Girls in Peacetime Want to Dance, nono álbum da banda, chega às lojas esta semana
Lucas Brêda Publicado em 27/01/2015, às 15h56 - Atualizado às 16h20
Mais de 18 anos se passaram desde que chegaram às lojas Tigermilk e If You're Feeling Sinister, os dois primeiros discos do Belle and Sebastian. Esta semana, com o lançamento do nono álbum da carreira no Brasil, Girls in Peacetime Want to Dance, os velhos indies abraçam o pop de sintetizadores e confirmam o conflito do título com 12 faixas assoviáveis, dançantes e – para um grupo como o Belle and Sebastian – ousadas.
Lembre como foi a segunda passagem do Belle and Sebastian pelo Brasil, em 2010.
“Suponho que seja nosso disco mais pop”, afirma o tecladista Chris Geddes, dando, na voz, a contundência que deixa escapar na frase. “As pessoas na banda gostam de nos ver como um grupo pop. Especialmente Stuart [Murdoch, vocalista] e Sarah [Martin]”. Geddes é o elemento mais importante na nova empreitada do Belle and Sebastian, tendo comandado as linhas de teclado e programações do disco, junto ao produtor Ben H. Allen III.
Girls in Peacetime Want to Dance foi gravado na cidade de Atlanta, na Geórgia. “O único motivo [de gravar nos Estados Unidos], na verdade, foi o Ben H. Allen”, diz ele, lembrando que gosta de trabalhar com produtores norte-americanos. “Uma das coisas legais de ter gravado por lá foi conhecer igrejas e ouvir música gospel. Foi uma grande experiência.”
Do som emanado das casas religiosas de Atlanta, Geddes não deve ter aproveitado muito para o registro. É, possivelmente, da nova relação com os equipamentos digitais, que o tecladista tirou os arranjos de “The Party Line”, o riff de “The Power Of Three” e a batida de “Enter Sylvia Plath” – que ao lado de “Play For Today”, são as canções mais eletrônicas do disco. “Atualmente, passo a maior parte do dia trabalhando no computador, porque é nele que eu estou fazendo música”, conta. “E quando resolvo relaxar e dar um tempo, eu continuo na máquina. Acessando coisas como o Facebook e o Twitter. Basicamente, fico o tempo todo no computador. Era uma coisa que, há 20 anos, eu não fazia.”
Ao lembrar do processo de gravação do álbum, Geddes afirma: “Diversas canções terminam com um monte de gente tocando teclado junto”. Segundo o tecladista, nos shows de divulgação do registro "praticamente todos os integrantes da banda terão, em algum momento, que tocar o instrumento". “Quando estávamos tocando as novas músicas ao vivo, tentamos chegar o mais próximo possível da versão gravada. Então, em ‘Party Line’, Stevie, Sarah, nosso violoncelista, Sez, e eu, estamos tocando teclado. Stuart também toca sintetizador em algumas das canções, assim como Dave quando não está no baixo.”
Tropicália
Fã da música brasileira dos anos 1960 e 1970, o tecladista do Belle and Sebastian cita Jorge Ben Jor, Roberto Carlos, Erasmo Carlos, Milton Nascimento, Rita Lee e Gal Costa durante a conversa. Ele ainda revela que uma das faixas de Girls in Peacetime Want to Dance, “Perfect Couples”, é influenciada pela música brasileira.
“Comecei a fazer umas programações – não era para ser algo para banda, simplesmente para passar o tempo durante alguma turnê”, narra. “E a música do Steve meio que combinou. E, sim, tivemos essa abordagem de Tropicália”. Em seguida, Geddes confessa que os vocais de Sarah na faixa são “o momento favorito” dele no disco. “Para mim, soa como algo que poderia estar em algum disco da Gal Costa ou da Rita Lee.”
Shows no Brasil
“Bem, acho que tínhamos alguns shows marcados para o fim de abril, mas nós vamos reagendar para o segundo semestre”, diz Geddes, adiando a vinda ao Brasil que a companheira de banda, Sarah, havia sugerido em entrevista recente ao jornal O Estado de S. Paulo – saiba mais aqui.
Em seguida, ele explicou o motivo: “Teríamos apenas alguns dias para passar no Brasil entre as turnês norte-americana e britânica. Então, vamos marcar para depois. Desta forma, podemos ficar mais tempo por aí”. Sendo assim, é de se esperar que o Belle and Sebastian traga a turnê de Girls in Peacetime Want to Dance ao país no fim de 2015 – e, provavelmente, aproveite muito bem a estada.
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