- Justiceiro (Foto: Reprodução / Marvel Comics)

Cocriador do Justiceiro: ‘Cancelem todas as HQs de super-heróis’

Em uma série de tuítes, Gerry Conway falou sobre a necessidade de mudar o modelo de criação e vendas de HQs

Redação Publicado em 25/09/2020, às 12h38

Gerry Conway, cocriador do Justiceiro, Firestorm, Vixen e Miss Marvel, publicou uma grande thread de tuítes - sequência de postagens - sobre o mercado de histórias em quadrinhos e declarou que é necessário cancelar “todas as HQs de super-heróis”. (Via Bleeding Cool)

Após participar do programa Word Ballon no Youtube e conversar com apresentador John Siuntres sobre o que eles fariam se comandassem o mundo, Conway foi para as redes sociais para apontar os problemas deste segmento da indústria de entretenimento. 

Primeiro, o criador contextualizou a situação do mercado de HQs para os seguidores e explicou que os quadrinhos nunca tiveram tanto potencial na mídia, mas o atual modelo de negócios afeta os editores e não cria perspectiva de futuro. 

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“Vamos deixar de lado essa incrível estupidez comercial de depender de um único método de distribuição (vendas diretas para um único público em lojas de livros). O problema é maior: o público definido para a popularização dos quadrinhos é um público que, por definição, diminui constantemente”, escreveu Conway

Let’s put aside the incredible business stupidity of depending on a single distribution method (direct sales to single-audience comic book stores). The problem is bigger: the defined audience for mainstream comics is an audience that by definition constantly shrinks.

— Gerry Conway (@gerryconway) September 22, 2020

Conway explica que no final dos anos 1970, Stan Lee e Julie Schwartz já tinham tornado as HQs populares ao criar histórias para garotos de 9 a 13 anos. Contudo, a próxima geração de criadores e quadrinistas queria trazer narrativas mais complexas para o público adulto. 

Para o criador, era uma situação similar à série de livros de Harry Potter:  “Apesar do apelo que o primeiro livro de Potter tem sobre os leitores mais velhos… seu público-alvo principal era, e continua sendo, estudantes do fundamental, de 8 a 12 anos”. 

Ele continuou: “E o mesmo costumava ser para os quadrinhos de super-heróis. Até que minha geração chegou [...] Nós não queríamos criar HQs para crianças. Nós queríamos criar HQs para nós”. 

Regardless of what appeal the first Potter book might have for older and existing readers...its primary readership was intended to be, and remains, Middle-Grade, 8 to 12.

And the same used to be true for comics, particularly superhero comics. Until my generation came along.

— Gerry Conway (@gerryconway) September 22, 2020

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Então, Conway declarou que a solução para este dilema comercial seria cancelar todas as HQs. “Eu cancelaria todas as HQs de super-heróis existentes e publicaria uma nova linha para os estudantes do fundamental, simplificaria os personagens e as narrativas e eliminaria todos os ‘eventos’ que necessitem de mais familiaridade com a história básica. Dez-quinze títulos”, disse o criador. 

I’d cancel every existing superhero comic book, and publish a limited new line for a Middle-Grade readership, simplify characters and storylines, and eliminate every “event” that requires more than passing familiarity with the basic simplified continuity. Ten-fifteen titles.

— Gerry Conway (@gerryconway) September 22, 2020

Ele continuou: “Para os leitores já existentes, eu ofereceria uma linha de quadrinhos separada e mais cara, com quaisquer histórias expandidas para adultos que os criadores e leitores desejam explorar. Mas isso seria separado. Não mensal. Não seria o convencional”.

For existing readers, I’d offer a separate, higher priced graphic novel line with whatever expanded adult storylines creators and readers want to explore. But this would be separate. Not monthly. Not the mainstream.

— Gerry Conway (@gerryconway) September 22, 2020

Por fim, Conway disse que faria o possível para colocar as publicações em todas as redes de distribuição possíveis, como supermercados, cinemas e plataformas digitais, como a Amazon


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