Aos 80 anos, ele cumpre prisão perpétua por participação em sete homicídios
Redação Publicado em 18/11/2014, às 11h50 - Atualizado às 12h59
Charles Manson, de 80 anos, um dos criminosos mais conhecidos e abominados de todos os tempos, que cumpre prisão perpétua nos Estados Unidos por sete homicídios - incluindo o da atriz Sharon Tate -, conseguiu uma licença para se casar com uma mulher de 26 anos. As informações são da agência France Presse.
As confissões finais de Charles Manson, o mais infame psicopata vivo.
"Ele obteve licença de matrimônio", disse à AFP um representante do departamento de Prisões da Califórnia. A data do matrimônio, contudo, ainda não foi marcada. O documento que permite da união entre Manson e a noiva dele, Afton Elaine Burton, também conhecida como Star, foi emitido no dia 7 de novembro, segundo o site do condado de Kings, onde se encontra o centro penitenciário estatal de Corcoran, a 300 km de Los Angeles.
Segundo a imprensa norte-americana, Star é uma grande fã de Manson desde a adolescência. Há oito anos, ela se mudou para perto do presídio em que ele cumpre pena apenas para visitá-lo. Desde então, eles começaram a namorar. Este será o terceiro casamento do criminoso, que manteve relações com Jean Willis, entre 1955 e 1958, e com Candy Stevens, entre 1959 e 1963.
Charles Manson cumpre o restante da sentença de prisão perpétua pela participação nos assassinatos do caso Tate-LaBianca, que encerraram a era de paz e amor, em 1969. Entre as vítimas dele estava Sharon Tate, mulher do diretor Roman Polanski e grávida de oito meses. A condenação à morte foi mudada para prisão perpétua quando se aboliu a pena capital no estado da Califórnia, em 1972.
Galeria: como o cinema e a televisão retratam o maior psicopata vivo.
A revista Rolling Stone Brasil publicou na edição 87/dezembro uma entrevista com Charles Manson, em que ele fala sobre a futura mulher dele e também sobre os assassinatos do caso Tate-LaBianca. Leia um trecho abaixo.
No San Joaquin Valley, na Califórnia, entre Bakersfield e Fresno, na periferia da cidade cheia de moscas, de vento, de fedor e de ar seco de Corcoran, fica a ampla Corcoran State Prison, onde Charles Manson cumpre o restante da sentença de prisão perpétua pela participação nos assassinatos do caso Tate-LaBianca, que encerraram a era de paz e amor, em 1969. Ele acaba de entrar na sala de visitas. Não tem a mesma aparência de antes, claro, quando aparecia todo resplandecente em roupas de pele de veado com franjas, às vezes usando gravata ou um colete de retalhos, ostentando um cavanhaque sedutor e olhos loucos de Rasputin. Era o tempo em que saltava da cadeira para atacar o juiz que presidiu o julgamento, segurando um lápis, pronto para perfurar a garganta do velho, antes de ser contido, ajudando a concretizar o veredicto de “culpado”. Esses dias se foram. Ele tem 79 anos. É um velho grisalho, com audição e pulmões ruins e dentadura rachada. Anda com uma bengala e a levanta saudando os visitantes, um deles uma morena esguia que ele chama de Star. “Star!”, diz. “Não é uma mulher. É uma estrela na Via Láctea!” Ele abre os braços, sorrindo, e ela flutua na direção dele.
Charles Manson: o homem mais perigoso do mundo.
De uma plataforma elevada no centro da sala, dois guardas armados com spray de pimenta e cassetetes ficam de olho no casal. Star tem 25 anos, vem de uma cidade à beira do rio Mississippi, foi criada como batista, veste-se muito bem e tem senso de humor. Já Manson é o assassino mais infame de todos os tempos. Foi chamado de “diabo” pela maneira como influenciou os seguidores a matar em seu nome. Passou os últimos 44 anos na prisão e quase 60 anos encarcerado, o que significa que foi um homem livre por menos de duas décadas de vida. Nunca sairá de lá. Star, que não divulga o nome verdadeiro, vive em Corcoran há sete anos. Não foi a reputação assassina de Manson que a atraiu até aqui, mas sim a postura ambiental dele, pró-Terra, em favor das árvores, água e animais. Ela ficou para se tornar a defensora mais ardente do criminoso, para comandar diversos websites “Dê uma chance a Manson” e para visitá-lo todo sábado e domingo, por até cinco horas por dia, desde que ele não esteja na solitária. “As pessoas acham que sou louca”, ela diz. “Mas não sabem. Eu nasci para isso.”
As regras da sala permitem um beijo no começo e no final de cada visita. É o que eles fazem. Depois, sentam-se um de frente para o outro a uma mesa. A primeira coisa que se nota em Manson é o X (mais tarde alterado para uma suástica) que ele marcou na testa durante o julgamento, para protestar contra o tratamento pela lei, um ato logo copiado por seus colegas de quadrilha – e tantos anos depois, pela garota sentada diante de si, Star, que recentemente também cortou um X na testa. A segunda coisa é que a aparência dele é ótima. Apesar da idade, não há nada de velho nojento nele, nenhum pelo saindo das orelhas nem do nariz, ou baba nos cantos da boca. A camisa azul aprovada pela penitenciária não tem um único amassado, nem manchas de comida. Ele fala suavemente, muito diferente das entrevistas na TV nos anos 80 e 90, quando, por exemplo, inclinou-se em direção à jornalista Diane Sawyer, urrando: “Sou um gângster, mulher, eu roubo dinheiro!”.
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