Última apresentação do festival Inhotim em Cena recebeu grande público no parque mineiro
Lucas Reginato, de Brumadinho Publicado em 20/08/2012, às 16h33 - Atualizado às 17h02
Boa parte do público que neste domingo, 19, compareceu ao Instituto Inhotim, no município mineiro de Brumadinho, parecia ansiosa para ver no palco a apresentação de Criolo. O rapper foi responsável por fazer o último show do festival Inhotim em Cena, que ocorreu em três finais de semana no parque e contou também com Hermeto Pascoal e as bandas Dibigode e Graveola e o Lixo Polifônico.
A chuva ameaçou cair alguns minutos antes do show, marcado para começar às 15h, mesmo que a manhã tenha tido céu completamente aberto. Só caíram, porém, algumas gotas, que pouco assustaram os fãs que começavam a se posicionar em frente ao palco, montado diante de um dos lagos do parque, que em seus mais de 100 hectares possui outros quatro lagos espalhados entre jardins que deram ao local o título recente de Jardim Botânico.
O público se alojou sob uma árvore imensa que dá o nome de Tamboril à praça onde o palco foi montado. As proporções do Parque Inhotim são difíceis de serem compreendidas por quem nunca visitou o local. “Isto deveria ser a regra, não a exceção”, exalta Criolo sobre o local construído para abrigar obras de diversos artistas contemporâneos do Brasil e do mundo. Hoje são mais de cem obras de criadores como Hélio Oiticica, Janet Cardiff e Doug Aitken espalhadas pelo parque, instaladas em galerias erguidas com este propósito, além de cinco pavilhões que recebem exposições temporárias.
Mas durante uma hora nenhum dos renomados nomes que se dedicaram à arte contemporânea recebeu atenção semelhante ao cantor de Grajaú, que mesmo que pudesse ser ouvido por todo o parque reuniu a sua frente quase a totalidade de visitantes.
Para eles a banda começou a tocar exatamente no horário marcado, e o sol já voltava a esquentar os presentes. A abertura com os batuques de “Mariô” não foi suficiente para levantar grande parte do público que ainda insistia em ficar sentado no gramado, mesmo que cantando as rimas.
A presença de DJ Dandan fez diferença e foi a entusiasmada participação dele em “Sucrilhos” que levantou ainda mais os espectadores. Muito destes pareciam acompanhar o show de Criolo pela primeira vez e se revelaram surpresos com a performance exaltada. Ao cantor estava inicialmente proposto o desafio de surpreender e fazer o público se entregar à música, e não foi preciso tanto esforço para que a missão estivesse cumprida já no fim da segunda canção, de modo que todos dançavam quando começou a introdução de “Subirusdoistiozin”.
Os ânimos esfriaram durante a apresentação de “Samba Sambei” e das músicas “Para Mulatu” e “4 da Manhã”, que, talvez por não estarem registradas no álbum Nó na Orelha (2011), eram pouco conhecidas pelos presentes. A situação voltou a melhorar quando a melodia e o discurso dramáticos de “Freguês da Meia-Noite” colocaram até mesmo alguns casais para dançar.
Sem dúvida, foi “Não Existe Amor em SP” a faixa que recebeu maior coro, e, mesmo que a apresentação tenha sido feita a centenas de quilômetros da capital paulista, a frase “aqui, ninguém vai pro céu” foi cantada com empolgação. O clima apocalíptico da canção se manteve em “Lion Man”, embora desta vez mais dançante, seguida de “Grajauex”.
A esta altura já haviam se passado cerca de 45 minutos de show. Criolo foi ao microfone pedir desculpas porque teria que fazer a apresentação de forma mais compacta do que o usual devido à programação pontual da organização, e novamente agradeceu a presença do público, que ultrapassava o número de quatro mil pessoas, a maioria jovens.
“Linha de Frente” encerra Nó na Orelha, mas a função no show ficou a cargo de “Bogotá”, que apresentou um solo virtuoso do saxofonista Thiago França e deu espaço para que Criolo apresente o resto de sua banda: Maurício Badé na percussão, Sérgio Machado na bateria, Marcelo Cabral no contrabaixo, Gui Held na guitarra e Daniel Ganjaman no teclado.
Criolo não conseguiria, no entanto, sair do palco sem fazer, mesmo que com horário apertado, o bis. Ele voltou, muito aplaudido, para recitar a capella a letra de “Ainda Há Tempo” e encerrar sua apresentação com a irônica “Vasilhame”, muito pedida desde o início do show. Embora não tão longa como tanto músicos como público gostariam, a performance foi suficiente para que todos voltassem satisfeitos para casa.
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