Por dentro da terceira temporada da série de sucesso da BBC, estrelada por Benedict Cumberbatch
Logan Hill Publicado em 17/01/2014, às 10h50 - Atualizado às 11h49
Atenção, o texto abaixo traz spoilers para quem não viu a segunda temporada
No final da segunda temporada da série Sherlock, da BBC, o detetive-herói vivido por Benedict Cumberbatch se jogou de cima do telhado. Sherlock Holmes foi dado como morto ali mesmo, na calçada ensanguentada. Então, na cena final, conforme vemos o devotado Dr. Watson, vivido por Martin Freeman, lamentando a perda do amigo diante da tumba dele, Holmes aparece bastante vivo e observando tudo de longe.
Transitando pela TV e em blockbusters, ator britânico Benedict Cumberbatch coleciona elogios.
O episódio ocasionou um debate bastante animado entre os fãs até a estreia da terceira temporada, que começou no dia 2 de janeiro, no Reino Unido, e foi exibido no Brasil pelo canal pago BBC HD. “Todo mundo tinha uma teoria própria”, diz o cocriador Steven Moffat, que também comanda o reboot de Doctor Who. “Todos os jornais da Inglaterra tinham uma teoria!”
A terceira temporada, que novamente traz três episódios de uma hora e meia, foi como uma orgia de satisfação de desejos dos fãs. Os casos continuam tão ousados como sempre, mas a relação entre Holmes e Watson se aprofunda. No segundo episódio, o hiperlógico Holmes precisa fazer o discurso, no papel de padrinho, durante o casamento de Watson. Flashbacks hilários revelam as aventuras mais recentes da dupla. “Holmes tem um problema notório de abuso de substâncias – ele injeta cocaína nos livros originais”, relembra Moffat. “Pensamos: ‘e se tivermos Sherlock bêbado? Ficando totalmente embriagado?’ Eu adoraria ver isso.”
O sucesso global da série – é um hit absoluto no Reino Unido, está rapidamente se tornando cult nos Estados Unidos e 3 milhões de pessoas assistiram à estreia na China – deve muito à química entre Cumberbatch e Freeman. Os fãs têm escrito ficção homoerótica com os personagens Watson e Holmes. “Sherlock Holmes sempre foi um símbolo sexual”, diz Moffat. “A pessoa mais atraente em um determinado local nem sempre é a mais bonita; é a mais interessante”.
Holmes, na interpretação de Cumberbatch, nem sempre é uma pessoa palatável. “Ele gosta de se definir como um sociopata altamente funcional”, diz Moffat. “Mais correto seria dizer que ele é alguém que quer a desculpa de ser um sociopata para não ter que fazer as coisas que o entediam.”
O showrunner gosta de enfatizar que Holmes não é um Volcano sem emoções – ele simplesmente resolveu que coisas como sexo e piadas iam interferir em suas habilidades de dedução. “Não é a decisão de um monge, não é uma atribulação”, explica Moffat. “É um superpoder alcançável.”
O grande perigo da terceira temporada é que a fachada de durão de Holmes pode finalmente se desfazer. “Ele não está errado em não confiar nas próprias emoções”, conta Moffat. “E ele vai aprender isso da maneira mais difícil possível.”
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