Cypress Hill e Deftones fizeram bons shows em São Paulo, mas ao contrário do que muitos esperavam, não subiram ao palco juntos
Por Pedro Henrique Araújo Publicado em 05/04/2011, às 15h34
A noite dos californianos do Cypress Hill e do Deftones, em São Paulo, na segunda, 4, teve tudo o que um show, bom ou ruim, precisa ter. Ótimo público, artistas animados, bandeira do Brasil estendida, pelo menos cinco invasões à pista Premium, uma invasão de palco, uma queda do vocalista, tentativa de beijo na boca e pouco atraso. E como era a noite da Califórnia, dava até para ver alguns lowriders, para deixar o clima mais "chicano". Mas muitos fãs se decepcionaram, já que as bandas não apareceram, em nenhum momento, juntas no palco, como era esperado.
O Cypress Hill surgiu diante do público do Credicard Hall com Eric Bobo na percussão, B-Real e Sen Dog - que vestiam suas clássicas jaquetas (sem mangas) de couro - nas rimas e na apologia à maconha, e o DJ Julio G nos scratches. Os destaques foram as clássicas "Insane in the Brain" e "How I Could Just Kill a Man", que foi regravada pelo Rage Against the Machine no álbum Renegades, de 2000. Por falar na banda de Zack de la Rocha, o Cypress tocou "Rise Up", parceria com o guitarrista Tom Morello, do álbum homônimo da música, de 2010.
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E, sem bis e sem firulas, o Cypress Hill tocou "Rock Superstar" e deixou o palco. Famoso pelos versos dedicados à cannabis, Sen Dog recebeu um presente de um fã. Um cigarro sem filtro foi arremessado ao seu lado, mas o rapper preferiu acender seu próprio baseado, depois de cantar "Insane in the Brain" - e a atitude foi repetida por parte da plateia, que fumava no local com tranquilidade.
A plateia, ainda eufórica, esperou poucos minutos para a entrada de outros rapazes da Costa Oeste. Todo vestido de preto, com exceção do vocalista Chino Moreno - que vestia, como de costume, uma camisa xadrez -, o Deftones parece mais maduro, mais coeso e entrosado no palco. Os já nem tão jovens músicos de Sacramento fizeram rock and roll puro e simples, com direito a algumas cusparadas aqui, várias trocas de guitarra ali e um show intenso do início ao fim. As rodas de pogo na pista premium ensaiavam uma agressividade que não passava da introdução das músicas. A maioria do público que realmente cantava as músicas com a banda estavam atrás da grade, na pista comum.
"Back to School", a mais celebrada, foi a última música antes do bis. Seguro no palco, Chino Moreno aproximava-se da plateia, cumprimentava o público do gargarejo e permitia até alguns abraços mais maliciosos das moças da plateia. Num desses abraços, o vocalista saiu caminhando de costas, tropeçou no retorno e levou um tombo considerável. No final da música ele pegou a caixa, jogou no chão e desferiu alguns palavrões em sua direção.
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