Com Rodrigo Santoro e Antonio Banderas, filme Os 33 oferece emoção honesta

Longa-metragem narra a luta pela sobrevivência dos 33 mineiros chilenos que ficaram quatro meses soterrados

Paulo Cavalcanti

Publicado em 28/10/2015, às 19h10 - Atualizado às 19h24
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Rodrigo Santoro em cena do filme <i>Os 33</i> - Divulgação

Em 2010, o mundo parou para acompanhar a tragédia dos 33 mineiros chilenos que ficaram quatro meses soterrados 700 metros abaixo da terra quando a mina de cobre onde eles trabalhavam na região de Copiapó, perto Deserto do Atacama, no Chile, desabou no dia 5 de agosto daquele ano. Ninguém acreditava que eles pudessem estar vivos, mas desafiando todos os prognósticos contrários, foi exatamente isso o que aconteceu. O filme Os 33, que chega aos cinemas brasileiros nesta quinta-feira, 29, conta de forma competente e didática todo o que aconteceu.

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O longa é dirigido pela mexicana Patricia Riggen (Sob a mesma Lua) e tem no elenco Antonio Banderas (A Pele que Habito) e o brasileiro Rodrigo Santoro (Golpe Duplo). Com muitos acontecimentos e uma enorme gama de personagens à sua disposição, Riggen teve que condensar os fatos e limitar parte das caracterizações. No começo do filme, antes da tragédia acontecer, conhecemos alguns dos mineiros e suas particularidades. Mas não demora muito para que a ação se desenrole.

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A sequência da mina San José desabando é bem coordenada e convincente. Em meio ao caos e lutando pela vida, os trabalhadores ainda conseguem rumar para um refúgio de segurança, onde teriam alguma chance de escapar. Mas chegando lá, descobrem que as escadas que os levariam á superfície estão danificadas e que os suprimentos e medicamentos existentes são extremamente limitados. Então, cabe a Mario Sepúlveda (Banderas) assumir, com certa relutância, a liderança. Apelidado posteriormente de “Super Mario”, ele controla as rações e procura evitar que os homens não enlouqueçam em meio a falta de esperança e ao ambiente claustrofóbico e opressor em que se encontram.

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Enquanto os mineiros seguem debaixo da terra com cada vez menos chance de sobreviver, na superfície Laurence Goldborne (Santoro), o Ministro de Mineração, faz o máximo para que tudo termine de uma forma feliz. Eventualmente a equipe de salvamento consegue estabelecer comunicação com os mineiros. O mundo acompanha o drama se desenrolando e os familiares dos mineiros, liderados por Maria (Juliette Binoche) decidem acampar na região para acompanhar tudo de perto. Mesmo assim, o tempo vai passando e as chances de resgatá-los vão ficando cada vez menores.

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A moral entre os homens vai diminuindo e as tensões vão aumentando. Depois de 69 dias presos, o trabalhadores conseguem ver a luz do dia graças a engenhosidade e a persistência da equipe liderada pelo idealista Goldborne. Os 33 é um filme convencional, mas possui vários fatores positivos, como a autenticidade e um elenco de grandes atores latino-americanos. Destaque também para o filipino Lou Diamond Phillips como Luis Urzúa, o capataz que percebe que a tragédia é anunciada e o irlandês Gabriel Byrne vivendo um especialista em minas que oferece ajuda preciosa a Goldborne. Os 33 oferece emoção honesta e mesmo que todos já saibam como vai ser o final, mantém o público em total estado de tensão.

TAGS: cinema, antonio banderas, rodrigo santoro, os 33, Patricia Riggen