Loki, nova série da Marvel, chegou ao Disney+ no Mês do Orgulho LGBTQ+ trazendo o primeiro personagem gênero fluido da franquia
Marina Sakai (sob supervisão de Yolanda Reis) Publicado em 30/06/2021, às 18h54
Desde a estreia no Disney+ em 9 de junho de 2021, Loki se tornou a série mais popular do MCU, com a aprovação da crítica em 93%, segundo o Rotten Tomatoes. O Deus da Trapaça é um velho conhecido dos fãs e aparece nos filmes da franquia há uma década. Mas, com uma produção exclusiva dele, uma nova informação chegou ao público: Loki é gênero-fluido.
Loki é conhecido pela ambiguidade, por ser subversivo e muito inteligente. Assim, a identificação de gênero não foge muito à descrição. O Deus da Trapaça fazer parte da comunidade LGBTQ+ pode, inclusive, abrir mais portas para representatividade na Marvel e no entretenimento em geral.
A notícia foi revelada em uma publicação no Twitter oficial da série, na qual as principais características do protagonista apareciam datilografadas em um formulário. Kate Herron, diretora da série, reforçou como é importante apontar o gênero-fluido do protagonista para preservar a característica. “Os detalhes estão inseridos na história, mas é algo que reconhecemos. Loki tem gênero-fluido na mitologia nórdica e nos quadrinhos, era algo importante de fazer,” disse ao Insider.
POV: You've just arrived at the TVA 🕰 Marvel Studios' #Loki starts streaming Wednesday on @DisneyPlus. pic.twitter.com/fhP2pWvOz5
— Loki (@LokiOfficial) June 6, 2021
Nas HQs da Marvel, o personagem também se identifica como bissexual, aspecto também mantido na adaptação para as telas. No terceiro episódio da série, Loki (Tom Hiddleston) discute a orientação sexual com Sylvie (Sophia Di Martino). Ela questiona: "Você é um príncipe. Deve haver uma candidata a princesa... ou um outro príncipe." Em seguida, o Deus da Trapaça responde: "Um pouco dos dois. Desconfio que igual a você."
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Após o lançamento do episódio, muitos fãs comentaram sobre a revelação e Herron usou o Twitter para se manifestar: "Desde o momento em que entrei para Loki, foi muito importante para mim, meu objetivo era reconhecer que Loki é bissexual. É uma parte de quem ele é e de quem eu também sou. Sei que é um pequeno passo, mas estou feliz, e [meu] coração está tão cheio em dizer que agora [Loki] é bissexual no [MCU]."
From the moment I joined @LokiOfficial it was very important to me, and my goal, to acknowledge Loki was bisexual. It is a part of who he is and who I am too. I know this is a small step but I’m happy, and heart is so full, to say that this is now Canon in #mcu #Loki 💗💜💙 pic.twitter.com/lz3KJbewx8
— Kate Herron (@iamkateherron) June 23, 2021
Diversidade de orientação sexual está presente nos quadrinhos há algum tempo. Existem heróis LGBTQ+ na Marvel e no Universo Estendido DC. Inclusive, o novo filme do MCU, Os Eternos, terá o primeiro personagem abertamente gay — Phastos, interpretado por Brian Tyree Henry — e o primeiro beijo entre dois homens da franquia.
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Quando falamos de identidade de gênero, no entanto, a situação é diferente. Loki é o primeiro personagem gênero-fluido da franquia, isto é, classifica-se como não-binário. Algumas celebridades se identificam com a não-binaridade, como Demi Lovato e Ezra Miller — mas é uma novidade para o mundo da ficção.
Mas, o que é a não-binaridade? Para explicar de maneira simples: existem pessoas cisgênero (as quais se identificam com o gênero atribuido a elas) e as transgênero, as quais não se enquadram nesses padrões de identidade. Dentro desta categoria, há algumas especificações, entre elas, a não-binaridade.
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Pessoas não-binárias não se identificam com os padrões associados ao masculino ou feminino, ou seja, a binaridade de gênero. Entre elas, estão as que se identificam como gênero oscilante, ou o gênero-fluido de Loki. Para exemplificar a identidade, podemos citar Feel Good (2020), série da Netflix protagonizada por Mae, uma pessoa não-binária.
Na mitologia nórdica, Loki tem a capacidade de se transformar em mulher ou outros animais para realizar seus objetivos, vive no limite dos gêneros e sexualidades para usá-los da maneira desejada. Isso significaria que o Deus da Trapaça sempre foi gênero-fluido na trajetória no MCU, informação comprovada pelo próprio Tom Hiddleston.
Desde que conseguiu o papel, sabia da identidade de gênero do personagem, e interpretou-o como tal durante 10 anos, antes da notícia chegar ao público oficialmente. Em entrevista à Revista Out, disse: "Lá atrás, pesquisei muito e entendi: sempre esteve ali, não só nos quadrinhos, mas na história dele ao longo de milhares de anos, existe uma fluidez em Loki que é muito interessante, é a essência do personagem."
Loki é um dos personagens mais queridos de uma das mais populares franquias do entretenimento. É uma ótima oportunidade para estimular uma tendência em ascensão, e abrir portas para mais protagonistas LGBTQ+ no futuro, não exclusivamente no MCU. Além disso, é um grande passo para a Marvel em questões de diversidade e para a representatividade de personagens não-binários e bissexuais em grandes produções.
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