Músico também embarcou na homenagem ao frevo em apresentação no Marco Zero
Pedro Antunes, do Recife Publicado em 13/02/2013, às 17h42 - Atualizado às 18h54
Caetano Veloso transformou a loucura em calmaria, a folia em transe hipnótico. Depois de Elba Ramalho, um furacão movido a frevo, com muita dança e festa, o músico baiano surgiu sozinho, de violão nas mãos, e sussurrou “Luz do Sol”. A voz ninou o público que compareceu ao pólo Marco Zero, palco principal das festas do carnaval do Recife, na madrugada desta quarta, 13.
Ele fez questão de iniciar sua performance com um roteiro de músicas da última safra, com a Banda Cê, que o acompanha nos últimos três discos, inclusive Abraçaço (2012). “Temos criado um som de personalidade do qual tenho muito orgulho”, disse o músico ao introduzir Pedro Sá (guitarra), Ricardo Dias Gomes (baixista) e Marcelo Callado (bateria).
De mansinho, como quem não quer nada, exibiu uma vigorosa versão de “Odeio” e as novíssimas “Um Abraçaço” e “O Império da Lei”, do disco eleito pela Rolling Stone Brasil como o melhor de 2012 (veja lista (veja aqui). Surpreendentemente, as canções foram cantadas aos berros aqui e ali, mas, por melhor que elas sejam, não estavam em seu habitat natural.
De acordo com o que contou Dias Gomes à Rolling Stone Brasil, esta foi a primeira vez que as duas músicas ganharam vida ao vivo e mostraram um pouco daquilo que será exibido no Circo Voador, no dia 21 de março, no início oficial da turnê de Abraçaço.
Depois do teste, Caetano partiu para a folia. Desfilou hits, como a curiosa escolha por “Sampa”, “Leozinho” e “Qualquer Coisa”. Depois, ele deixou o centro do palco e chamou o grupo de samba Trio Preto + 1, que assumiu a festa com “Batucada Quente” e uma série de sambas dedicados a Dona Ivone Lara.
Embalado, Caetano manteve os sambistas no palco e seguiu em momento mais festivo, com “Frevo Nº 1 de Recife”, “Eu Sou Neguinha?”, “Filha da Chiquita Bacana” e “Chuva Suor e Cerveja”. Ele exaltou o frevo, sacou uma sombrinha e até arriscou alguns passos desajeitados.
Como um maestro, segurou o ritmo de novo. Com “Sozinho”, um coro de vozes acompanhou a sua, fortes, emocionadas, em versos sofridos e solitários. Com “Tieta” e “Força Estranha”, ele encerrou o show, uma hora e meia depois do horário previsto. Era o penúltimo da noite, antes do tradicional encerramento de Alceu Valença.
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