Banda reuniu fãs no Cais da Alfândega, nesta terça, 16
Por Patrícia Colombo, de Recife Publicado em 15/03/2010, às 18h09
O Rec-Beat 2010 foi encerrado nesta terça, 16, e contou com o bem sucedido show do Cidadão Instigado, o coco do Mestre Galo Preto, a sofisticação do Cabezas de Cera, o instrumental nacional do Caldo de Piaba e o carnavalesco show do projeto Orquestra Original Olinda Style.
Com um investimento em torno de R$ 500 mil, em 2010, o evento reuniu cerca de 12 mil pessoas em cada um de seus quatro dias, entre turistas e recifenses, que acompanharam uma programação variada, tanto no estilo musical, quanto em termos de nacionalidade e tempo de carreira das atrações. Da "velha guarda" estiveram o bluesman norte-americano Magic Slim e o coquista Mestre Galo Preto. Entre os grupos mais recentes figuraram as instrumentais A Banda de Joseph Tourton e Caldo de Piaba. Entre os latinos, o Rec-Beat contou com os colombianos do Puerto Candelaria, os espanhóis do Ojos de Brujo e a banda Cabezas de Cera, do México.
O evento é realizado desde 1995, integrando a Abrafin (Associação Brasileira de Festivais Independentes) e a Adimi (Asociacion para el Desarollo de la Industria de la Musica Iberoamericana). Com entrada gratuita desde 1999, quando migrou de Olinda para Recife e passou a ser patrocinado - em princípio via captação própria, e, desde 2003, englobado no carnaval da capital (este, inscrito na Lei Rouanet: a iniciativa privada põe dinheiro e tem abatimento no IR) -, o Rec-Beat é realizado na avenida Cais da Alfândega, à beira do rio Capibaribe.
A diversificação de sua programação acompanha o evento desde o princípio. Contudo, com o desenvolvimento e a expansão do Rec-Beat, essa característica foi intensificada. "Inicialmente era um pouco mais focado na nova música pernambucana, na época do manguebeat. Mas com o crescimento do festival, fomos ampliando dentro do conceito do evento", disse o organizador Antonio Gutierrez, em entrevista à reportagem do site da Rolling Stone Brasil.
"Notei que caberia um festival diversificado no carnaval por causa do contexto plural da cultura pernambucana, que permite que você diversifique dentro de uma unidade", afirmou, falando sobre como surgiu a ideia de realizar um evento desse tipo. Para ele, o Rec-Beat não nega o carnaval pernambucano. "Não é um evento excludente, ele complementa o carnaval."
Confira abaixo como foi a última noite de shows:
Mestre Galo Preto (PE)
Mestre Galo Preto, um dos grandes nomes do coco, foi a primeira atração do line-up oficial do festival, nesta terça, 16. Aos 75 anos de idade, Galo Preto esbanja simpatia e, com um pandeiro nas mãos - e em alguns momentos versos improvisados -, oferece ao público uma sonoridade que representa o mais belo da cultura de raiz brasileira. Ao executar "Homem com Homem, Mulher com Mulher", falou sobre o respeito à diversidade sexual com rimas como "O amor é coisa séria/ Amor vem do coração/ Não importa qual o sexo/ Amor faz a união". Durante sua apresentação, antecedendo algumas canções, explicou um pouco sobre os ritmos que cantava, os tipos de coco existentes, sobre a embolada. Em certo momento, o rapper Zé Brown subiu ao palco e, com a cadência do estilo do coquista, fez suas rimas, estabelecendo a ligação entre a cultura hip hop e a música nordestina.
Caldo de Piaba (AC)
O trio instrumental do Caldo de Piaba assumiu o palco do Rec-Beat após o show de Mestre Galo Preto. Realizando covers que iam de "I Want You (She's So Heavy)", dos Beatles, passando por trechos de "Canto de Ossanha", de Baden Powell e Vinicius de Morais, e "O Caminho do Bem", clássico da fase Racional de Tim Maia, a banda trouxe, em apresentação marcante, um rock cheio de influências de samba, do ska e do carimbó. Tudo bem misturado mesmo. O grupo é do Acre e, durante o show, três canções foram transmitidas ao vivo na televisão pública do estado.
Cidadão Instigado (CE)
O grupo do guitarrista Fernando Catatau realizou um dos shows mais bem sucedidos do festival. O público lotava o Cais da Alfândega e aplaudiu intensamente a banda quando esta entrou no palco. Grande parte do repertório pertenceu ao álbum Uhuu!, o terceiro do Cidadão, lançado em 2009 (e eleito um dos melhores discos do ano pela Rolling Stone Brasil), apesar de também contar com faixas dos discos anteriores. A banda trouxe seu estilo rock com diversas referências, com presença de sintetizadores, batidas eletrônicas e letras românticas, que agradaram e muito os fãs. "Contando Estrelas" abriu a apresentação e esteve entre as que mais empolgaram o público - assim como "Escolher pra quê?", "Deus é uma Viagem", "Homem Velho" e "Pobre dos Dentes de Ouro" (com as batidas de palma cadenciadas em trechos da música).
Cabezas de Cera (México)
Os instrumentais mexicanos do Cabezas de Cera se apresentaram após o Cidadão Instigado, trazendo uma série de experimentações sofisticadas. Mauricio Sotelo, Paco Sotelo e Ramses Luna valeram-se de instrumentos musicais diferenciados, como uma guitarra de doze cordas, zurna e wind midi, passando do som árabe à influências eletrônicas.
Orquestra Original Olinda Style (PE)
O festival foi encerrado no melhor estilo carnaval com a apresentação que juntou a banda Eddie à Orquestra Contemporânea de Olinda. O grupo lotou o espaço onde o palco estava localizado e nem a garoa que caiu em um dos momentos da noite desanimou aqueles que estavam curtindo o último dia do festival. Composições que se assemelhavam a marchinhas e outras que tinham um pé no reggae marcaram o show, que terminou com o coro de "poropopó", encerrando o Rec-Beat em clima folião.
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