A escritora Andrea Pitzer encontrou similaridades entre as falas do músico sobre a obra Moby Dick e uma publicação no site de estudos SparkNotes
Rolling Stone EUA Publicado em 14/06/2017, às 14h59 - Atualizado às 15h36
Bob Dylan foi acusado de ter plagiado partes do discurso dele de aceitação do Nobel de Literatura. Segundo um texto da escritora Andrea Pitzer no site Slate, o discurso apresentou similaridades com uma publicação no site de estudos SparkNotes.
Dylan teria plagiado um texto de Herman Melville sobre o livro Moby Dick – uma das três obras sobre as quais Dylan falou no discurso. Além disso, o escritor Ben Greenman percebeu que Dylan talvez tenha inventado uma citação de Moby Dick.
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Dylan recebeu o Nobel de Literatura no ano passado, em outubro, apesar de ter se recusado a comparecer à cerimônia em dezembro. Em 4 de junho, ele fez um discurso de aceitação para a Academia Sueca em Los Angeles, nos Estados Unidos, cumprindo com os requisitos para receber o prêmio de U$ 900.000 que acompanha o Nobel. Além de Moby Dick, Dylan falou sobre a influência da Odisseia, atribuída a Homero, e Nada de Novo no Front, de Erich Maria Remarque.
Ao todo, Andrea afirmou ter encontrado ao menos 20 frases do discurso de Dylan que se assemelham ao texto no SparkNotes sobre Moby Dick. Os representantes de Dylan, o comitê do Nobel e o SparkNotes ainda não comentaram sobre o caso.
Assim como Andrea lembrou, o discurso de Dylan não é a primeira vez em que ele é acusado de plágio. Ele já se apropriou outras fontes para letras de músicas: o disco Love and Theft (2001) foi criticado por ter letras aparentemente selecionadas do livro Confessions of a Yakuza, de Junichi Saga, e dos poemas de Henry Timrod sobre a Guerra de Secessão dos Estados Unidos. As pinturas de Dylan da exibição dele de 2011, “The Asia Series”, também receberam acusações parecidas, devido às semelhanças com fotografias famosas de Henri Cartier-Bresson e Léon Busy.
Em uma entrevista à Rolling Stone EUA em 2012, Dylan respondeu às acusações de plágio em Love and Theft. “Eu estou trabalhando dentro da minha forma de arte”, ele disse. “É simples assim. Eu trabalho dentro das regras e limitações disso. Há figuras autoritárias que podem explicar esse tipo de arte para você melhor do que eu poderia. Chama-se composição de músicas. Tem a ver com melodia e ritmo, e depois disso, vale qualquer coisa. Você torna tudo seu. Todos nós fazemos isso.”
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