A Secom editou uma entrevista da cineasta que concorre ao Oscar para rebater informações - e a acusou de criar em Democracia em Vertigem "uma narrativa cheia de mentiras e cenários absurdos"
Redação Publicado em 03/02/2020, às 21h02
A Secom (Secretaria Especial de Comunicação Social) usou o Twitter nesta segunda, 3, para se pronunciar sobre Petra Costa e a indicação do documentário Democracia em Vertigem ao Oscar de Melhor Documentário.
“Nos Estados Unidos, a cineasta Petra Costa assumiu o papel de militante anti-Brasil e está difamando a imagem do País no exterior. Mas estamos aqui para mostrar a realidade. Não acredite em ficção, acredite nos fatos,” diz um dos tweets do órgão federal, no qual há anexa há uma edição de uma entrevista de Costa para David Dimbleby, da PBS, divulgada no dia 31 de janeiro deste ano. O jornalista pergunta porque ela acha que Jair Bolsonaro foi eleito.
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Costa explica que “as pessoas viam nele uma figura que não esteve envolta nos escândalos da corrupção da Lava-Jato. Também havia um grande número de assassinato no país, e [Bolsonaro] dizia que ia acabar com isso. [A edição não mostra esse trecho, só os que são citados adiante:] Além disso, nasceu uma grande onda evangélica que é contra direito dos gays, feminismo, ‘pessoas de cor’, todos esses ideais da extrema-esquerda que cresceram no Brasil.”
A Secom, então, comentou que “o Governo Federal não fez nenhuma ação contra os direitos das minorias.”
Depois, Costa comenta que desde a eleição de Jair Bolsonaro, a taxa de assassinatos cometidos pela Polícia Militar do Rio aumentou 20% (de acordo com a Exame, o número era 23% em abril de 2019), e a Secom rebate com dados de outra pesquisa, que diz que os homicídios gerais diminuíram 20% no Brasil (o número real é 23%, de acordo com a Globo em setembro de 2019).
Costa ainda comenta sobre os altos índices de morte no Rio de Janeiro, principalmente pessoas negras, ao que a Secom comenta que a responsabilidade e controle desse aspecto é do Governo do Estado - e não do Federal.
“É inacreditável que uma cineasta possa criar uma narrativa cheia de mentiras e cenários absurdos para denegrir uma nação só porque ela não aceita o resultado das eleições,” escreveu, ainda, a Secom (em inglês). Depois, postaram dados sobre o Seguro Rural no Brasil, e até o fechamento desta (3 de fevereiro, 20h52) não publicaram mais nada sobre o assunto.
Nos Estados Unidos, a cineasta Petra Costa assumiu o papel de militante anti-Brasil e está difamando a imagem do País no exterior. Mas estamos aqui para mostrar a realidade. Não acredite em ficção, acredite nos fatos. pic.twitter.com/NLnf8gA87c
— SecomVc (@secomvc) February 3, 2020
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