A continuação do elogiado longa de 2017 chega com um ritmo arrastado, com uma atmosfera indecisa e se perde na própria ambição
Igor Brunaldi Publicado em 08/09/2019, às 00h56 - Atualizado às 23h53
Estreou na última quinta, 5, It: A Coisa 2. Essa tão aguardada continuação do filme de 2017, que prometia encerrar a aterrorizante saga do Clube dos Perdedores, chega com um ritmo arrastado, com uma atmosfera indecisa e como um exemplo perfeito de que ambição e boas ideias podem perder totalmente o valor se a composição do todo não conseguir acompanhar a grandiosidade com a qual a obra foi idealizada.
Assim como o primeiro, a sequência tem direção assinada por Andy Muschietti, e produção de Barbara Muschietti, irmã do cineasta argentino. Mas dessa vez, infelizmente, a dupla não conseguiu executar o fim do combate contra Pennywise com a mesma precisão, impacto e êxito da elogiada produção lançada há 2 anos.
Apesar de ser claramente ambicioso (possivelmente até demais em certos aspecto) e tentar de forma louvável criar uma sequência direta e uniforme, o novo longa exagera na tentativa de reutilizar técnicas que deram certo no antecessor. Os principais momentos de tensão que funcionaram tão bem antes, e que conquistaram de forma tão surpreendente os fãs de terror, aparecem agora reproduzidos com a mesma fórmula, mas aplicada em contextos diferentes.
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É como um CTRL+C/CTRL+V daqueles grandiosos momentos assustadores nos quais as crianças se separam e se deparam com o antagonista, transformado nos piores medos de cada um deles. A diferença é que agora eles são adultos, e essas mutações apresentam o temido palhaço de olhar desalinhado como criaturas exageradamente carregadas em efeitos visuais, que não se encaixam nem no ambiente nem na atmosfera, e como consequência, induzem riso ao invés do susto.
A duração do filme também não contribui. Dramas pessoais, desentendimentos coletivos e tentativas falhas de criar situações de atemorizantes se arrastam ao longo de 2h50. Assim, o tédio se torna um elemento mais recorrente que o medo.
Claro que um filme de terror longo de quase 3 horas de duração e que não dá medo algum já é decepcionante o bastante para frustar os amantes do gênero. Mas It: A Coisa 2 não é ruim por inteiro (só mesmo nas partes em que tenta ser um filme de terror) e deveria, talvez, ganhar mais destaque pela vertente secundária presente na trama: a comédia! Quando abraça o humor, a produção acerta em cheio. E são exatamente esses momentos engraçados que evidenciam a química entre Jessica Chastain, James McAvoy, Isaiah Mustafa, Jay Ryan, James Ransone e Bill Hader.
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Mesmo com o elenco estelar, o grupo parece apenas entrosar de verdade quando existe uma piada a ser feita sobre a situação que deveria supostamente assustar o espectador. E são nesses momentos que Hader se destaca, mas não sem a ajuda de partes genuinamente engraçadas do roteiro. Com uma atuação hilária da versão mais velha de Richie, interpretado anteriormente por Finn Wolfhard.
Aliás, a escolha dos atores adultos é outro ponto positivo do filme. Todos eles se encaixam perfeitamente como os homens e mulheres nos quais as crianças que conhecemos no capítulo 1 se transformaram 27 anos depois. Em especial Ransone, responsável por interpretar o misofóbico Eddie, que é assustadora e estranhamente igual ao ator-mirim Jack Dylan Grazer.
Ao passar pelo Brasil para promover o filme, Andy Muschietti contou em uma mesa redonda que Stephen King, ao receber o convite para aparecer no longa, avisou-o: "Você tem que levar em consideração que eu sou tipo uma praga. Eu dou má sorte para todos os filmes nos quais apareço."
O diretor devesse talvez ter dado mais atenção ao presságio do autor responsável pelo livro que deu origem ao longa. É triste admitir, mas It: A Coisa 2 não chega aos pés do primeiro, sofre e se perde na própria ambição, e ainda mantém viva a ideia de que toda continuação é pior que o filme que a antecede.
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