Em show nesta terça, 22, cantora norte-americana trouxe faixas de seu mais recente álbum, Memphis Blues, sem negligenciar os sucessos pop de sua carreira
Patrícia Colombo Publicado em 23/02/2011, às 23h40 - Atualizado em 05/07/2013, às 18h58
O visual dela já não possui mais as pirações de outrora, mas as dancinhas empolgadas e graciosamente esquisitas e os agudos tão característicos seguem intocados em Cyndi Lauper, mesmo quase 30 anos depois de sua explosão no mundo da música. Pelo menos foi o que a cantora mostrou na noite desta terça, 22, em apresentação na Via Funchal, em São Paulo. Em show de 1h40 de duração, a norte-americana, diva pop dos anos 80, apresentou repertório praticamente 50% "blueseiro" (relacionado ao lançamento de seu disco mais recente, Memphis Blues), 50% clássicos de sua carreira.
A proporção citada acima se mostrou eficiente na tarefa de apresentar algumas faixas do álbum, desconhecidas por boa parte do público presente, sem fazer com que os fãs desanimassem, já que também estariam no set list as canções que a maioria queria ouvir. A média de idade das pessoas aparentava ser de aproximadamente 35 anos e era possível encontrar, em alguns cantinhos, cabeças coloridas (representadas por perucas ou verdadeiramente tingidas), fazendo referência às madeixas multicoloridas usadas por ela com intensidade na década de 80. Com 20 minutos de atraso, Cyndi e banda, que contava com a percussionista brasileira Lan Lan (famosa por ter tocado na banda de Cássia Eller), entravam no palco às 22h20, com a abertura blues representada pela canção "Just Your Fool". A sequência ficou a cargo de "Shattered Dreams", também de Memphis Blues, durante a qual Cyndi desceu do palco e se uniu aos fãs.
Os vocais da cantora chegam a assustar tamanha a conservação - e o exercício de fechar os olhos e tentar imaginar a garota das antigas no palco é inevitável, bem como a sensação consequente de que se tratava praticamente da mesma jovem, mesmo décadas depois. Cyndi Lauper completará 58 anos em junho, mas mostra que ainda segura a bronca em suas apresentações, sem grandes efeitos visuais, mas com divertimento e energia. E era isso o que os fãs esperavam: a presença, a voz e o carisma de Cyndi. Se você é o tipo de adorador de música que tem preguiça do pop e foge dos agudos, então, de fato, a casa de shows paulistana nesta terça não era o seu lugar. O primeiro momento de ápice na ocasião foi quando ela executou o hit "She Bop" (de She's So Unusual, de 1983, um de seus mais bem-sucedidos discos), que ao vivo assumiu uma faceta um pouco mais rock, sem perder sua essência. "Early in the Morning", que veio depois, retornou a apresentação ao blues.
Com exceção também de "All Through The Night" e de "Iko Iko" (canção popular de Nova Orleans que integra o álbum True Colors, de 1986), a primeira parte da apresentação, antes do longo bis que ainda estaria por vir, foi praticamente dedicada a Memphis Blues. Estiveram presentes "Crossroads", "Down Don't Bother Me", "Rollin' and Tumblin'" e "Don't Cry No More". A banda de Cyndi era competente e a interação entre ela e os integrantes, visível (a percussão de Lan Lan também se mostrou marcante). Ao longo da noite, como fez em sua última passagem pelo país, em 2008, Cyndi arriscou no português (com o auxílio de Lan Lan e de outros integrantes da equipe técnica) e elogiou a língua do país. "Vocês falam, mas soam para mim como se estivessem cantando", disse ela em determinado momento.
Na pista da Via Funchal, o público foi posicionado em cadeiras. Estranho assistir a um show de Cyndi sentado? Quando se diz respeito ao repertório mostrado até aquela parte da noite, nem tanto. As faixas de Memphis Blues não chegam a ser sombrias, mas também não possuem o calor dos hits antigos da cantora - pelo menos quando se fala no efeito delas na plateia. O único problema foi que, quando os sucessos antigos começaram a ser cantados em sequência, era possível perceber algumas pessoas na dúvida se seria pertinente levantar para dançar - e claro que a sensação é a de um banho de água fria quando não há liberdade para se movimentar diante de uma trilha como aquela. Mas foi questão de tempo até o problema ser resolvido.
O bis começara e era a hora da celebração oitentista que a maioria estava aguardando, apesar de Cyndi ter iniciado a segunda parte do show com "Shine" (single de 2002), novamente se enfiando no meio do povo. O clima era de festa mesmo. "Change of Heart" apareceu por lá, mas foi com o hino "Girls Just Want to Have Fun" que as pessoas levantaram definitivamente de seus lugares, com a única preocupação de aproveitar aquilo tudo. No entanto, uma mocinha sentada na primeira fila permaneceu da mesma forma na cadeira, o que levou Cyndi a interromper a música, pedindo gentilmente para que ela se levantasse. A faixa seguiu e o coro continuou acompanhando verso a verso. A partir daquele momento da noite, grande parte do público já se encontrava em pé, dançando e pouco ligando para os assentos. "Time After Time" foi a seguinte.
Desde o começo da apresentação era possível ouvir vozes gritando "Goonies! Goonies!", mas o single "The Goonies 'R' Good Enough", trilha do clássico filme de 1985 Os Gonnies, só apareceria no final do bis, numa versão improvisada, presenteada pela cantora aos seus fãs. "True Colors" foi a escolhida para encerrar a noite, em um final bastante semelhante ao de 2008 em termos da escolha do repertório.
Cyndi Lauper se apresenta mais uma vez na capital paulista nesta quarta, 23, novamente na Via Funchal. Assista abaixo alguns trechos do show desta terça, 22:
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