Lançada em 2019 na Netflix, a cinebiografia aumentou a relevância do grupo para um público amplamente mais jovem
Redação
Publicado em 04/02/2020, às 10h56O boom das cinebiografias está acontecendo e os executivos dos estúdios já perceberam que narrar contos extravagantes de estrelas do rock para as grandes telas de cinema movimenta uma quantia gigantesca de dinheiro. Lançado em 2018, o Bohemian Rhapsody, por exemplo, arrecadou mais de US $ 900 milhões em todo o mundo e ganhou quatro prêmios da Academia, incluindo Melhor Ator pela atuação de Rami Malek como Freddie Mercury.
Rocketman, lançado em 2019, foi estrelado por Taron Egerton como Elton John, teve um desempenho mais tímido, mas ainda assim, respeitável e arrecadou US $ 195 milhões no mundo todo com um orçamento de apenas US $ 40 milhões.
Após analisar esses números, é claro que Hollywood está apenas começando a reerguer esse mercado para mais cinebiografias icônicas como de Amy Winehouse, Bob Marley, Aretha Franklin, Elvis Presley e outros que estão sendo divulgados.
Esses investimentos, é claro, não são apenas para atrair mais fãs para os cinemas ou incentivar o uso das plataformas de streaming. Esses impressionantes números de bilheteria têm sido convertidos em vendas de ingressos para os shows desses artistas. O Queen + Adam Lambert, por exemplo, está em turnê pela Europa, Japão, Nova Zelândia e Austrália até o mês de julho e devem continuar enchendo arenas ao redor do mundo para preencher os corações dos fãs.
Elton John também está incluso na lista. O músico tem datas em arenas e estádios até o final do ano com a turnê Farewell Yellow Brick Road Tour, que começou em 2018.
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No entanto, nenhum artista se beneficiou tanto de uma cinebiografia como o Mötley Crüe. Lançada em 2019 na Netflix, The Dirt apresentou uma nova geração da "Banda de Rock Mais Notória do Mundo". O filme, apesar de conter algumas falhas na narrativas e tende a omitir as partes mais prejudiciais da história da banda, consegue recriar fielmente os shows espetaculares do grupo.
A produção foi adaptada no livro de memórias de 2001 do grupo. The Dirt é um retrato incrivelmente real e engraçado de uma das bandas de rock mais polêmicas da história. Apesar de não ter agradado tanto a crítica, The Dirt mantém uma audiência de 95% no Rotten Tomatoes e o engajamento da banda nas redes sociais disparou após o lançamento.
A banda, que havia se aposentado em 2015, após concluir a turnê de despedida. Mas em novembro de 2019, o Mötley Crüe anunciou o retorno e em breve vão iniciar a The Stadium Tour ao lado de Def Leppard, Poison e Joan Jett.
É claro que a cinebiografia teve um impacto nisso e atraiu os fãs de longa data - e o público que nunca ouviram as canções. No mês seguinte ao lançamento de The Dirt, Mötley teve um aumento de 600% no Spotify, 1.100% no Apple Music e 1.300% nos downloads do iTunes. Além disso, os seguidores aumentaram 900% no Facebook e 600% no Twitter e as pesquisas no Wikipedia aumentaram em 3.000%. O público, que antes era restrito a faixa etária entre 45 a 59 anos, agora está entre 18 até 45 anos.
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A nova e grande The Stadium Tour vendeu mais de 700 mil ingressos e arrecadou mais de US $ 90 milhões no primeiro final de semana. Com quase 40 anos de existência, Mötley Crüe fará alguns dos maiores shows da carreira e eles podem agradecer ao The Dirt por isso.
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