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Damon Albarn comenta novo disco do Gorillaz e avalia Kanye West

"Até agora, o registro está bem rápido e tem bastante energia", afirmou o músico

Redação Publicado em 15/10/2015, às 12h14 - Atualizado às 13h31

O Blur foi uma das bandas mais populares dos anos 1990. Nos Estados Unidos, eles não eram tão conhecidos, mas a reputação do grupo cresceu ao longo dos anos desde o hiato dos músicos, em 2003. Na próxima semana, o Blur, que retornou no início deste ano com The Magic Whip, fará os maiores shows da banda na América do Norte fora de um festival: será no Hollywood Bowl, em Los Angeles, no dia 20 de outubro, e no Madison Square Garden, em Nova York, dia 23 de outubro.

Crítica: Blur – The Magic Whip.

O líder Damon Albarn falou de Londres com a Rolling Stone EUA para contar por quais motivos ele ama e por quais motivos odeia se reunir com os velhos companheiros de grupo, comentar a respeito dos planos de um novo álbum com o Gorillaz e fazer uma análise da música pop.

Galeria: as melhores canções de britpop segundo os leitores da Rolling Stone EUA.

Este ano marca o 20° aniversário da "Batalha do Brit Pop", quando o Blur e o Oasis eram arquirrivais. Você acha que essa competição toda foi boa para a música?

Definitivamente foi muito divertido. Nós usamos o fantasma dos anos 1960 para cobrir o esqueleto da era moderna. Era uma transformação estranha e um interessante tempo de testes. Tabloides e celebridades são as coisas que conduzem o mundo. As músicas daquela época deram uma atmosfera real para isso. Liricamente, eu não acho que as pessoas escrevam coisas como aquelas atualmente.

Bandas que foram, mas voltaram.

Você e Noel Gallagher colocaram panos quentes nessa história, certo? Vocês saem juntos com frequência?

Sim, de vez em quando. Sempre aprecio a companhia dele. Ele é hilário.

Você ouve muita música pop? Qual foi o último grande disco que você ouviu?

Eu amo o Ibeyi [dupla franco-cubana de R&B]. Gosto de um monte de coisa, mas não consigo pensar nos nomes agora.

Ok. Só para lançar um nome, o que você acha de Kanye West?

Acho que ele é único.

E Taylor Swift?

Notável, mas não única. Alguém mais? Podemos continuar.

Drake?

Ele não é tão consistente quanto poderia ser.

Future?

Muito interessante e algumas vezes revigorante.

Rihanna?

Bom, ela está na capa da NME, então, ela deve ser boa.

Seu musical inspirado em Alice no País das Maravilhas, Wonder.land, estreará em breve em Londres. Como você se envolveu nessa história?

Alice no País das Maravilhas me aterrorizava quando criança. Eu ficava bem perturbado com a Duquesa, em particular. Ela aparecia nos meus pesadelos.

Li que o musical é pensado como um comentário na internet. Isso é verdade?

Sim, um pouco. Ele é sobre identidade. É muito fácil ter múltiplas identidades, ser uma espécie de esquizofrênico passivo por causa das mídias sociais. Mas é muito mais divertido do que isso.

Você está ansioso para tocar no Madison Square Garden com o Blur?

Alguém vai ir ver isso? Espero que sim. Será que alguém vai se importar?

Eu vou.

Bom, já é uma pessoa e eu conheço um casal que também irá. Então, estamos falando em três pessoas, pelo menos. Mas sim, estou empolgado. Sempre senti que merecíamos um show relativamente grande em Nova York. É algo com que sonhamos lá no início. Você ouve sobre alguém tocando lá e pensa, "Jesus, isso seria incrível!". Mas nunca tocamos.

Você gosta de tocar com o Blur atualmente?

Eu ainda tento evitar isso como uma praga, para ser honesto com você. Mas alguma coisa estranha acontece quando eu piso no palco: é uma grande prazer. E então, assim que terminamos, eu digo: "Nunca mais". É muito estranho. Deve existir algum tipo de teoria da psicologia que explica essa emoção de tentar não fazer algo e então fazer e adorar. E então, assim que você termina, tentar não fazer de novo.

Como você tentar evitar isso?

Não sei. Eu meio que esqueço às vezes que eu fiz todo aquele trabalho, todos aqueles anos passados. Mas então temos um momento tão bom no palco, existe uma corrente bastante emocional, mas também é divertido, bobo e barulhento. É uma receita fantástica, ter todos esses elementos se colidindo uns contra os outros.

Você tem alguma surpresa na manga para esses shows?

Vai ser muito interessante tocar uma música como "Parklife" no Madison Square Garden. Ainda não achei nenhuma resposta para isso, mas vou tentar encontrar um comediante norte-americano para ilustrar o fato. Acho que seria muito divertido. Pedi para Mike Myers – ele é um cara adorável. Eu o imaginei como Austin Powers interpretando "Parklife". Seria algo maravilhoso. Mas, infelizmente, ele não pode fazer.

E Jerry Seinfeld?

Bom, tem que ser alguém que meio que conheça a banda. A razão pela qual eu queria Mike Myers é que ele conhece essa música. Não gostaria de colocar alguém em uma situação esquisita.

No que mais você está trabalhando agora?

Estou bem no começo de um novo disco do Gorillaz. Até agora, ele está bem rápido e tem bastante energia.

O que você faz com seu tempo livre se não está tocando música?

Se tem um jogo de futebol passando, eu vou ver. Ou eu simplesmente vou para o interior e sento na beira do mar, cozinho, faço ioga e como mingau. Nessa semana eu vou à Dismaland [paródia do artista britânico Banksy em forma de instalação] para encontrar algumas pessoas. [Nota: alguns dias depois da entrevista, Albarn fez um show de despedida da Dismaland].

Você é amigo de Banksy?

Sim, eu o conheci no fim da década de 1990. Há muito tempo.

O que você acha da história de tabloide que alega que o primeiro-ministro britânico David Cameron transou com um porco morto quando estava na faculdade?

Ele é mais legal agora que admitiu que fumou um pouco de maconha do que era antes. Isso não fez nenhum mal para ele, fez? Ele provavelmente criou [o boato] na verdade! Eu não confiaria nesses políticos, fora Jeremy Corbyn [político britânico de esquerda], que obviamente é uma unanimidade.

E os políticos norte-americanos? Algum comentário sobre Donald Trump?

Humm, talvez a gente possa chamá-lo para tocar "Parklife" conosco!

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