“Quando Brittany Howard colocou as vozes, sabíamos que aquilo era explosivo”, confessa Steve Johnson, baterista da banda
Lucas Brêda Publicado em 16/02/2016, às 17h40 - Atualizado às 18h10
Na última segunda, 15, aconteceu a premiação do Grammy 2016, em Los Angeles, nos Estados Unidos. Além de Kendrick Lamar – maior vencedor, com cinco prêmios – e de Taylor Swift – que ganhou em Álbum do Ano –, um dos destaques da cerimônia foi o Alabama Shakes. Com Sound & Color (2015), a banda ganhou os gramofones de Melhor Álbum Alternativo e Melhor Engenharia de Som de Disco Não Clássico, e o single “Don’t Wanna Fight” faturou Melhor Música de Rock e Melhor Performance de Rock, totalizando quatro prêmios para o grupo.
Grammy 2016: veja a lista de vencedores nas principais categorias.
“Don’t Wanna Fight” foi lançada em fevereiro do ano passado – há cerca de um ano –, dois meses antes de o disco Sound & Color chegar às lojas. O single hoje beira as 6 milhões de visualizações apenas no vídeo oficial do YouTube (são mais quase 2 milhões no registro de um ao vivo no lendário Studio A, do Capitol Records), e foi a primeira amostra da renovação do Alabama Shakes, que aprofundou a sonoridade soul do primeiro álbum (Boys & Girls de 2012) com experimentalismos, timbres espaciais e um groove de precisão quase cirúrgica.
“[A vocalista] Brittany [Howard] tinha o riff – ‘tã tã tã tã’ – e nós começamos a improvisar em cima daquilo”, conta o baterista do Alabama Shakes, Steve Johnson, recriando as notas iniciais da canção com a boca. “O ritmo da bateria foi a parte mais difícil de fazer: tinha que ser simples, mas ao mesmo tempo incrível. Nós travamos nisso por um tempo. Até que uma vez, fizemos um ritmo com influência de música latina, algo assim. Então, tiramos elementos daquele ritmo e colocamos em ‘Don’t Wanna Fight’ – e aquilo fez muito sentido. Então, Brittany foi colocar os vocais.”
Atração do Lollapalooza, Alabama Shakes é um dos shows mais aguardados no Brasil em 2016.
“No começo, a melodia até que ficou boa, mas estava parecido com alguma outra coisa, sabe? Algo que já tínhamos ouvido anteriormente. Muito parecido com algo que já existe”, acrescentou Johnson, sem esconder a admiração pela vocalista da banda, recriando os passos da consolidação de “Don’t Wanna Fight”. “Então, ela voltou e fez algo com os vocais – colocou uma melodia, fraseado ou alguma coisa diferente.”
No single, os vocais são introduzidos por Brittany – por volta do segundo 38 da canção – com um grunhido seco e carregado de tensão, que é liberada no segundo seguinte, quando a voz dela engradece e começa a entoar o primeiro verso da faixa. “E, quando ela fez isso, sabíamos que aquilo era explosivo”, confessou o baterista. “Diferente de qualquer coisa que nós esperávamos. E isso é um pouco da história dessa música.”
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“Don’t Wanna Fight” não só rendeu dois prêmios Grammy ao Alabama Shakes, como foi a faixa apresentada pela banda na premiação. Sem a mesma duração ou produção de outras performances da cerimônia – como as de Lady Gaga, Kendrick Lamar, Taylor Swift ou Justin Bieber, por exemplo –, a apresentação de Brittany e companhia foi segura e direta e, mesmo assim, foi uma das mais apreciadas da premiação.
Assista ao vídeo abaixo.
No evento regular do Grammy 2016, o Alabama Shakes recebeu apenas um gramofone (os outros foram entregues na pré-cerimônia, realizada horas antes), o de Melhor Performance de Rock. Líder do grupo, Brittany Howard assumiu o microfone para agradecer, mantendo a humildade e admitindo: “Quando começamos, estávamos no colegial. Fazíamos [música] por diversão, não para ganhar prêmios ou [ter] reconhecimento”. “Muito obrigado”, acrescentou ela. “Prometo que vamos continuar crescendo.”
Assista abaixo.
E o Alabama Shakes tocará “Don’t Wanna Fight” em breve no Brasil, como parte da próxima edição do Lollapalooza Brasil. Eles retornarão ao palco do evento depois de se apresentar no festival em 2013, na época com apenas um álbum na bagagem (Boys & Girls, 2012). Veja o line-up completo do Lollapalooza Brasil 2016 aqui.
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