Em 93 edições, 502 homens receberam indicações - enquanto apenas sete mulheres concorreram
Vitória Campos (sob supervisão de Yolanda Reis) Publicado em 24/04/2021, às 11h00
O Oscar fez história ao indicar duas mulheres à Melhor Direção pela primeira vez em 2021. No entanto, mesmo mais frequentes, nomes de mulheres não são muito reconhecidos na categoria. Em 93 edições, apenas sete disputaram a estatueta - enquanto 502 homens foram indicados.
O motivo não é ter poucas mulheres nas produções, pois elas bateram recorde na direção em 2020, segundo a America’s San Diego State University. A razão é uma desigualdade de gênero muito presente na indústria cinematográfica; felizmente, dá pequenos passos para se tornar cada vez menor.
Confira as sete diretoras que conseguiram o reconhecimento da Academia e foram indicadas à Melhor Direção no Oscar:
A primeira indicação de uma mulher à Melhor Direção aconteceu 48 anos após o início da premiação. A italiana Lina Wertmüller concorreu em 1977 por Pasqualino Sete Belezas (1975), o qual conta a história de um desertor do exército italiano capturado pelos alemães e enviado a um campo de concentração na Segunda Guerra Mundial.
A diretora perdeu para John G. Avildsen por Rocky (1976), porém, foi reconhecida pela Academia em 2019 e ganhou um Oscar Honorário pela longa carreira. E Agora Falamos de Homens (1965), Amor e Anarquia (1973), Por um Destino Insólito (1974) e A Casa dos Gerânios (2004) são algumas das produções de Lina Wertmüller.
A diretora neozelandesa Jane Campion foi indicada em 1994 por O Piano (1993). Com uma bilheteria de mais de US$ 140 milhões, o filme mostra a trajetória de Ada (Holly Hunter), mulher muda mandada à Nova Zelândia para um casamento arranjado. Lá, ensina sua maior paixão para um nativo: o piano.
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Campion perdeu o prêmio para Steven Spielberg por A Lista de Schindler (1993). Mesmo não ganhando a estatueta do Oscar, é conhecida como a única diretora mulher a receber a Palma de Ouro do Festival de Cannes pelo mesmo filme.
Sofia Coppola conseguiu a indicação, em 2004, com seu segundo filme, Encontros e Desencontros (2013). Scarlett Johansson e Bill Murray interpretam estranhos que se encontram por acaso em Tóquio, Japão, e começam a enxergar fuga e compreensão um no outro.
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Além de Melhor Direção - levada por Peter Jackson por O Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei (2003) - a produção concorreu também como Melhor Filme, Melhor Ator e Melhor Roteiro Original, categoria na qual Coppola conseguiu levar a estatueta para casa.
Kathryn Bigelow é a primeira e única mulher - até o momento- a ganhar o prêmio de Melhor Direção no Oscar. A vitória aconteceu por Guerra ao Terror (2008) e ocorreu apenas na 82ª edição da premiação, em 2010. James Cameron por Avatar (2009) e Quentin Tarantino por Bastardos Inglórios (2009) eram alguns dos concorrentes.
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O filme de três soldados norte-americanos com o intuito de desarmar bombas durante a Guerra do Iraque levou também a estatueta de Melhor Filme, sendo o primeiro longa dirigido por uma mulher a ganhar o prêmio.
Conhecida anteriormente como atriz e roteirista, Greta Gerwig estreou da melhor maneira na direção, com Lady Bird: A Hora de Voar (2017). Além de lhe render a indicação à Melhor Direção em 2018, concorreu como Melhor Filme, Melhor Atriz, Melhor Atriz Coadjuvante e Melhor Roteiro Original.
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Lady Bird: A Hora de Voar mostra a vida de Christine (Saoirse Ronan) e os dramas de escolher uma faculdade, lidar com o primeiro namorado e os típicos problemas de se tornar adulto.
Em 2020, Adoráveis Mulheres, também dirigido por Gerwig, concorreu como Melhor Filme, Melhor Atriz, Melhor Atriz Coadjuvante e Melhor Roteiro Adaptado - mas ela não foi indicada novamente na categoria de direção.
Primeira mulher britânica a disputar Melhor Direção, Emerald Fennell concorre ao Oscar 2021 pelo filme de estreia, Promising Young Woman (2020). Era mais conhecida pelos trabalhos como atriz e roteirista, com The Crown (2016) e Killing Eve: Dupla Obsessão (2018).
Fennell participa da primeira edição do Oscar na qual duas mulheres concorrem em Melhor Direção. Promising Young Woman também concorre a Melhor Filme, Melhor Atriz, Melhor Roteiro Original e Melhor Montagem.
O longa conta a história de Cassie (Carey Mulligan), quem após viver muitos traumas, busca justiça e vingança contra homens mal intencionados e, para isso, não define limites.
Grande aposta para ganhar o prêmio, Chloé Zhao mostra todo o potencial em Nomadland (2020). É a primeira mulher não-branca a disputar a categoria, e, caso vença, será a segunda mulher na história a ganhar em Melhor Direção.
Nomadland mostra a vida de Fern (Frances McDormand), de 60 anos, e sua decisão de entrar em uma van e partir para a estrada, vivendo uma vida como nômade moderna após sua cidade na zona rural de Nevada, EUA, colapsar economicamente.
Também concorre como Melhor Filme, Melhor Atriz, Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Fotografia e Melhor Montagem.
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