- Arte de 21st Century Breakdown (Foto: Reprodução / Youtube)

Conheça a história de 21st Century Breakdown, disco do Green Day que vai virar HQ

Conheça Gloria, a protagonista - ou Last of the American Girls

Yolanda Reis Publicado em 14/04/2019, às 17h30

O Green Day lançou em 2004 o disco que o lançou de volta ao estrelato, American Idiot. A opera rock se torntou também uma peça e ganhou um Grammy.

Inspirados pelo sucesso, o disco seguinte da banda, 21st Century Breakdown, de 2007, também foi uma opera rock. O álbum será transformado em uma história em quadrinhos, e é visto pela banda como uma homenagem às "verdadeiras garotas rebeldes.”

O livro ganha o nome de Last of the American Girls (A Última das Garotas Americanas, em português), o nome de uma das faixas de 21st Century Breakdown , referente à protagonista da história.

O disco conta a história de Christian e Gloria, um casal de jovens lutando para sobreviver nos Estados Unidos pós-presidência de George W. Bush. A história é dividida em três partes: “Heroes and Cons" (Heróis e Contratempos), "Charlatans and Saints" (Charlatões e Santos( e "Horseshoes and Handgrenades” (Ferraduras e Granadas).

A seguir, uma análise faixa a faixa, contando a história do disco. 

Parte 1 - Heroes and Cons

A primeira faixa tem o nome do disco, "21st Century Breakdown". É extremamente política e reflete o caos político  e econômico dos EUA no final da década de 2000, com trechos como “Nasci durante a era [do presidente] Nixon e fui criado no inferno” e “Nascemos na era da humilhação, somos os desesperados em declínio, criados pelos bastardos nascidos em 1969. Meu nome é ninguém, sou seu filho perdido, nascido em 4 de julho [independência americana], criado na era de heróis e contratempos que me deixou para nascer ou morrer”.

Depois de dar o tom do álbum, o Green Day apresenta “Know Your Enemy”. A faixa indica que os verdadeiros inimigos são os políticos e convidam as pessoas a usar a violência como energia para vencê-los.

Então, com “¡Viva La Gloria!”, conhecemos a personagem principal: Gloria. Uma garota criada na pobreza, abandonada pelo governo, fazendo de tudo para sobreviver. Ela olha para o abismo da vida e não sabe o que fazer.

A solução encontrada para a geração abandonada seria a alienação, ou uma lobotomia poética. Em “Before The Lobotomy”, Billie Joe lamenta o descaso e as soluções encontradas para lidar com os problemas.

Em seguida, ouvimos “Christian’s Inferno”, e conhecemos Christian, novo protagonista - um menino cansado de tudo que quer só explodir o mundo. O casal se forma na música seguinte, “Last Night on Earth”, com uma paixão ardente. Sem mais nada, os adolescentes só têm um ao outro.

Parte 2 - Charlatans and Saints

Green Day começa a nova parte falando também das soluções falaciosas encontradas pelo governo. Com “Eat Jesus Nowhere”, coloca o dedo na ferida da meritocracia e da sociedade atual, principalmente tradicionais religiosos, e da exclusão racial, e quem morre e vive por isso. “Você é um suicídio de sacrifício, como um cão sodomizado. Levantem, garotos brancos, sentem, garotas negras. Vocês são os soldados no novo mundo”, cantam.

Christian se revolta com tudo, e seu lado violento quer só uma coisa: vingança. “Peacemaker” mostra como ele quer encontrar paz pela luta. “Estou me levantando com um coquetel molotov em uma casa. Achou que eu só falava? Achou errado. Chama o pacificador”, diz a letra.

Em contrapartida, temos Gloria, não tão violenta, como descrita em “Last of The American Girls”. Falam sobre sua luta pacífica: palestras, greves de fome, vestindo para arrasar, ouvindo músicas de revolução.

Mas a coisa muda de figura após uma revolução que deu errado e resultou em violência de todas as partes. “Murder City” muda Gloria. E em “¿Viva La Gloria?”, podemos ver a personagem principal abandonada e correndo, afundada em drogas, desiludida. “Restless Heart Syndrome” mostra sua indignação com tudo, abafada entre remédios e lágrimas.

Parte III - Horseshoes and Handgrenades 

O último ato de 21st Century Breakdown é mais político. A primeira faixa, “Horseshoes and Handgranades”, é um apanhadão dos dois primeiros atos do disco, responsáveis, respectivamente, por mostrar os demônios internos de cada um, e a segunda, que tenta mostrar uma maneira de lidar com eles (choro, remédios, drogas) - mas sem perder a ferocidade.

Logo depois, “The Static Age”. Mais indignação. Nas rádios, televisão, propagandas - só coisas vazias e fúteis, mesmo com todos os problemas da sociedade descritos no disco. E o questionamento: se para tudo o mais existe remédio, qual é a cura para isso?

21 Guns” foi a faixa que consagrou o álbum. Nela, Christian e Gloria “abaixam as armas e desistem da luta”. A resistência contra a sociedade parece vazia e não avança. E aí vem “American Eulogy”, ou “a benção da América”. Com o grupo rebelado tendo que se acabar de trabalhar só para pagar comida ou aluguel, permanece o silêncio, a revolução não encontra tempo para ser feita, e a alta sociedade parece feliz. A música faz uma recapitulação de tudo que os personagens passaram.

Por fim, “See The Light” fecha o disco falando sobre todos tentando achar um motivo para continuar vivendo, lutando e para, finalmente, “ver a luz.”

música História notícias green day christian hq gloria 21st century breakdown horseshoes and handgranades heroes and cons charlatans and saints last of the american girls música por música

Leia também

Viola Davis receberá o prêmio Cecil B. DeMille do Globo de Ouro


Jeff Goldblum toca música de Wicked no piano em estação de trem de Londres


Jaqueta de couro usada por Olivia Newton-John em Grease será leiloada


Anne Hathaway estrelará adaptação cinematográfica de Verity de Colleen Hoover


Selena Gomez fala sobre esconder sua identidade antes das audições


Liam Payne: Harry Styles, Zayn Malik, Louis Tomlinson e Niall Horan se despedem do ex-One Direction em funeral