O engenheiro de masterização Fernando Lee - Divulgação

Conheça Fernando Lee, engenheiro de masterização brasileiro que já trabalhou com Stevie Wonder e Eric Clapton

Músico profissional, Lee trabalha em Los Angeles masterizando discos e longas-metragens de grandes estúdios

Aline Pimentel Publicado em 04/07/2014, às 08h16

O engenheiro de masterização Fernando Lee começou sua carreira como estagiário de um estúdio carioca, após abandonar o curso de arquitetura na Universidade Santa Úrsula. Aos 20 anos, Lee optou por seguir o coração e dedicar-se à verdadeira paixão: música. O jovem aprendeu a arte da masterização com os renomados Moogie Canazio e Luiz Tornaghi, no estúdio Visom Digital.

Em 2009, Lee largou a carreira no Rio de Janeiro e decidiu encarar mais um desafio: mudar-se para os Estados Unidos para integrar a equipe do estúdio Marsh Mastering. No novo emprego, o engenheiro já trabalhou com nomes como Stevie Wonder, Phill Collins e Eric Clapton. Ao lado de Stephen Marsh, Fernando ganhou ainda mais experiência e um pouco tempo viu-se envolvido em um novo projeto - masterizar trilhas sonoras de longas-metragens produzidos pelos estúdios Fox Flimes, Warner Bros e Relative Media.

Seu mais recente trabalho é a trilha de X-Men: Dias de Um Futuro Esquecido, campeão de bilheterias em 2014 (até agora), com arrecadação de US$ 712,7 milhões. Além disso, o engenheiro masterizou os álbuns dos filmes As Aventuras de Pi, Rio 1 e 2, Silent Hill: Revelação e Se Beber Não Case. Leia abaixo uma entrevista exclusiva com Fernando Lee:

Quando você começou a viver de música?

Sou apaixonado por música desde a infância. Aos 20 e poucos anos decida abandonar a faculdade de Arquitetura para me tornar um músico profissional. Formei-me como baterista e comecei a viver de música. Tive algumas bandas e sempre me interessei em gravá-las, então comecei a procurar um emprego em estúdios profissionais.

Como surgiu seu interesse em masterização?

Consegui entrar em uma vaga de estagiário em um estúdio de masterização. Na época, eles estavam precisando de um assistente. Então, descobri qual era a minha verdadeira paixão na música.

Quem foram os “mentores” da sua carreira?

Para ser um bom engenheiro de masterização é necessário aprender com os melhores. No começo da minha carreira, eu tive a sorte de trabalhar com Moogie Canazio e Luiz Tornaghi. Quando fui para Los Angeles, aperfeiçoei meus ouvidos com o Stephen Marsh, que, na minha opinião, é um dos melhores engenheiros de som no mundo. Fico muito feliz por ter a honra de trabalhar ao lado dele todos os dias.

Como foi a transição da indústria brasileira para o mercado norte-americano?

Não foi nada fácil. Tomei a decisão de largar minha carreira, que ainda estava crescendo no Rio, e começar basicamente da estaca zero em Los Angeles. Na época, muita gente considerou essa mudança uma completa loucura, mas eu estava determinado a elevar minha carreira ao maior nível possível. Quando cheguei aos Estados Unidos trabalhei com o renomado produtor e engenheiro Moogie Canázio, que me ajudou muito. Depois conheci o Stephen, ele gostou do meu trabalho e me chamou para trabalhar com ele. Trabalhamos juntos há quatro anos fazendo álbuns que soam fantásticos.

A mudança de país abriu muitas portas para você?

Sim! É muito bacana poder trabalhar com artistas de diversas partes do mundo, ontem mesmo masterizei uma banda de rock italiana. Além disso, estou em contato com muitos artistas brasileiros que querem ter seus álbuns editados por mim aqui em Los Angeles.

Quais são seus projetos futuros?

No momento, estamos remasterizando uma série de álbuns do Eric Clapton.

Quem são os seus artistas preferidos?

Eu amo jazz e rock, basicamente são os meus gêneros preferidos. No momento, tenho ouvido o novo álbum dos Arctic Monkeys, AM, que é um disco fantástico.

Além da música, você tem interesse em outros tipos de manifestações artísticas?

Visito museus periodicamente, é uma necessidade para mim. Adoro o trabalho de artistas contemporâneos como David Hockney e Alexander Calder.

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