Grupo inglês voltou ao Brasil com um show muito melhor
Pedro Antunes Publicado em 10/11/2013, às 00h44 - Atualizado em 12/12/2013, às 09h37
E, de repente, o Blur apareceu. Tudo - e isso inclui sol, filas para comes e bebes, som de um palco interferindo no do outro – ficou para trás. O relógio marcava 21h35, cinco minutos de atraso em relação ao horário estipulado, neste sábado, 9, quando Damon Albarn e companhia subiram ao palco para encerrar a edição deste ano do festival Planeta Terra. Uma catarse total acompanhou a banda em “Girls and Boys”, do disco Parklife, lançada em 1994 e escolhida para abrir.
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São quase 20 anos desde que a música foi lançada, mas não parecia. O público, que evidentemente parecia ter crescido ao som da banda de Londres, Inglaterra, vibrava como gol de Copa do Mundo – que, aliás, foi lembrada por Damon no fim da apresentação.
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A última passagem do Blur pelo país parece uma velha fotografia amarelada. O show morno e sem público de 1999 certamente será esquecido pelos 27 mil presentes (no total) que passaram pelo Campo de Marte. A vibração aqui era totalmente outra. Foi visível e audível, uma entrega de Damon e do público, em comunhão nesta mesma festa.
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Muito disso se deve à turnê da banda, que tem hits enfileirados e disparados como uma metralhadora automática. “There’s No Other Way” veio na sequência, com Damon pegando no violão.
A banda trouxe ainda quatro cantores de backing vocals e três músicos de sopro, que deram mais camadas para o som já encorpado de Damon, Graham Coxon, Alex James e Dave Rowntree.
Foram hits atrás de hits. Passaram “Beetlebum” e “Out of Time”, até a chegada da climática “Trimm Trabb”. Nela, Damon pegou um megafone e fez soar pelo Campo de Marte uma sirene de ambulância.
O Blur soube, na década 90, retratar o cotidiano da vida proletária e urbana como poucas – muito como o Kinks fez, vinte anos antes. No auge do britpop, a banda disputou com o Oasis nas paradas de sucesso, mas eles se destacam dos irmão Gallagher pela simpatia. Cada integrante tem um jeito próprio: Alex James, no baixo, vestia um lenço no pescoço, Graham Coxon mostrava o peso na guitarra e Dave Rowntree, na bateria, esmurrava o instrumento como se não houvesse amanhã.
Em “Caramel” , Damon sentou ao teclado, quase como um intervalo para o que vinha a seguir. “Coffee and TV”, hit clássico, foi cantado por Graham, com auxílio de Damon. Veio a belíssima balada “Tender” e os integrantes do fã-clube soltaram algumas bexigas pelo ar. Em um momento emocionante, a banda parou de tocar e os fãs cantaram o refrão sozinhos.
“Country House” e “Parklife”, com a participação de Phil Daniels, que fez a gravação original, foram dignas de êxtase. Na primeira, aliás, Damon desceu do palco, subiu na grade e cantou com o público.
Já “End of a Century” e “This is a Low”, que vieram na sequência, finalizaram o show de forma climática e cheia de densidade. Damon se despediu de forma tímida, o que foi explicado quando a banda voltou para o bis. Com “Under The Westway”, eles voltaram ao palco, com bolas coloridas sendo espalhadas pelo público. Elas alternavam entre roxo e vermelho, conforme alguém batia nelas.
O fim do show não poderia ser melhor. “For Tomorrow”, “The Universal” e, claro, a pancada “Song 2”. “Nos vemos na Copa do Mundo”, disse o inglês Damon. O Blur provou que sim, a primeira vez pode ser boa, mas a segunda, em êxtase, é muito melhor.
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