Cantora explicou como compor sobre os próprios defeitos e medos foi um tipo de terapia e admitiu vontade de colaborar com artistas brasileiros
Mariana Rodrigues (sob supervisão de Yolanda Reis) Publicado em 15/05/2021, às 16h00
Trancada em casa pela pandemia do coronavírus, Bebe Rexha, assim como o resto do mundo, enfrentou um período difícil, sombrio e cheio de incertezas. Mas tirou proveito e trasnformou tudo isso em em música. Desprendendo-se do pop instrínsico ao disco de estreia, Expectations (2018), a artista se arrisca em novos gêneros musicais como jazz, hip-hop e até rock n' roll no novo trabalho, Better Mistakes (2021), lançado em 7 de maio de 2020 e disponível nas plataformas digitais.
Com letras sensíveis, a cantora se mostra vulnerável ao falar sobre medos, inseguranças e defeitos, algo que teve sempre medo de expor. É um álbum reconfortante, principalmente agora. Esse era exatamente o objetivo de Rexha, como explicou em entrevista à Rolling Stone Brasil.
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Em casa em Los Angeles, Estados Unidos, na companhia de um bom café, Rexha está radiante - talvez na melhor fase da carreira. A empolgação na voz ao falar do novo trabalho é visível e, apesar de provavelmente estar cansada após um longo dia de entrevistas, não hesita em mostrar o quanto está feliz com a conquista.
Better Mistakes é quase um desabafo. São letras sinceras sobre momentos difíceis pelos quais todo mundo passou (ou deverá passar) um dia. Para Rexha, traduzir essas aflições em composições foi quase uma terapia. “Foi muito libertador, fez eu me sentir muito bem,” disse.
O nome do disco reflete essa temática, como explicou a cantora: "Queria escrever um álbum sobre não ser perfeito, sobre cometer erros e estar de bem com isso, porque somos todos humanos e o máximo que podemos fazer é tentarmos ser melhores, por isso chamei de Better Mistakes [Melhores Erros]"
Diferente de Expectations, no novo disco Rexha está muito mais confiante. É notável como agora sabe quem é, e reconhece o próprio valor. Essa é a mensagem enviada ao público. Com bom humor, explica como, independente dos nossos defeitos, não estamos sozinhos nessa, somos incríveis e merecemos tudo o mundo.
Apesar das letras muito pessoais, o processo criativo fluiu naturalmente. "Break My Heart Myself," primeira faixa do disco, exemplifica muito bem a história de Rexha e, para a cantora, foi uma das mais complicadas de compor. No entanto, também é a favorita, pois admitiu ser a letra com a qual mais se identifica.
Bebe Rexha explora um repertório em diferentes estilos musicais. Sim, ela é artista pop, e Better Mistakes não nega (e vemos isso em "Break My Heart Myself," "Empty," "Death Row" e "My Dear Love").
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Mas a cantora mostra vontade de amplitude: arriscou o country, hip-hop, dance, rock, jazz. O resultado são faixas suaves e estilo diferente do usual, como "Sacrifice" e "Amore." "Quis ir além do pop porque é divertido.E, para mim, a música deve ser divertida."
Além da diversão, Bebe Rexha gosta "de ser livre e me expressar de maneiras diferentes," e encontra esse caminho na composição. Para ela, o trabalho foi uma oportunidade de escancarar a diversidade - e alegrou-se por ter a liberdade de não precisar fazer sempre mais do mesmo.
As colaborações de Better Mistakes são o ponto forte do disco. Nomes como Doja Cat, Ty Dolla $ing e Lil Uzi Vert trazem novos ritmos e timbres para as canções intensas de Rexha. Para a cantora, a melhor parte de compor com outras pessoas é a energia.
Rexha começou a carreira como compositora e escreveu sucessos para artistas como Selena Gomez, Eminem e Rihanna. Para ela, estar acostumada a trabalhar com outros músicos é o principal motivo de amar tanto fazer colaborações.
A cantora não descarta a possibilidade de compor com artistas brasileiros e admite amar as produções como "Bum Bum Tam Tam" do Mc Fioti. Rexha ainda brinca com a vontade de cantar ao lado de Anitta. E pede: "Me liga, Anitta."
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