Com performances ao vivo intensas, antigo imitador de James Brown se tornou um astro depois morar na rua
Jason Newman Publicado em 23/09/2017, às 17h21 - Atualizado às 17h51
Charles Bradley, o aclamado cantor e performer que viu sua carreira ascender depois dos 50 anos, morreu depois de uma longa luta contra o câncer. Ele tinha 68 anos.
“É com o coração pesado que anunciamos a morte de Charles Bradley”, escreveu o representante do artista em um comunicado. “Sempre um lutador, Charles deu tudo que tinha na luta contra o câncer. Ele foi diagnosticado com câncer de estômago em 2016; retornou à estrada em 2017 depois de ter recebido alta, mas recentemente o câncer voltou, se espalhando para o fígado. Obrigado por suas rezas nesse período difícil. Bradley era realmente grato por todo amor que recebia dos fãs e esperamos que a mensagem de amor dele seja lembrada e passada adiante.”
Nos três álbuns que lançou - No Time for Dreaming (2011), Victim of Love (2013) e Changes (2016) -, Bradley misturou baladas de amor doídas e de remorso com canções de celebração e de alegria por ter sobrevivido a uma vida de percalços.
Charles Bradley nasceu em 5 de novembro, em 1948, na Flórida, mas mudou cedo com a mãe para Nova York, para o Brooklyn. Aos 14 anos, Bradley saiu de casa e passou a morar na rua, procurando os metrôs para se proteger do frio. “Eu tinha medo que ela fosse machucar”, ele disse sobre a mãe no documentário Charles Bradley: Soul of America.
O último disco do artista, Changes, ganhou o título por conta da cover da canção do Black Sabbath. Bradley não conhecia os pioneiros do metal, mas se conectou à letra pessoal de Geezer Butler sobre transformações na vida ao ver a saúde da mãe deteriorar. Ela morreu algum tempo depois.
“Amo todos vocês aí que fizeram meus sonhos se tornarem realidade”, Bradley disse no começo deste mês, pouco antes de descobrir a metástase. "Quando eu voltar, voltarei mais forte, com o amor de Deus. Com a graça de Deus, voltarei em breve.”
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