Dave Grohl, de perna quebrada, se apresenta em Washington DC. - Nick Wass/ AP

Após quebrar a perna, Dave Grohl explica como criou trono personalizado para fazer shows

O líder do Foo Fighters tem se virado para continuar em turnê com a perna imobilizada

Rolling Stone EUA Publicado em 02/08/2015, às 12h06

Durante um pequeno intervalo na turnê do Foo Fighters, atualmente em curso pela América do Norte, Dave Grohl arrumou alguns minutos para falar à Rolling Stone EUA a respeito do trono desenhado por ele mesmo para acomodá-lo durante as performances com a banda.

Dave Grohl quebrou a perna durante show e continuou tocando; relembre.

O líder do Foo Fighters, que fraturou a perna em 12 de junho durante uma apresentação na Suécia, passou por momentos duros depois de ter sido submetido a uma cirurgia. Até na desgraça, contudo, o prolífico músico consegue fazer piada.

Acompanhante de luxo: as mais emblemáticas parcerias de Dave Grohl.

Quando você conseguirá correr por aí de novo?

Depende da recuperação, se as coisas se saírem bem e eu for um bom menino e fizer o que o médico mandar, talvez isso aconteça em pouco tempo. Estou tentando ser um bom menino, vamos ver.

Você criou o torno durante a recuperação. Estar pronto para voltar ao palco foi um processo difícil?

Após passar pela cirurgia, imaginei que estaria no palco uma semana depois em uma cadeira. Meu médico disse: “Você não pode fazer nada, pelo menos por algumas semanas”. Então, cancelamos alguns festivais e, depois desses primeiros cinco dias, eu não conseguiu nem levantar, cara. Era incrivelmente doloroso. E, de repente, um dia não tinha mais dor. Depois disso, parei de tomar os remédios. Eu odeio aqueles remédios, cara. Acho que a última vez que tomei um analgésico foi por causa de um dente do siso, há dez anos. Os analgésicos me fazem me sentir como um merda.

E como foi o primeiro show, em Washington?

Eu sabia que o único jeito que eu conseguiria fazer isso seria sentado, com minha perna para cima e desenhei esse trono chapado de OxyContin [analgésico derivado do ópio]. Fiz um desenho ridículo e primitivo, tirei uma foto do telefone e mandei para o meu iluminador e disse: “Construa isso”.

Qual foi sua reação quando você viu o trono pela primeira vez?

Eu ri demais. Era exatamente como eu tinha imaginado. A ideia era simplesmente ridícula [risos].

Seus fãs em Washington devem ter tido uma reação parecida?

Um dia espero que você tenha a oportunidade de sentar naquele trono quando a cortina cai e ver 50 mil rostos sorrindo, bocas abertas, gargalhando: “Que porra é essa?”. Nunca tivemos produção, nunca tivemos nenhum tipo de pirotecnia, nada. Nunca tivemos nenhum tipo de aparato grande e maluco. E quando isso aconteceu, eu fiquei feliz. Tipo, ok, isso vai tornar as coisas interessantes. Isso vai jogar uma chave de fenda na engrenagem e tornar tudo um desafio. Tudo, do trono à configuração do palco e à forma como nos comunicamos no palco, está diferente agora.

Como você se sentiu quando esse show terminou?

Nós pensamos: “Podemos seguir em turnê. Isso vai dar certo. Isso vai ser legal”.

Como é tocar naquele trono? O que você faz quando tem vontade de sair correndo?

Cada show é um pouco diferente naquele negócio. Primeiro, eu estou quebrando palhetas e as deixando cair. Perguntei para o meu assistente técnico outro dia, “Por que eu estou perdendo todas as minhas palhetas?” e ele disse, “Porque você está tocando guitarra com uma força que nunca tinha tocado na vida”. Estou com a minha perna para cima naquela coisa, mas o resto do meu corpo está como se eu fosse Joe Cocker. É insano. Tem um cinto de segurança para me manter sentado e impedir que eu caia.

Parece que você se ajustou bem.

Estou ficando louco e amo isso. Amo correr pelo estádio com os dois pés colocando a multidão para cantar comigo, mas também amo fechar os olhos naquela cadeira e viajar para caralho. É divertido, cara, de verdade. E os shows estão mais longos, porque eu sentando ali e gritando por três horas e então minha voz some. É tipo uma transferência de dor. Eu estou como um carro velho: você arruma o carburador e a correia estraga. Quando você arruma isso, a mangueira do combustível quebra. Eu tive um carro velho, sei como é consertar aquela porra toda semana. Estou começando a me sentir como um carro velho.

Você consegue imaginar o primeiro show sem o trono?

Decidir quando parar de usar isso vai ser difícil. Podemos parar de usá-lo assim que eu conseguir ficar de pé? Podemos parar de usar quando eu puder andar pelo palco? Podemos parar quando eu puder pular para caralho como um retardado, como eu fazia antes? Vai ser um momento fantástico quando o trono for embora e eu pular dele e começar a correr. Não seu quando vai ser, então, vou manter o trono por enquanto.

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