Martinho da Vila com as filhas e a neta na cerimônia de encerramento dos Jogos Olímpicos Rio 2016 - Natacha Pisarenko/AP

Com Martinho da Vila, Roberta Sá, Arnaldo Antunes e Lenine, Olimpíada termina em ritmo de Carnaval

Ritmos regionais foram destaque na trilha sonora

Redação Publicado em 21/08/2016, às 23h08 - Atualizado em 22/08/2016, às 11h16

Os ritmos nordestinos e o carnaval carioca tiveram um grande destaque na cerimônia de encerramento dos Jogos Olímpicos Rio 2016, que aconteceu na noite deste domingo, 21, no Maracanã, Rio de Janeiro, sob chuva, com frio e com muito dos já tradicionais fogos de artifício.

A festa, que em certos aspectos foi um espelho da de abertura (não teve Gisele Bündchen, mas teve a modelo Izabel Goulart liderando o cortejo carnavalesco; e Santos Dumont, inventor do avião que tanto irritou os norte-americanos na cerimônia de abertura, abriu a noite de hoje), serviu seu propósito de "entregar" os Jogos para o Japão, próxima casa do evento. De forma bem-humorada, o primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, usou como "meio de transporte" para chegar ao Brasil o cano pelo qual viaja o popularíssimo personagem dos videogames Mario, o encanador, e apareceu no estádio usando até a roupa do Mario.

Antes de se despedir oficialmente da Rio 2016, o público se deleitou com uma retrospectiva das artes brasileiras. A cantora Roberta Sá, interpretando Carmen Miranda, puxou as delegações, e teve ainda homenagem à pintora Tarsila do Amaral e referências ao trabalho de artesanato realizado em diversas partes do país, aos desenhos geométricos dos índios e às pinturas rupestres das cavernas do Piauí. Musicalmente, os ritmos do norte e do nordeste do país, com destaque para "Asa Branca", de Luiz Gonzaga, foram muito presentes na trilha sonora do desfile das delegações de atletas. A festa toda terminou no grande carnaval puxado pela já mencionada Izabel Goulart e por Renato “Gari” Sorriso, que lideraram 50 baianos e 200 passistas. A atriz Leandra Leal foi a porta-bandeira do famoso bloco de rua Cordão da Bola Preta, um dos maiores do país, que levantou o público com 12 percussionistas.

Barbatuques e Martinho da Vila fizeram as primeiras apresentações musicais da noite. Ao lado das três filhas e de uma neta, Martinho fez tributo a Pixinguinha, Braguinha e Noel Rosa com “Carinhoso” e "Pastorinhas”. Do samba e choro, passou-se para o Hino Nacional, cantado por 27 crianças (representando os 26 estados e o Distrito Federal).

Outra particularidade do Brasil, proporcionada pela língua portuguesa, teve seu espaço. O escritor, compositor e cantor Arnaldo Antunes recitou um poema sobre a palavra saudade, que é considerada intraduzível (de maneira completa) para outras línguas. Projeções vieram para mostrar como os outros idiomas tentam expressar o mesmo significado.

No mais, Lenine teve oportunidade de fazer um agradecimento aos voluntários da Rio 2016. O artista apresentou uma adaptação de "Jack Soul Brasileiro" para eles. E o apagar da pira olímpica, um dos momentos mais aguardados da noite, aconteceu ao som de "Pelo Tempo que Durar", de Marisa Monte e Adriana Calcanhoto, mas cantada por Mariene de Castro.

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