Em 13, Ozzy Osbourne e cia. encerram com competência a maior trajetória do heavy metal
Pablo Miyazawa Publicado em 03/06/2013, às 15h53 - Atualizado às 18h48
Rick Rubin, produtor das estrelas, tinha como meta convencer o Black Sabbath a se conectar organicamente com a fase inicial da discografia da banda, produzida na primeira metade da década de 70. Se Ozzy Osbourne, Tony Iommi e Geezer Butler até se esforçaram para isso, foi Rubin que não fez a parte dele no que diz respeito a capturar aquele espírito seminal: o som de 13 é limpo, excessivamente polido, e passa longe da ambiência abafada de fundo de garagem oferecida pelos álbuns antigos. Incomoda também o fato de a voz de Ozzy estar alta demais no mix, o que evidencia o limitado alcance que ele consegue atingir hoje em dia.
Mas são detalhes que só irão aborrecer os verdadeiros puristas. 13, que chegará às lojas em 11 de junho, é um disco de rock tradicional, compacto e poderoso. São oito faixas (a versão “deluxe” terá três faixas inéditas a mais) bastante longas (nenhuma tem menos de 4 minutos e meio de duração) e sem respiros, temas instrumentais ou músicas mais “amigáveis”. Tanta densidade agradará aos ansiosos por apreciar Tony Iommi em seus dias inspirados. Se nos solos ele é burocrático, os quilos de novos riffs compensam. O arsenal de truques até parece infinito, mas o mítico guitarrista prefere se garantir bebendo da própria fonte que ele mesmo escavou: cada riff remete de leve a algum momento glorioso do Sabbath de 40 anos atrás.
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E por falar em autorreferências, às vezes elas quase esbarram na paródia. “Zeitgeist” seria uma bela homenagem a “Planet Caravan” (de Paranoid, 1970), mas falha ao tentar emular aquela vibração viajante, salpicada de bongôs, melodia etérea e solo jazzístico. Já a faixa de abertura, “End of the Beginning”, celebra “Black Sabbath” (do disco homônimo), repetindo a ideia da abertura arrastada, a cantoria de mensageiro das trevas e o riff cavalgado da segunda metade para o desfecho. São obviedades desnecessárias, mas que até soarão simpáticas a ouvidos saudosistas.
Ozzy tem lá seus bons momentos, como no ótimo single “God is Dead?” e na infinita “Age of Reason”. Já em trechos menos memoráveis (“Loner”, “Live Forever”), ele exibe cansaço e canta como se estivesse em marcha lenta, se esforçando para soar original. À sua maneira (e discreto como os grandes baixistas de sua época), Geezer brilha quando pode, preenchendo espaços e fazendo o difícil parecer simples. É bem perceptível que a bateria de Brad Wilk (do Rage Against the Machine) é precisa, mas eficiente demais: a inconstância imprevisível de Bill Ward aqui chega a fazer falta. Mas a banda só parece se soltar mesmo nas faixas finais, “Damaged Soul” e “Dear Father”, que lembram grandes momentos de Vol. 4 (1972) e Sabbath Bloody Sabbath (1973). São nelas que os velhos amigos enfim se divertem, dançando com as mudanças de ritmo e jams de blues com cara de improviso. Ao final da última faixa de 13, trovões e sinos ecoam (evocando os segundos iniciais do primeiro álbum), decretando para quem ainda tinha dúvidas: o Black Sabbath voltou e fechou o círculo. Já podem descansar em paz.
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Acesse o iTunes para ouvir a íntegra de 13, e veja abaixo a lista de músicas do disco:
1. “End of the Beginning” – 8:06
2. “God is Dead?” – 8:52
3. “Loner” – 4:59
4. “Zeitgeist” – 4:37
5. “Age of Reason” – 7:01
6. “Live Forever” – 4:46
7. “Damaged Soul” – 7:51
8. “Dear Father” – 7:20
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