Décima terceira temporada de CSI estreia no Brasil nesta segunda, 22; leia entrevista com a produtora e roteirista
Stella Rodrigues Publicado em 22/10/2012, às 21h01 - Atualizado às 21h42
É difícil acreditar que tem 13 anos que a série CSI, que reinventou o conceito do episódio “procedural”, está no ar. O conceito quer dizer que a cada capítulo há uma investigação detalhada e técnica como base para o desenrolar de uma nova trama. Desde aquela época, Elizabeth Devine, ex-criminalista da polícia de Los Angeles, está envolvida no crescimento do programa, que há anos é votado o número um no mundo. Ela começou seu trabalho na atração original, que se passa em Las Vegas, passou uma temporada na franquia ambientada em Miami e agora está de volta escrevendo e produzindo o programa inicial, que ajudou a dar novo gás a ficções de TV sobre crimes e investigações.
A décima terceira temporada de CSI estreia nesta segunda, 22, no canal a cabo Sony. “Começa quase no mesmo ponto do final da decimal segunda”, contou Liz à Rolling Stone Brasil. “O público ficará sabendo o que aconteceu e já pula de volta para dentro da história. É um episódio fantástico”, elogia. “Mesmo depois de 13 anos, o que é muito tempo, ainda somos todos muito animados com cada episódio que produzimos.”
Haja fôlego para arrumar motivação para pessoas normais cometerem crimes ora horríveis e tristes, ora curiosos e mesquinhos, por mais de uma década. Liz garante que apesar de a série estar no ar há um tempo anormalmente longo não faltam tramas a serem exploradas e dedicação da equipe para pesquisar histórias interessantes, mesmo que o programa já tenha trocado seus protagonistas algumas vezes – já passaram pela equipe o genial Gil Grissom (William Petersen), Langston (Lawrence Fishburn), a ex-stripper Catherine Willows ((Marg Helgenberger), entre outros.
“Treze anos de histórias é muito. Pegamos ideias de qualquer coisa. Lendo jornal, na internet, algo que aconteceu com a gente pessoalmente e achamos que poderá render uma história boa. Mudamos muito de escritores e personagens, o que nos leva a uma variedade maior de tramas. É muito divertido”. A natureza imprevisível das pessoas ajuda. “É incrível o que descobrimos quando lemos o jornal , o que as pessoas fazem umas com as outras não tem fim. Conseguimos fazer uma grande história com um motivo besta. Tem muito a ver com o que vemos acontecendo na vida real.”
Com toda essa experiência, já deu para perceber quais são os dramas que cativam mais a atenção do público. Em primeiro lugar na lista de queridos do público estão os roteiros que mostram o lado pessoal dos investigadores. Afinal, isso ajuda a escapar da fórmula do procedimento e dá novos ares. Em segundo, crianças. “Eu acho que as histórias que têm mais audiência têm a ver com os nossos personagens. Quando eles se metem em problemas ou algo pessoal acontece. As pessoas amam saber mais, já que eles não são o nosso foco. Eu também prefiro escrever esses capítulos, mostrar o lado pessoal”, diz ela. “Quando são crianças, nossos personagens ficam mais focados no caso, se preocupam. Eles são populares. Tentamos não fazer só casos com crianças ou mulheres, pórém, queremos manter o escopo de vítimas amplo.”
Há espaço ainda para os serial killers, que passam um tempo extra em cena. Liz foi a criadora do memorável e popular Paul Millander, que surgiu na primeira temporada e matava homens nascidos no aniversário da morte de seu pai. “Eu amo Milander. Queríamos muito um vilão que fosse bem inteligente e desafiasse Grissom, que era tão inteligente. Quase todos os outros assassinos não eram tão espertos.”
Uma série sobre crimes e ciência, especialmente com tanto público, acaba sendo vítima do mesmo escrutínio ferrenho pelo qual passa uma cena de crime. Liz conta que a equipe vive recebendo ligações de pessoas que contestam isso ou aquilo no processo de investigação. “Temos um time de pesquisa ótimo, realmente muito bom, que deixa as coisas o mais reais possível. Eu pesquiso ideias na internet, mas tenho uma equipe que pega essa ideia, procura fatos curiosos, descobre como algo funciona ou de que forma aquela pessoa falaria. Isso nos dá espaço para ser criativo, que é o que mantém as pessoas assistindo. Nossa audiência gosta de descobrir fatos curiosos, mas também quer que a história seja interessante. Meu trabalho é deixar as coisas boas de se assistir”, explica.
Esse time conta com uma agenda de mais de 800 contatos especializados nos mais diversos assuntos e que fazem consultoria para os roteiristas. Ainda assim, há um cuidado para a coisa não ser correta demais, ao ponto de ser perigosa. “A gente não dá, por exemplo, detalhes de como se faz uma bomba. Não dá para alguém ver o programa e aprender a fazer uma bomba, então, a gente às vezes não é muito exato com a ciência porque não seria muito esperto fazer isso”, diz, acrescentando que por mais que alguém seja um fã ávido do programa, dificilmente será capaz de cometer o crime perfeito. “Minha experiência trabalhando com a polícia me diz que sempre ficam evidências para trás. As pessoas ficam dominadas pela emoção, fazem algo terrível e irracional r não conseguem se livrar de todas as evidências. É o trabalho do CSI encontrar isso.”
“As pessoas são muito parecidas, mesmo morando em lugares diferentes, com climas e culturas diferentes. São todas um mistério”, resume ela para explicar o sucesso mundial da série. O conceito de pessoas boas tentando pegar pessoas más é global. O estilo visual de CSI e isso de mostrar como a ciência é legal são coisas atraentes. Fomos o primeiro programa a tornar a ciência divertida.”
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