Depois de "Na Raba Toma Tapão", hit viral do Tiktok, o MC lidera a lista de músicas mais tocadas do país nas plataformas de streaming com "Oh Juliana"
Nicolle Cabral | @NicolleCabral Publicado em 18/08/2020, às 07h00
Sem nunca ter subido em um palco, MC Niack, de 17 anos, já coleciona mais de 5 milhões de ouvintes mensais no Spotify e 65 milhões de visualizações no YouTube com "Na Raba Toma Tapão". O pontapé desse estouro aconteceu no TikTok, plataforma de compartilhamento de vídeos curtos, que tem impactado diretamente no consumo de música pop durante o último ano — desde o trapcountry "Old Town Road", de Lil Nas X.
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Lançada no dia 4 de abril, a música é uma das trilhas que ganhou coreografias e desafios de maquiagem durante o período de isolamento social e conquistou o topo das paradas. Ao todo, o hit do MC natural de Ribeirão Preto (SP) emplacou mais de 5 milhões de compartilhamentos na plataforma, na corrida do streaming disputou com lançamentos internacionais como "Rain on Me", parceria entre Lady Gaga e Ariana Grande, e ganhou o primeiro número um da carreira — que existe há apenas quatro meses.
Com a pegada “mandelão” — produções mais cruas e com o grave estourado, comum nos bailes funk —, o hit de Niack surgiu de uma parceria despretensiosa via mensagem direta no Instagram. Em março, o MC havia gravado os vocais pelo celular por cima de duas bases de funks feitas por DJ Markim, natural de Belo Horizonte (BH), no YouTube, "Não mandei moscar" e "Até o dia clarear". O mineiro, de 19 anos, ao ouvir as faixas cantadas por Niack, entrou em contato pela rede social e juntos abraçaram uma nova produção.
A composição veio “do nada”, descreve o MC em entrevista à Rolling Stone Brasil. “Não conseguia sair do primeiro verso [É o Niack chega, embraza]. Aí liguei a TV e ouvi ‘choque no sistema’, encaixei essa frase e o resto da letra veio com facilidade”. Assim que as rimas tomaram forma, Markim ajustou a base e os vocais e Niack virou um fenômeno dentro da plataforma chinesa.
Antes de entrar no radar do mercado, MC Niack, cujo nome é Davi Alexandre Magalhães de Almeida, trabalhava em uma fábrica de suplementos alimentares para auxiliar na renda da família em Ribeirão Preto, onde mora com os pais e mais três irmãos. Desde pequeno gostava de cantar e se manteve inspirado pelo pai e o irmão mais velho que tocava piano e violão, respectivamente. “Valeu a pena ter lutado e acreditado no sonho de ser um artista”, enfatiza.
Agora integrante do leque de artistas da Ritmo dos Fluxos, agência em ascensão do funk paulista, e em parceria com o KondZilla na produção de videoclipes, Niack dispensa o título de “artista de um hit só" ao lançar a segunda música que também chegou ao primeiro lugar nas paradas. Lançada em julho, "Oh Juliana", parceria com DJ Léo da 17 e Two Maloka, ocupa o topo das 50 músicas mais tocadas no Brasil do Spotify, desbancando “Desce Pro Play (PA PA PA)”, de Anitta com Mc Zaac e o rapper Tyga.
No Deezer, "Oh Juliana" entrou no Top 100 Brasil em primeiro lugar e, é claro, a receita musical feita com uma base minimalista, batidas marcadas e a voz de Niack já ganhou desafios com coreografias e maquiagem no TikTok com a #OhJulianaChallenge.
Além disso, quase um mês depois do lançamento da faixa, o clipe promovido pela Kondzilla conquistou o primeiro lugar na lista "em alta" do YouTube Brasil em menos de 24 horas e, até o fechamento desta matéria, mais de 22 milhões de pessoas haviam escutado o refrão chiclete "Oh, Juliana, o que tu quer de mim?" na plataforma. "Fiquei muito surpreso, não esperava por isso", comenta Niack sobre o sucesso da faixa. "Só tenho a agradecer a quem admira o meu trabalho".
Recentemente, o MC passou por uma cirurgia para tirar tumor benigno da gengiva, mas passa bem e se recupera em casa. Ainda sem previsões de quando subirá nos palcos com os grandes sucessos, Niack revelou durante esse período está se empenhando ainda mais na carreira artística."Dedico todo o meu tempo para alcançar esse objetivo: fazer com que as pessoas ouçam o meu som e gostem das minhas letras".
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