Ex-Blink-182 foi de músico a investigador de OVNIs, e um vídeo feito pelo seu programa chamou a atenção do mundo inteiro
Patrick Doyle / Rolling Stone EUA Publicado em 05/06/2019, às 18h36
Há 20 anos, Blink-182 lançou Enema of the State, um disco que vendeu mais de 15 milhões de cópias no mundo e “reimaginou o Dookie de Green Day como uma grande e inevegável piada”, segundo a Rolling Stone EUA. O guitarrista Tom DeLonge passou as duas décadas deste então em um dos mais loucos caminhos do rock. No meio dos anos 2010, DeLonge saiu do Blink para começar uma ambiciosa banda de espaço-rock chamada Angels and Airwaves.
Então, começou ele mesmo uma investigação séria sobre o espaço, inaugurando a To The Stars Academy em 2015, uma organização dedicada a estudar OVNIs. A companhia de DeLonge ganhou credibilidade desde então; uma matéria do New York Times em 2017 expôs a existência de um segredo do Pentágono, um programa de US$ 22 milhões de orçamento, o Programa Avançado de Identificação de Ameaças de Aeronaves, descrito pelo To The Stars como um lugar onde ex-militares e oficiais do governo como Luis Elizondo, que era membro do programa de identificação de aeronaves espacial, continuam seu trabalho.
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Na última semana, outra grande história sobre OVNI chegou ao Times, detalhando objetos estranhos e de grande tecnologia que foram avistados nos Estados Unidos entre 2014 e 2015. “Essas coisas ficavam lá o dia todo”, disse o Tenente Ryan Graves, um piloto de Super Hornet que está na marinha há mais de 10 anos. “Manter uma aeronave no ar requer muita energia. Com as velocidades que observamos, ficar 12 horas no ar é ficar 11 horas a mais do que esperávamos”, disso.
“Fomos nós”, disse DeLonge, segurando uma cópia do Times da última semana. Ele apontou para o trabalho que fez com o To The Stars e foi diretamente responsável por descobrir os possíveis avistamentos. “E todo mundo está tipo ‘wow, isso é verdade, talvez o Tom não seja tão louco!”
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DeLonge produziu o novo programa do History Channel, Unidentified: Inside America’s UFO Investigation (Não-Identificado: Por dentro da investigação americana de OVNIS), que estreia nesta sexta, 6. Ele apareceu nos episódios ao lado de ex-militares e oficiais do governo, como Elizondo. Nesta entrevista, DeLonge fala sobre a nova produção e o trabalho do To the Stars
Rolling Stone EUA: Como foi ver o novo artigo do Times?
Tom DeLonge: “Foi o terceiro artigo para o New York Times que organizamos com o To The Stars. Mas este lida diretamente com os pilotos que são, atualmente, militares, que a gente levou ao Senado e ao Congresso. Há algumas semanas, teve uma outra matéria que vimos no Times de que o Congresso está montando um mecanismo formal para a Marinha sobre avistamento de OVNIs. Foi a gente, também.
Nosso programa, Unidentified, está fazendo isso. Levando esses pilotos específicos para o Congresso, influenciando a linguagem legislativa para comitês de avistamentos e para comitês de apropriação. Nesse processo, isso vazou e foi parar nos jornais. Mas nosso programa é sobre o que esse artigo específico fala. E é muito real. Tenente Graves disse que eles tinham uma frota de OVNIS que seguia o grupo de naves do batalhão por quase oito meses no Oriente Médio, e que os viam quase todos os dias. Bem tenso.”
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RS: E esse vídeo que de OVNI que o Times postou - explica isso
TD: “É de uma [câmera usada para filmar aeronaves]. E o que ninguém entende é que isso poderia estar muito, muito, muito longe. Mas deram zoom em um objeto. E mesmo que o objeto só se mexa dois centímetros da tela, isso significa que ele poderia ter ido de 0 a 32 mil km/h em um estalar de dedos. É algo enorme, mesmo que só pareça um borrão. Mas se você for um piloto, ou operador de radar, ou um observador militar treinado, você sabe exatamente o que é, e isso é assustador para eles, porque as coisas simplesmente não fazem isso.
Não tem asas; não tem penas na câmera infravermelha. Você veria a silhueta de um avião, veria o fogo ou as turbinas, mas essas máquinas não têm isso. Elas são circulares ou em forma de disco, e tem os extremos borrados. Têm observabilidade e aerodinâmica. Têm vários fatores diferentes que o governo identificou. E qualquer uma dessas coisas - eles chamam isso de 5 fatores observáveis - se um governo ou um país tiver uma dessas cinco coisas, seria um paradigma. Mudaria todo o jogo de segurança nacional. E esse Objeto do vídeo tem os cinco.
O que mostramos ao Congresso e o que estamos fazendo no Senado, o que agora mostramos para o mundo, é algo como “essa p**** é de verdade. E é bem assustador, então vamos ter que lidar com isso.
É um fato conhecido que esse veículo que eu criei no To the Star já mudou o mundo. As pessoas estão estão levando isso a sério e entendendo que é real. Mudamos a política, e tenho muito orgulho disso, especialmente quando, por anos, as pessoas pensaram que eu era o cara louco dos OVNIs. Não fiz isso sozinho, aliás, mas eu criei o mecanismo para que fosse feito, e estou orgulhoso.”
RS: Por que essa filmagem é assustadora para você?
TD: “Porque você está lidando com algo que não sabe o que é, não sabe quem está lá ou quem o opera. Luis Elizondo disse tudo: é como se você fosse para cama de noite, trancasse a porta, ligasse o alarme da casa… E acorda de manhã e tem pegadas de sangue por toda a sala, e pensa ‘o alarme não tocou, as portas estão trancadas, mas algo andou aqui na minha casa e eu não fazia ideia. De quem são essas pegadas?’ Isso é bem assistador porque você não faz ideia como eles poderiam passar por todos os sistemas de segurança de sua casa sem esforço.
Algo que tem essa tecnologia está no comando. É como entrar em uma tribo indígena que nunca viu pessoas brancas. Eles estão escondidos na floresta e a gente chega com aviões e tudo que eles têm são varetas. Quem está no comando? Eles deveriam se impor? A gente nem sabe o que é isso, mas temos que pensar assim, e isso é preocupante.
E pensa nas tecnologias disso, também. Pensa na Segunda Guerra Mundial, quando só os EUA tinham bombas nucleares. Eu não faço ideia do que seja, mas é muito além do que podemos fazer. Temos que esperar que sejam pacíficos. É uma possibilidade, né?"
RS: Você acha que criar uma Força Espacial é uma boa ideia?
TD: "Não sei. Faz sentido para mim, porque quando queríamos lidar com os oceanos, criamos a Marinha, e o Exército para terras, e a Força Aérea para o céu. O Espaço agora é tangível, podemos chegar lá, e tem coisas lá. Um dos operadores de radar do To The Star foi um dos que viu isso. Ele viu 100 naves descer do espaço em um período de quatro dias. Cem! Elas entravam e demoravam só 0,78 segundos para percorrer 25 km e chegar ao nível do mar. E isso está lá. É irreal!
Se a questão fosse ‘é essencial criar uma divisão completa que lida com o espaço?’ Faz sentido para mim porque não é como se pudéssemos mandar a marinha lidar com isso. Talvez eles queiram isso. Talvez considerem o espaço como o oceano ou algo assim. Mas não sei, isso está muito além de qualquer coisa que já vivenciei."
Veja o vídeo de um OVNI feito pelo To The Stars:
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