O álbum LIE: The Love And Terror Cult foi lançado em vinil em 6 de março de 1970
Redação Publicado em 07/08/2019, às 14h14
Charles Manson assombrou a cultura americana na década de 1969 quando ele realizou uma série de assassinatos em Los Angeles. Agora, sua história é pano de fundo da esperada produção de Quentin Tarantino, Era Uma Vez em Hollywood, que será lançada em agosto. Mas antes de tudo isso, o serial killer queria ser uma estrela do rock'n roll.
Manson aprendeu a tocar violão enquanto estave na prisão depois de descontar um cheque falsificado. Em 1967, chegou à Califórnia e logo se inseriu no círculo musical da cidade. Virou amigo de Dennis Wilson dos Beach Boys, que por sua vez o apresentou a Neil Young.
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Em 1986, Young deu uma entrevista e lembrou que Manson era como um artista.
"Ele tinha um tipo de música que ninguém estava fazendo. Ele sentava com o violão e começava a tocar e criar coisas, cada vez mais diferentes. Então ele parava e você nunca mais ouviria algo como aquilo. Musicalmente ele era muito único. Eu pensei que ele realmente tinha algo louco, algo ótimo. Ele era como um poeta vivo. Ele era muito intenso"
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Logo depois, Young teria sido inspirado pelos seus encontros com Manson e escreveu "Revolution Blues". Como muitos músicos da época, Manson aprendeu desde cedo a adaptar suas músicas e sua personalidade para se adequar ao público.
Seu relacionamento com Dennis Wilson que o aproximou do estrelato musical. Wilson pegou uma música que Manson havia escrito, "Cease To Exist", e a transformou na "Never Learn Not To Love" dos Beach Boys.
No processo, ele mudou a composição, e incluiu o verso de abertura para: "Cease to resist". Depois dessa informação, esse verso vai despertar uma coisa totalmente diferente na sua cabeça.
Black Francis, em abril de 1989, disse em uma entrevista: "O primeira verso é uma piada sobre The Beach Boys e Charles Manson. Eles saíam juntos e ele escreveu essa música chamada "Cease To Exist". Os Beach Boys usaram muitas de suas letras."
Depois dos episódios, Manson deixou uma bala na cama do Dennis Wilson como uma ameaça. "Eu dei ao Dennis Wilson uma bala, não dei? Eu dei porque ele queria mudar as letras das minhas músicas", declarou Manson à apresentadora de TV americana Diane Sawyer em uma entrevista.
Depois que os seguidores de Manson assassinaram Sharon Tate, Jay Sebring, Wojciech Frykowski, Abigail Folger e Steven Parent, ele lançou o álbum LIE: The Love And Terror Cult. O nome do disco faz referência a capa da revista Life, que nos anos 1970 e 1980, tornou-se um item colecionável na cena do punk e metal.
Embora 2 mil cópias tenham sido impressas, apenas 300 foram vendidas. O álbum está disponível nos serviços de streaming como o Spotify, ao lado de uma série de trechos gravados na prisão. Curiosamente, mensalmente Manson tem 35 mil reproduções na plataforma. Os lucros do seu trabalho vão para fundos que auxiliam vítimas de ataques violentos.
Um músico que se arrependeu de sua fascinação com Manson foi Trent Reznor, do Nine Inch Nails. Em 1992, ele alugou a casa em 10050 Cielo Drive, o local dos assassinatos de Tate, para usar como estúdio durante a gravação de The Downward Spiral. Durante o tempo em que ele esteve lá, teve a chance de encontrar com Debra Tate, a irmã de Sharon.
Em uma entrevista para a Rolling Stone em 1997, ele contou sobre o encontro: 'Você está explorando a morte de minha irmã estando aqui?', perguntou Tate. "Pela primeira vez, a situação me deu um tapa na cara", disse.
"Eu acho que a história nunca tinha me impressionado, mas aconteceu. Ela perdeu a irmã de uma situação sem sentido e brutal que eu não quero apoiar. Quando ela estava falando comigo, eu percebi pela primeira vez: "E se fosse minha irmã?" E então eu pensei: 'Foda-se Charlie Manson'. Eu não quero ser visto como um cara que apoia um serial killer. Fui para casa e chorei naquela noite."
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