Tom Meighan, do Kasabian, que fez bonito em SP -

Boas surpresas em novo festival

No último sábado, 10, Kasabian, Devo, Datarock e The Rapture garantiram a festa em espaço decente em SP; veja nossas FOTOS e VÍDEOS

Por Carolina Requena e Artur Tavares Publicado em 11/11/2007, às 21h18 - Atualizado em 16/11/2007, às 01h11

Kasabian encerrou o festival com classe, Devo surpreendeu fiéis e jovenzinhos, CSS e Datarock promoveram farras e Lily Allen esqueceu um monte de letras. Mais abaixo você lê em detalhes.

O festival Planeta Terra aconteceu na noite deste sábado, 10, sem atrasos (com exceção de quinze minutos do Kasabian - perdoáveis), com um palco principal que podia ser observado de qualquer ponto por gente de todas as alturas e com banheiros de sobra, num lugar bastante decente (Vila dos Galpões). Algumas concomitâncias poderiam ter sido evitadas - como The Rapture e Devo, ou Cansei de Ser Sexy e Lily Allen.

Rapture, CSS, Datarock, Tokyo Police Club e Lucy and The Popsonics se apresentaram no palco fechado (batizado em inglês: "Indie Stage"), enquanto os DJS Renato Ratier, Jon Carter, Layo & Bushwacka e Vitalic revesaram as picapes em outro galpão. Kasabian, Devo, Lily, Instituto e Pato Fu tocaram ao ar livre ("Main Stage"). Ventava e o gelo seco pegou muito bem. Nossas impressões:

Kasabian

A chave de ouro. Pilotado pelo feliz e dedicado Tom Meighan, o quinteto britânico (na companhia de um tecladista) promoveu uma barulheira arrebatadora e dançante - não precisava ser fã; não precisava conhecer as canções. A platéia foi fisgada logo em "Shoot the Runner", à 1h30, e seguiu pulando ao som das densas "The Doberman" (do campeão de vendas Empire), "Reason is Treason" e "Processed Beats" (as duas últimas do primeiro disco, Kasabian, de 2004). Meighan verbalizou seu contentamento repetidas vezes e - ficou óbvio e bonito - fez questão de retribuir a platéia: voltou para o bis com seu maior hit, "L.S.F. (Lost Souls Forever)", e puxou um batuque de samba levado pelo baterista Ian Matthews. Lindo. (C.R.)

Devo

Mandaram logo o hit "That's Good" (aquela que diz "Everybody / it's a good thing"), com Mark Mothersbaugh apontando o microfone feito arma. Vestidos em seus macacões amarelos, que depois foram rasgados - Fernanda Takai queria um, invadiu o palco e foi retirada por seguranças - e seus chapéus vermelhos, os cinqüentões deram seu suor e rock no penúltimo show da noite. As sintetizadas "Peek-a-boo" e "Whip it" se alternaram com canções levadas à guitarra pesada, como "Uncontrollable Urge", ovacionada. No final, Mothersbaugh se fantasiou de Booji Boy (um bebê de borracha) e provocou a platéia com a sarcástica "Beautiful World". Em tempo: o vocal disse que achava que SP ainda tinha floresta tropical quando o Devo passou por aqui em 1989. Esperamos que tenha sido uma piada. (C.R.)

Lily Allen

"Acho que estou meio bêbada", "Preciso de um cigarro", "Vocês gostaram do meu vestido?" e "Essa música é sobre uma vaca que me sacaneava na escola" foram algumas das frases que arrancaram risos do público no último show da turnê mundial de Lily Allen. Não foi tão engraçada a seqüência de esquecimentos da pequena britânica: "Ai, isso é mau, eu continuo esquecendo minhas letras. Me desculpem". Descalça (suas havaianas estavam largadas ali por perto), Lily cantou hits como "Smile" e "Not Big" e fez covers: "Heart of Glass", sucesso de Blondie, e "Everybody's Changing", do Keane. (C.R.)

The Rapture

A segunda passagem dos novaiorquinos pelo Brasil foi marcada por comoção geral. A fina mistura entre músicas dançantes, instrumentos barulhentos e um bem colocado saxofone fez o público se chacoalhar como se não houvesse amanhã, principalmente em "House of Jealous Lovers". "Sister Saviour", "Echoes" e "Olio", que encerrou o show, marcaram outros pontos altos de um dos momentos de maior quórum do palco indie. (A.T.)

Cansei de Ser Sexy

Balões por todo o palco marcavam o clima de festa pelo retorno do Cansei de Ser Sexy ao Brasil depois de 17 meses excursionando pelos EUA e pela Europa. Acompanhada de sua turma, a pequena Lovefoxxx - que tinha o símbolo hippie pintado no rosto e figurino de escamas coloridas (inspirado em Björk ou coincidência?) - provocou catarse coletiva nos fãs, à frente dos hits "Alalá", "Alcohol" e o cover "Pretend We're Dead", do L7. Mais rock do que efeitos eletrônicos marcaram o show, que acabou com "Let's Make Love" e uma grande bagunça no palco.(A.T.)

Datarock

Quatro capetas de agasalho vermelho tocaram fogo no pequeno - e, aqui, isso é um fator favorável - palco indie. A platéia bateu palmas, cantou e pulou em frente aos noruegueses, que esbanjaram fôlego e bom-humor. Assim que Fredrik Saroea (vocal/guitarra), Ketil Mosnes (baixo e teclado) e companhia encerraram a última canção, entrou um playback de "(I've Had) The Time of My Life" - sim, aquela do filme Dirty Dancing. A banda, no meio dessa fanfarronice, se virou de costas para o público e posou para uma foto com "Sao Paolo!" de fundo. Ah, e deram um aviso: "Não percam D, E, V, O: Devo!" (C.R.)

Instituto toca Racional

Os produtores Daniel Ganja Man, Tejo Damasceno e Rica Amabis levaram amigos para uma jam session. Bnegão, Negra Li, Papito - baterista do Nação Zumbi - foram alguns dos que passaram pelo palco principal do Planeta Terra para prestar uma homenagem ao mestre Tim Maia. Tocaram músicas dos dois volumes do disco Racional, entre elas "O Caminho do Bem", "Imunização Racional (Que Beleza)" e "Energia Racional". À frente de mais de uma dúzia de músicos que se chacoalhavam, o público relaxou e cantou. (A.T.)

Pato Fu

Ainda era claro e as pessoas estavam chegando ao festival quando o Pato Fu entrou no palco. A extrovertida Fernanda Takai anunciava a felicidade do marido, o guitarrista John, em poder assistir ao Devo logo mais. O público cantou todas as músicas dos mineiros, inclusive a nova "Mamã Papá". Não faltaram os sucessos da carreira, como "Eu", "Sobre o Tempo", "Made in Japan" e o cover dos Mutantes "Ando Meio Desligado". No encerramento, a cargo de "Uh, Uh, Uh, La, La, La, Ié, Ié", a banda convocou a platéia a dançar. Em troca, o público pediu "Pinga". Bem humorados, os mineiros responderam: "Não bebemos em serviço". (A.T.)

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