Vacinação lenta e baixo isolamento social devem contribuir para novo pico da doença no inverno, segundo estudos
Redação Publicado em 18/05/2021, às 09h47
O Brasil registra queda na média morte de mortes nas duas últimas semanas, mas projeções de cientistas preveem uma terceira onda de Covid-19 no inverno. Segundo estudo Instituto de Métricas de Saúde e Avaliação da Universidade de Washington, nos EUA, país pode chegar a 751 mil mortes pela doença até 27 de agosto. As informações são do O Globo.
Devido ao ritmo lento da vacinação e baixo isolamento social, as previsões para o Brasil não são boas. O estudo da Universidade de Washington, destaque mundial pelas projeções certeiras, indica, no pior cenário, o patamar de 3.300 mortes diárias em 21 de julho - em 21 de setembro, o país alcançaria 941 mil óbitos pela doença.
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Conforme noticiado pelo O Globo, os especialistas do Instituto de Métrica alertam para o aumento de mortes mesmo com redução nas internações em UTIs e na média diária de óbitos. O motivo dessa piora na situação da pandemia no Brasil é a previsão de aumento das infecções, assim como a redução no uso de máscaras e distanciamento social.
Portanto, para evitar uma trágica terceira onda, especialistas avaliam a aceleração da vacinação como uma das principais medidas. Apesar da imunização chegar a 1,1 milhão de doses diárias em 13 de abril, a quantidade caiu ao longo do mês - em 12 de maio, foram apenas 429 mil vacinas, de acordo com painel da Universidade de Oxford. Além disso, o número de brasileiros imunizados com a segunda dose ainda não chega a 10% da população do país.
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De acordo com projeção da Rede Análise Covid-19, o Brasil apresenta tendência para picos da doença - exemplo de julho de 2020 e começo de 2021. Após o pico, a propensão é para queda, estabilização e, depois, um novo aumento. Atualmente, segundo os pesquisadores, o país está às vésperas de um novo aumento de infectados e mortos.
Procurado pelo O Globo para falar das projeções que embasas as ações do governo federal, o Ministério da Saúde respondeu que “não comenta sobre projeções”.
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Nesta quarta, 5 de maio, Jair Bolsonaro (sem partido) comentou sobre a CPI da Covid, que investiga a atuação do governo federal durante a pandemia. Durante declaração, o presidente chamou de “canalha” quem não concorda com o tratamento precoce contra a doença e não "apresenta alternativa". As informações são do G1.
Um dos pontos de investigação da CPI da Covid é a promoção governamental de medidas sem eficácia comprovada contra a doença, como o tratamento precoce. Bolsonaro é um dos defensores do uso desses medicamentos, como hidroxicloroquina, e afirma que se curou da Covid-19 graças ao remédio.
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No Palácio do Planalto nesta quarta, 5, Bolsonaro disse: "Canalha é aquele que é contra o tratamento precoce e não apresenta alternativa. Esse é um canalha. O que eu tomei [para tratar a Covid], todo mundo sabe. Ouso dizer que milhões de pessoas fizeram esse tratamento. Por que é contra?"
Segundo o G1, o presidente também disse esperar que a investigação da CPI também seja feita em relação ao resultado do uso de hidroxicloroquina em Manaus no início de 2021: "Espero que a experiência de Manaus com doses cavalares de hidroxicloroquina seja completamente desnudada pelos senadores. Por que não se investe em remédio? Por que é barato demais? É lucrativo para empresas farmacêuticas ou para laboratórios investir no que é caro? Nós conhecemos isso."
Durante o discurso, Bolsonaro sugeriu aos senadores integrantes da CPI que ouçam profissionais defensores do tratamento precoce: "Essa CPI, eu tenho certeza, parlamentares, senadores, em especial, vai ser excepcional no final da linha. Que vai mostrar sim o que alguns fizeram erradamente com os bilhões entregues pelo governo para os seus respectivos estados e municípios. Junto àqueles que são isentos e apoiam a verdade, senadores, estamos sugerindo que seja convocado ou convidado autoridades que venham falar do tratamento precoce."
Além de não prevenir contra a Covid-19, o chamado tratamento precoce pode ter diversos efeitos colaterais. Muitas vezes, os medicamentos são usados em altas dosagens e sem acompanhamento médico, o que pode causar hemorragias, doenças no fígado e insuficiência renal.
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Também chamado de “kit-covid”, o tratamento com remédios sem eficácia pode ter diversas complicações no organismo, além de atrasar a busca por atendimento após o diagnóstico de Covid-19.
Em entrevista ao Estadão, o médico Valmir Crestani Filho explicou: “Em um dos últimos plantões, atendi um paciente que estava tomando cloroquina e usando oxigênio em casa. Ele chegou azul. Tive de intubar na hora.”
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Além de defender o tratamento precoce, Bolsonaro também insinuou que o vírus foi criado em “laboratório.” Sem mencionar a China, o presidente questionou se a pandemia seria, de fato, uma “guerra química”.
"É um vírus novo, ninguém sabe se nasceu em laboratório ou nasceu por algum ser humano ingerir um animal inadequado. Mas está aí. Os militares sabem o que é guerra química, bacteriológica e radiológica. Será que não estamos enfrentando uma nova guerra? Qual o país que mais cresceu o seu PIB? Não vou dizer para vocês," disse.
A hipótese já foi descartada pela OMS, conforme noticiado pelo G1. A organização realizou um estudo que indicou ser "extremamente improvável" que o vírus tenha sido criado devido a um incidente em laboratório.
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