Matéria da Rolling Stone EUA avaliou se o músico conseguiria encarar os 50 shows da turnê This Is It! horas antes do anúncio da morte
Da redação Publicado em 27/06/2009, às 16h45
"Ele vai ou não vai?" Assim começa a matéria postada, por ironia do destino, horas antes do anúncio da morte de Michael Jackson, no site da Rolling Stone EUA. Para a nova edição da revista (com o Jonas Brothers na capa), o repórter Fred Goodman cavou fundo para avaliar se o cantor conseguiria ou não realizar os 50 shows da turnê This Is It!, na O2 Arena, em Londres. A maratona de concertos, com ingressos esgostados, começaria no dia 13 de julho e se estenderia pelos próximos nove meses.
O perfeccionismo de Michael já o teria levado a adiar as apresentações, que originalmente começariam em 8 de julho. Na Inglaterra, nas semanas anteriores à morte do cantor, na quinta, 25, após suposta overdose de um poderoso analgésico (ainda não houve confirmação oficial), as casas de aposta londrinas andavam agitadas. O palpite mais forte era o de que o artista cancelaria pelo menos alguns dos 50 shows.
No começo do mês, o próprio músico havia se manifestado contrário à maratona de shows, que achava exagerada. "Fui dormir sabendo que havia vendido 10 datas. Acordei com as notícias dizendo que eu estava agenciado para 50 apresentações", teria dito a fãs em Los Angeles, segundo o tablóide londrino The Sun. Seriam, no total, 750 mil assentos disponíveis até março.
Rumores davam conta que Jackson faltou a vários ensaios com o coreógrafo e diretor musical Kenny Ortega, também responsável pela franquia High School Music. O adiamento dos quatro primeiros concertos aconteceram por causa de dois fatores básicos: a complexidade técnica do show e o perfeccionismo do astro. Só para se ter uma ideia, ele estaria à procura de um coro de crianças que dominasse a linguagem de sinal - e fosse "exatamente equivalente" em termos de diversidade racial. A matéria não citou a suspeita de que o astro estaria com câncer de pele, ecoada na imprensa internacional desde o mês passado.
As companhias de seguro britânicas, em sua maioria, viram a empreitada como aposta de alto risco - e decidiram não pagar para ver. A AEG Live, empresa que persuadiu o músico de encarar a façanha dos 50 shows, acabou bancando € 348 milhões (R$ 948 mi) para garantir a turnê. Quantia, agora, que deve virar prejuízo.
Dívidas de um "milionário que gastava como bilionário" teriam levado o cantor a aceitar o desafio proposto pela AEG Live. Estipula-se que o rombo nas contas do cantor extrapolasse os R$ 320 milhões - e que Michael seria capaz de ganhar quase o dobro disso com os shows em Londres.
O ex-porta voz do artista, dr. Tohme Tohme, deu à RS EUA explicação de por que Jackson estaria passando por tamanho sacrifício - hipótese confirmada com a parada cardíaca, seguida de morte, do dia 25 de junho de 2009. "Ele está fazendo isso, em grande parte, pelos fãs. E está fazendo isso por seus filhos, e pelas crianças de todo mundo."
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