Gravada há 50 anos, a faixa lançou a carreira solo do músico após o rompimento do icônico quarteto e foi considerada uma obra-prima entre os fãs e críticos
Redação Publicado em 17/02/2020, às 12h36
Ao que dizem, no outono de 1969, Paul McCartney morreu. Os primeiros boatos foram divulgados por DJs e estudantes universitários: McCartney havia morrido em um acidente de automóvel em 1966 e os outros Beatles eram cúmplices para esconder essa história.
O movimento "Paul Is Dead" foi cessado quando a Life enviou uma equipe para a Escócia e tentar achar McCartney. O mundo deu um suspiro de alívio depois que a revista publicou uma matéria de capa em novembro com o título: "Paul ainda está conosco" e uma foto ao lado da jovem família.
No entanto, durante o mesmo período, McCartney sofria uma espécie de "morte espiritual" com o rompimento dos Beatles. Para o músico, a ideia de não fazer mais parte do grupo significava que a inspiração para criar havia sido extinta.
"Era bom enquanto eu estava nos Beatles, eu era útil e podia tocar baixo para as músicas deles, escrever para eles cantarem e eu também. Mas no minuto em que eu não estava mais com os Beatles, ficou realmente muito difícil".
Segundo o Salon, pela primeira vez na vida, McCartney estava experimentando algo semelhante à depressão. Como anos depois relembra: "E exibi todos os sintomas clássicos de um homem redundante. Primeiro, você não faz a barba e para deixá-la crescer, é porque você não está incomodado. Depois, uma raiva profunda se instala com tudo". Na época, ele também se saciava o desânimo com a bebida.
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Com Linda ao lado, McCartney conseguiu conter essa maré de angústica pelo fim dos Beatles. E, no final de dezembro, ele decidiu fazer algo a respeito ao instalar um gravador de quadro faixa da Studer na própria casa em Londres. Com isso, ele começou a trabalhar imediatamente a apenas alguns quarteirões de distância dos estúdios Abbey Road.
Nos meses seguintes, o músico gravou várias músicas em casa. "Eu me sentia bastante confortável. Senti que eu realmente poderia fazer algo novamente". No final de fevereiro, ele compôs um sucesso: "Maybe I'm Amazed".
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A faixa foi um trabalho de destaque, e, na mente de McCartney, era algo especial, um clássico instantâneo como "Yesterday" ou "Let It Be". Assim, ele percebeu que não funcionaria mais trabalhar em casa. Em uma viagem curta ao Studio 2, da Abbey Road, McCartney gravou o piano apaixonante, e, com um arranjo delicado, ele conseguiu uma separação cuidadosa entre os teclados, baixo e bateria. Além dos vocais cintilantes e solo de guitarra.
Quando o disco solo foi lançado, em abril de 1970, McCartney sofreu críticas de alguns veículos especializados. Para o Melody Maker, o conteúdo do álbum era "bura banalidade", exceto "Maybe I'm Amazed", que já era um consenso de obra-prima entre os fãs e críticos.
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Já a Rolling Stone EUA a destacou como "uma música muito poderosa" que ressalta um dos principais subtemas do disco: "o terrível fardo da solidão que pode ser dissipado pelo amor".
A faixa completa 50 anos neste mês e lançou a carreira solo de McCartney em grande estilo. Em 2009, ele reconheceu que essa é "a música que ele gostaria de ser lembrada no futuro".
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Assista ao vídeo da música abaixo:
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