- The Clash, na capa da Rolling Stone EUA de abril de 1980 (Foto: Reprodução)

Como o The Clash se tornou imortal com o disco London Calling, lançado há 40 anos

Rebeldes com causa: lançado em dezembro de 1979, disco clássico da banda vendeu 200 mil cópias nos Estados Unidos e imortalizou o grupo

Redação Publicado em 02/07/2019, às 09h10

Apesar de terem lançado dois álbuns nos Estados Unidos antes de London Calling, os músicos do The Clash só ganharam status de astros no país com a chegada do clássico disco. Por lá, o trabalho saiu em janeiro de 1980 (ele foi originalmente disponibilizado no mercado inglês em dezembro de 1979).

Rapidamente o LP duplo atingiu 200 mil cópias vendidas. O quarteto punk conquistava o público norte-americano. Foi na esteira desse sucesso que os guitarristas e vocalistas Joe Strummer e Mick Jones foram escalados para aparecer na capa da Rolling Stone, publicada em abril de 1980.

“Com exceção dos Sex Pistols, nenhuma outra banda chamou tanta atenção nestes últimos cinco anos como o The Clash”, escreveu o jornalista James Henke. “Enquanto os Pistols observavam a decadência da sociedade inglesa com niilismo e desprezo, o The Clash trata tudo sob o ponto de vista militante, oferecendo alguma esperança.”

Curiosamente, o primeiro disco do The Clash, lançado em 1977, foi rejeitado pelo mercado norte-americano, sendo lançado por lá somente dois anos mais tarde, enquanto o Pistols logo foi adorado pela crítica e pela indústria musical nos Estados Unidos. 

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Henke foi falar com a banda depois de um show do começo da turnê norte-americana. Ele logo sentiu que o líder, Joe Strummer, era fechado, embora o músico tenha falado bastante sobre os primórdios do The Clash.

Já Mick Jones, mais acessível, se posicionou sobre a diversidade e os números de London Calling. “Nós percebemos que, se abríssemos o leque, seria possível alcançar mais gente. As canções precisam ser fáceis de cantar. Assim, as pessoas podem prestar atenção nas letras e assimilar nossa mensagem”, afirmou.

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Com o London Calling, o Clash amadureceu em todas as frentes: sua forma de tocar se tornou mais habilidosa e relaxada, embora não menos intensa. As músicas se baseavam em uma variedade maior de influências - rockabilly, R&B, honky-tonk e reggae - e passaram a cobrir uma ampla gama de tópicos, do ator Montgomery Clift à Guerra Civil Espanhola, chegando até ao livro Tao of Love.

E o senso de humor do grupo, que havia sido enterrado, estava mais evidente do que nunca. Parte do crédito deve ir ao produtor Guy Stevens, um lendário excêntrico da indústria musical britânica.

Stevens, que entre outras coisas produziu quatro LPs para o Mott the Hoople, uma banda que influenciou o Clash, encontrou uma maneira de capturar todos os lados do Clash no disco.

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"Quando as pessoas dizem que somos uma banda política, o que elas normalmente querem dizer, imagino, é que somos políticos da mesma forma, esquerda e direita", disse Paul Simonon, baixista do Clash, na época.

"Mas elas estão falando com política com 'P' maiúsculo, certo? Mas, na verdade, fazemos diferente, política com a letra 'P' minúscula, de política pessoal. Quando alguém diz que você não deve fazer algo, achamos que você deveria se levantar e questionar isso, não desistir."

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