai ser um álbum muito especial”, promete aos fãs. “Vocês vão amar”.
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