Aos 22 anos, o artista britânico quer, por meio da música, lutar pela liberdade sexual, de expressão e de existência ao lado da comunidade de fãs
Julia Harumi Morita Publicado em 27/11/2019, às 13h00
Cabelos bagunçados, unhas pintadas, saia, batom preto e uma vontade insaciável de mudar o mundo. É assim que Yungblud sobe aos palcos e provoca a multidão para cantar junto com ele sobre a solidão inevitável da juventude. A atração revelação do Lollapalooza 2020 estava em Praga, durante a turnê europeia, quando falou com a Rolling Stone Brasil sobre o show que acontece dia 4 de abril, em São Paulo.
O artista britânico, de nome Dominic Richard Harrison, iniciou a carreira em 2018 e ganhou popularidade após fazer parte da trilha sonora da série 13 Reasons Why com as faixas “Falling Skies”, em parceria com a cantora Charlotte Lawrence, “Tin Pan Boy” e “Die a Little”, que foi recentemente incluída na terceira temporada da série.
Com apenas um ano e alguns meses de carreira, o cantor já possui diversas colaborações com artista renomados como Halsey, Dan Reynolds, do Imagine Dragons, Travis Barker e Machine Gun Kelly. Ele também já se apresentou em festivais de peso, como o Warped Tour e o Lollapalooza Chicago.
Apesar da sucesso imediato, o cantor diz que não se preocupa com a fama ou o dinheiro, apenas com a conexão entre ele e o Black Heart Club, o coletivo de fãs que o artista considera uma verdadeira comunidade.
“Eu não ligo para a quantidade de músicas, eu só me importo em caminhar até 50.000 pessoas em São Paulo ou em qualquer outro lugar, você sabe. Eu quero sentir a comunidade de pessoas que é tão grande que pode mudar a cultura para melhor”, disse o cantor.
Tanto no único álbum de estúdio, 21st Century Liability, quanto no recém lançado EP , The Underrated Youth, Yungblud transita entre diversos estilos musicais como o rock alternativo, pop punk e o hip hop alternativo.
Com uma voz rouca, agudos aveludados e palavras quase gritadas, ele banaliza a morte e critica com um sarcasmo autodepreciativo a forma como os jovens são tratados nos dias de hoje. Segundo o músico, as letras agressivas e irreverentes são um convite à todos aqueles que já se sentiram excluídos e repreendidos por serem eles mesmos.
“Se você sente que não pertence em nenhum lugar, então você pertence aqui comigo, porque eu me sinto do mesmo jeito [...] Eu quero escrever músicas sobre coisas que realmente importam e coisas que permitam que as pessoas sintam que está tudo bem”, disse o cantor.”
E os fãs são uma grande inspiração para o artista, que muitas vezes escreve músicas com base nas histórias que ouve durante as viagens pelo mundo. Acredito que a conexão entre o cantor e o público é o resultado de um reconhecimento geracional. Como muitos jovens na faixa dos 20 anos, Yungblud curte rock and roll e admira astros como Robert Smith, Kurt Cobain e Alex Turner.
“Um denominador comum que eu encontro nas pessoas, e eu quero dizer muitas pessoas, na Austrália, na Holanda, na Alemanha, no Reino Unido, nos Estados Unidos, é que elas são todas iguais no sentido que não se sentem aceitas por quem elas são. [...] Você sabe, eu quero falar sobre isso na música, porque é tão poderoso. As pessoas que eu conheço são poderosas para um car****.”
Yunblud também contou que está ansioso para se apresentar no Lollapalooza 2020 e conhecer o público brasileiro. Ele disse: “Em São Paulo, no Lollapalooza, eu vou fazer questão de conhecer meus fãs. Eu quero segurar eles, tocar neles, eu quero cheirá-los e acariciá-los, porque eles são minhas pessoas. [...] Eu não posso esperar. Vocês são loucos”.
Se nos palcos, o cantor é um performer hiperativo que não pensa duas vezes antes de se jogar, literalmente, no público, longe dos holofotes e das multidões, Yungblud parece mais tranquilo e mostra ser um artista promissor disposto a conversar com qualquer que acredita no potencial da música de transformar as pessoas.
Aos 22 anos, Yungblud ou Dominic - ele deixa as pessoas o chamarem da forma que preferirem - já afirmou que está pronto para ser rockstar da nova geração determinada a acabar com qualquer construção social que a priva da liberdade sexual, de expressão ou de existência.
“Eu não entendo o porquê de existir essas classificações de roupas masculinas e femininas… O que é masculinidade e feminilidade, de qualquer modo? Nós somos apenas humanos cara [...] Seja quem caral*** você quer ser e se as pessoas não gostarem, o problema é delas”, disse o artista.
Quando questionado sobre a sensação de ter realizado o sonho, o cantor explica que ainda não chegou onde gostaria estar e que o sucesso mundial é apenas o começo da trajetória artística dele.
Nos sonhos, Yungblud vive em uma comunidade sem vestígios de qualquer tipo de opressão, onde todos festejam ao som de guitarras e batidas eletrônicas. Em um palco de proporções infinitas e iluminado com luzes coloridas, eles cantam e gritam tomados por uma energia inesgotável e a tranquilidade de saberem que podem existir no estado mais autêntico que a criatividade deles permitirem.
“Meu sonho é reunir o máximo de pessoas que sentem que não pertencem a nenhum lugar, que não são boas o suficiente, que sentem que não são aceitas. Eu quero encontrá-las e quero fazer elas sentirem que podem ser elas mesmas e que está tudo bem ser elas mesmas. Eu quero recebê-las nessa comunidade”, conta Yungblud.
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