Foi uma luta encontrar um diretor... Quando o responsável por E.T. parecia comandar tudo - deu errado, de novo
Yolanda Reis Publicado em 31/05/2020, às 17h00
Warner Bros. e J. K. Rowling tiveram grandes dificuldades para encontrar um diretor para Pedra Filosofal, primeiro filme da franquia Harry Potter. Em 1999, dois anos depois do lançamento do livro e data de início da pré-produção do longa, havia muitas dúvidas em relação à história: trabalhar com crianças é difícil, criar efeitos visuais “mágicos” era quase impossível - e ninguém sabia até onde chegaria o sucesso da história.
J. K. Rowling, autora dos livros, também não aliviava as dificuldades. Era bastante rígida em relação à adaptação para os cinemas, e desde o fechamento do acordo com a Warner, tinha condições para o longa: o elenco deveria ser britânico, e a história deveria se passar na Inglaterra. A aparência dos personagens seria mantida, assim como o enredo. Nenhuma alteração ou decisão aconteceria sem o aval da criadora de Harry Potter.
Dezenas de diretores bastante renomados na virada do século foram cogitados para Harry Potter e a Pedra Filosofal - como Jonathan Demme, de O Silêncio dos Inocentes (1991) ou Mike Newell, de O Sorriso de Mona Lisa (2003). Alguns negaram; outros, acabaram negados por Rowling. Mas, no final, um nome parecia quase certeiro: Steven Spielberg.
Spielberg, na fase da pré-produção do primeiro Harry Potter, já era um dos maiores nomes do cinema. Tinha, no portifólio, incríveis 64 títulos - incluindo fantasias infantis, como De Volta Para o Futuro (como produtor), Jurassic Park e Os Goonies. Para Warner, era a aposta perfeita. Até J. K. Rowling parecia tentada… Mas as ideias do cineasta logo incomodariam a autora.
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A Warner Bros. tinha em mãos os direitos dos quatro primeiros títulos de Harry Potter. Pagaram US$ 1,9 milhão, e deveriam trabalhar com aprovação de J. K. Rowling. Essas eram as condições. Spielberg tentou unir o útil ao agradável: sugeriu uma “super-história” com um resumão do enredo dos quatro primeiros livros. E nada de elenco britânico: seria uma animação, e a voz de Potter seria de Joel Osment (O Sexto Sentido). Nessa versão, Hogwarts também seria nos EUA.
A explicação mais lógica é pois: Harry Potter é uma história infantil, e crianças não querem ver quatro filmes. Além disso, todos os feitiços, transformações e efeitos, para a época, eram muito avançados - e um desenho animado daria conta da magia. Também, o mundo não era acostumado com a Inglaterra, e sim com Hollywood...Era o pesadelo de Rowling, ver sua história resumida e desmembrada. Começaram os conflitos entre ela e o diretor. Depois de alguns meses de conversas, ele desistiu completamente do projeto:
“Senti não estar pronto para dirigir um filme apenas para crianças, meus filhos acharam que eu estava louco. Os livros eram muito populares, então deixei o projeto sabendo que seria um fenômeno. Mas não faço filme porque eles serão fenômenos... Faço quando me afetam de alguma maneira, para que eu [queira ficar] um, dois, três anos com o trabalho.”
Spielberg, então, saiu de cena. No lugar, entrou um ex-colega de Os Goonies, Gremlins e diretor do famosíssimo Esqueceram de Mim: Chris Columbus. Rowling não gostou nada do “currículo americano” do cineasta, e demorou muito para confiar nele.
Ela expressou ambivalência, até mesmo um arrependimento, de ter vendido os direitos para [a Warner]. Então, fiz uma pequena promessa em minha mente para a Sra. Rowling: como os livros representam o melhor na literatura, criaria um fenômeno cultural, e minha função seria deixá-la orgulhosa [das adaptações],” explicou Alan Horn, diretor da Warner, à época.
Chris Columbus e J. K. Rowling conversaram muito, tiveram longas reuniões, antes do começo da pré-produção, em 2000. Escolheu um elenco britânico (e totalmente perfeito, como mostra esta lista), e tentou mostrar a Inglaterra. Ele dirigiu os dois primeiros filmes de Harry Potter, e depois atuou como produtor - pois queria passar mais tempo com a família.
A ideia de uma animação de Harry Potter, então, nunca saiu da mente de Steven Spielberg. Senhor dos Anéis, porém, não teve a mesma sorte - e os filmes da franquia têm um irmão mais velho sinistro. Podemos agradecer por Rowling não ceder e pedir um mundo real para magia que criou?
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