O quarteto seguiu um caminho contrário ao do BTS e se tornou o grupo de k-pop feminino favorito da indústria norte-americana
Redação Publicado em 23/06/2020, às 07h00
Se existe um grupo de k-pop que conseguiu conquistar a indústria da música mundial na mesma intensidade que o BTS, este grupo é o Blackpink. O quarteto feminino formado por Jennie, Jisoo, Lisa e Rosé se tornou um dos nomes favoritos da cena pop asiática e norte-americana.
Como o BTS, o Blackpink reuniu um fandom poderoso, quebrou recordes inéditos e conquistou grandes nomes da música pop. Contudo, a girl band conseguiu alcançar a fama global praticamente na metade do tempo necessário para RM, Jin, SUGA, J-Hope, Jimin, V, e Jungkook se consolidarem internacionalmente - claro, não podemos deixar de considerar que o grupo masculino abriu as portas para muitos outros artistas.
Considerando apenas os trabalhos em coreano, o BTS possui em sete anos de carreira quatro discos de estúdio, seis mini discos, dois discos especiais, um disco de singles e um disco reformulado, enquanto o Blackpink estreou há apenas quatro anos e possui três mini discos e um disco compilado.
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Ao invés de apostar em mais de um comeback por ano - termo usado para o retorno do grupo com músicas novas - a girl band preferiu gerar grandes expectativas sobre cada lançamento da carreira, ou seja, todas as 13 canções da banda.
Nessa trajetória, o quarteto ultrapassou o Little Mix e o Fifth Harmony no Youtube e se tornou o grupo feminino com mais inscritos na plataforma ao chegar aos 37 milhões de inscrições. A marca histórica também bateu os mais de 31 milhões de inscritos no canal oficial do BTS.
Para entender detalhadamente a ascensão do maior grupo feminino de k-pop do mundo, a Rolling Stone Brasil fez uma linha do tempo com os principais acontecimentos da trajetória de Blackpink. Confira:
O Blackpink é um projeto da empresa de entretenimento sul-coreana YG Entertainment, responsável por lançar nomes como PSY, Big Bang e 2NE1, a girl band das divas do k-pop CL, Park Bom, Minzy e Sandara Park.
Com o objetivo de criar um grupo mais voltado para o mercado mundial, a companhia começou a fazer testes em diferentes países para recrutar adolescentes com potencial de se tornarem estrelas globais.
Segundo a NME, Kim Jennie, conhecida apenas como Jennie, foi a primeira integrante a entrar para o programa de treinamento da girl band, em 2010. Nascida em 1996, na Coreia do Sul, a artista passou parte de infância e da adolescência estudando na Nova Zelândia, local onde foi aprovada no teste.
Ao longo do treinamento, a rapper fez parcerias com artistas renomados do k-pop como Lee Hi e Seungri antes de ser anunciada oficialmente como integrante do Blackpink.
Já a sul-coreana Kim Ji-Soo foi recrutada para o treinamento em 2011 e confirmada como membro do Blackpink três anos mais tarde, em 2013. Com 25 anos de idade, a cantora é conhecida pelo nome artístico Jisoo e é a integrante mais velha do grupo.
No mesmo ano que Jisoo foi selecionada, Lisa, cujo verdadeiro nome é Lalisa Manoban, também entrou para o programa. Nascida na Tailândia, a integrante mais nova da girl band fez o teste no país natal e se mudou para a Coreia do Sul com 14 anos sem nem mesmo saber falar a língua local.
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Por fim, Park Chae Young, mais conhecida como Rosé, foi a última integrante escolhida para o treinamento. A cantora neozelandesa morava na Austrália quando foi aprovada para o teste e se mudou para a Coreia do Sul, em 2012. Como no processo de seleção, Rosé foi a última integrante anunciada do Blackpink.
Com Jennie, Jisoo, Lisa e Rosé, a YG Entertainment criou um quarteto promissor com artista trilíngues, as quais falam coreano, japonês e inglês - com exceção da Jisoo, que ao invés de ser fluente inglês, consegue conversar em chinês.
De acordo com a MTV News, um representante da empresa explicou que o nome Blackpink é uma “tentativa de contradizer” o conceito da cor rosa, normalmente associada com a beleza feminina.
“Na verdade, significa que ‘beleza não é tudo’ [...] Também simboliza que elas são um time que engloba não só beleza, mas muito talento”, disse o representante.
Em 2016, o Blackpink estava pronto para estrear no mercado da música sul-coreana. Com Lisa e Jennie como rappers e Jisoo e Rosé como cantoras principais, a girl band lançou o disco de singles Square One, composto pelos hits “Boombayah” e “Whistle”.
Na mesma semana de estreia, o quarteto apresentou as canções no programa Inkigayo, da emissora SBS, no qual ganhou o primeiro prêmio da carreira por “Whistle” apenas 13 dias depois da estreia das artistas. Segundo a SBS Austrália, essa foi a vitória mais rápida feita por um grupo feminino de k-pop na televisão.
Já nos Estados Unidos, cada canção registrou seis mil downloads nos primeiros três meses, além dos singles ocuparem o primeiro e segundo lugar no ranking de músicas digitais da Billboard.
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Segundo a revista norte-americana, o Blackpink foi o sétimo grupo de k-pop a alcançar o topo da lista, porém, o quarteto foi o mais rápido a alcançar a posição. Já na Gaon Music Chart, a girl band ficou em primeiro lugar no ranking de streamings.
“Fui uma garota má, eu sei que sou / E eu sou tão gostosa, preciso de um fã / Eu não quero um garoto, eu preciso de um homem”, diz um trecho de “Boombayah”.
Entre vocais suaves e rimas provocativas, o Blackpink iniciou a carreira com dois singles que possuem tudo para alcançar o sucesso na cena pop: um refrão memorável, letras que exalam autoconfiança e melodias extremamente dançantes.
O primeiro comeback do Blackpink foi feito ainda em 2016. Com Square Two, a girl band mostrou o lado açucarado dela com os singles “Playing With Fire” e “Stay”. O segundo disco de singles do grupo ficou em terceiro lugar no ranking de álbuns mundiais da Billboard. Já na Gaon Music Charts, o EP ocupou o terceiro lugar.
Os hits deram continuidade à trajetória de destaque do quarteto e conquistaram pela segunda vez o primeiro lugar do ranking de músicas digitais da Billboard. Os singles venderam cerca de 4 mil e 3 mil cópias, respectivamente, segundo a revista norte-americana.
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“Se você sente o mesmo, não me deixe hoje / Não me pergunte porque tem que ser você / Apenas fique do meu lado, fique comigo”, as artistas cantam em “Stay”.
Com quatro músicas lançadas, sem contar com a versão acústica de “Whistle”, o Blackpink focou nas performances ao vivo, no lançamento das versões japonesas das canções, e na relação com os fãs, apelidados de Blink - junção de Black com Pink.
Em 2017, a girl band divulgou o single “As if It’s Your Past”, uma mistura equilibrada do estilo musical mais feroz do primeiro mini disco com a sensibilidade do segundo. Além disso, as quatro cantoras começaram a série de vídeos no Youtube Blackpink House, na qual compartilharam momentos do cotidiano com os fãs.
Um ano mais tarde, o quarteto lançou o EP Square Up com quatro músicas inéditas, “Forever Young”, “Really”, “See U Later” e “Ddu-Du Ddu-Du”, o clipe mais visto da banda. Neste mesmo período, Jennie ganhou a primeira - e por enquanto a única - faixa solo do grupo.
“Solo” seguiu a tradição das outras canção do grupo e também ficou no topo do ranking de músicas digitais da Billboard, em 2018. A conquista fez Jennie se tornar a segunda cantora solo de k-pop a ficar no primeiro lugar da lista.
A ascensão do Blackpink foi confirmada com a turnê mundial Blackpink In Your Area, a qual contou com 32 shows feitos pela Ásia, América do Norte, Europa e Oceania, entre 2018 e 2019, segundo o site YG Family.
Ainda no segundo ano da carreira, o Blackpink publicou na conta oficial do Youtube covers de canções da Beyoncé, Miguel e Wonder Girls. No mesmo ano, a girl band participou da canção “Kiss and Make Up”, de Dua Lipa.
A parceria com a diva pop seria apenas o início da consagração mundial do quarteto, que se tornou o primeiro grupo feminino de k-pop a se apresentar no célebre festival de música norte-americano Coachella.
Em abril de 2019, o Blackpink lançou “Kill This Love” a tempo de apresentar o novo single na performance histórica feita no deserto da Califórnia. De volta ao pop explosivo, as cantoras se tornaram o segundo grupo de mulheres a chegar ao topo do iTunes, segundo o Uol, sendo o último ninguém menos que Destiny’s Child.
“Kill This Love” ainda bateu a marca lendária das 800 milhões de visualizações no Youtube, que também foi alcançada pelos singles anteriores "As If It's Your Last", "Ddu-du Ddu-du” e "Boombayah".
Em 2019, Lisa ainda recebeu o título de k-idol mais seguida do Instagram quando ultrapassou os 17,4 milhões de seguidores na rede social. Atualmente, a rapper possui 34,3 milhões de seguidores.
Por outro lado, Rosé e Jennie se tornaram figuras de destaque da moda e receberam convites para serem embaixadoras das marcas de luxo Saint Laurent e Chanel, respectivamente, de acordo com a Vogue UK.
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Após um ano sem novidades, o Blackpink conquistou novamente os fãs com “Sour Candy”, faixa incluída no disco de retorno de Lady Gaga, Chromatica. Segundo a Forbes, o quarteto ultrapassou o próprio recorde de melhor posição nas paradas britânicas por grupo feminino de k-pop ao alcançar o 17º lugar - anteriormente, a girl band tinha chegado a 33ª posição com “Kill This Love”.
Mesmo sem ter entrado no Top 10, o Blackpink continua sendo o único grupo feminino de k-pop a entrar para o Top 40 do Reino Unido e a alcançar a 41ª posição na Billboard Hot 100.
Recentemente, a YG Entertainment anunciou que o retorno do grupo estava próximo. Claro que os fãs já suspeitavam do retorno, pois as k-idols estavam um longo período de tempo sem novos EPs ou mini discos.
A confirmação do comeback foi feita com a divulgação de diversos teasers promovendo o single “How You Like That”, que será lançado no dia 26 de junho. A faixa fará parte do primeiro disco de estúdio da girl band.
De acordo com a Forbes, o álbum contará com 10 músicas, das quais duas serão divulgadas durante o inverso brasileiro. Já o lançamento está previsto para o o mês de setembro de 2020.
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Com uma trajetória impressionante, o Blackpink seguiu todos os padrões de qualidade sonora e estética exigidos para a cena do k-pop. Mas para se destacar e entrar para história, o grupo apostou em uma estratégia incomum de mercado e lançamentos propositalmente tardios para ultrapassar os limites da Ásia e se tornar o maior grupo feminino de k-pop.
Se antes mesmo de lançar um disco completo, o Blackpink consquistou o mundo, está claro que podemos esperar grandes performances de Jennie, Jisoo, Lisa e Rosé até o fim do ano, começando com a breve divulgação de “How You Like That”.
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