Nudez, vasos sanitários, robôs assassinos e violência não caem muito bem na prateleira de lojas
Gavin Edwards / Rolling Stone EUA Publicado em 29/08/2019, às 19h18
Puritanos foram alguns dos primeiros imigrantes europeus a chegarem na América do Norte, e apesar da revolução sexual e metade de um século de rock n’ roll, os Estados Unidos ainda têm uma grande tradição de moralismo conservador.
Muitos músicos tentaram empurrar as barreiras da sociedade em capas de álbum - somente para ver uma resistência empurrando de volta. Aqui separamos 13 das mais relevantes capas que já foram censuradas: e os motivos para o expurgo vão desde vergonha de vasos sanitários até nudez.
West disse ao artista George Condo que queria ter uma capa de álbum que seria banida. Condo proveu uma pintura de West pelado sendo estrangulado por uma moça também pelada, que tinha asas, mas não braços, e um rabo de poá. Missão cumprida: quando alguns vendedores não aceitaram a capa, West a substituiu por uma foto de bailarina.
O título original era Ghetto Dope (Droga do Gueto, em tradução livre) e a capa original mostrava um homem fumando um cachimbo com crack. Para assegurar uma distribuição maior, Master P abreviou o título e inventou uma nova capa que era uma colagem digital cheia de chamas.
Esta arte - feita no Photoshop, mostrou gêmeos siameses em uma gangorra - foi inteiramente perturbadora. E era exatamente isso que a banda queria, mas pessoas o bastante ficaram tão ultrajados que ofereceram uma versão com um gêmeo apagado.
Qual imagem poderia o Pantera escolher para a capa do sétimo álbum e mostrar a visão que tinham do mundo moderno? Bem, uma broca penetrando um ânus, claro. Foi rapidamente substituída com uma broca entrando na testa de uma pessoa - mais suave apenas em comparação com a antiga.
A música “Rape Me” era provocativa demais para o Walmart e o K-Mart, duas das principais lojas de departamento dos EUA, e elas não vendiam In Utero por isso. Ou, mais precisamente, o título era provocativo - quando a banda mudou o nome da faixa para “Waif Me” na contracapa, mas sem mudar a letra, o álbum foi aprovado nas estantes das lojas.
O álbum tirou seu nome da arte de Robert Williams, a pintura que foi a capa original do disco: um estuprador robótico prester a ser destruído por um robô muito maior. Depois de várias reclamações, a banda repôs a imagem com um desenho das cabeças dos cinco integrantes como crânios e em cima de uma cruz. A controvérsia poderia ter sido maior: Axl Rose originalmente queria que a capa fosse uma imagem da explosão acidental do ônibus espacial Challenger.
Censura old-school para o primeiro disco do ex-Pink Floyd: se as pessoas ficarem ofendidas pela simples visão de uma mulher loira pedindo carona, pelada exceto por seus saltos altos e mochila vermelha… Então é só colocar um quadrado preto tampando a bunda.
Ficcional mas clássica: no documentário This Is Spinal Tap, uma das bandas mais barulhentas da Inglaterra teve a capa do disco rejeitada pela gravadora e a substituíram por uma capa toda preta. A versão original: “Uma mulher pelada e suada de quatro com uma coleira de cachorro em volta do pescoço, e uma guia indo até a mão de um homem com o braço estendido para puxar a coleira, e dando uma luva preta na cara dela para ela sentir o cheiro.”
Na capa, Bowie parecia simplesmente assustador - e acabou sendo metade de uma pintura do artista bélgico Guy Peelaert, e a contracapa revelava que o cantor tinha o corpo de um cachorro, inclusive um pênis proeminente. Os seus quartos traseiros foram rapidamente castrados, com um pouco de airbrushing deixando o focinho de Bowie embaçado e branco.
O supergrupo de Eric Clapton e Steve Winwood não tinha nome até ver a arte de capa do disco, nomeada como Blind Faith pelo fotógrafo: uma menina de 11 anos de idade sem camisa, sua inocencia contraposta pelo brinquedo altamente tecnológico em suas mãos. (A modelo Mariora Goschen disse que prometeram um cavalo para ela por ter posado para a capa, mas teve que aceitar 40 libras.) Nos EUA, a imagem de uma pré-adolescente sem camisa provocou ultraje - embora nem tanto quanto teria provocado hoje - então a gravadora oferecia também uma versão com uma foto da banda.
Obs: adicionamos o bloco na foto pela idade de Mariora na imagem.
Vasos sanitários eram um tabu em 1968 - o bastante para a gravadora dos Stones rejeitar a foto de uma parede de banheiro toda pichada, e no final a substituíram por uma capa branca com escritas em letras pretas formando um convite formal. Como resultado, o disco foi lançado com meses de atraso, e a arte original só ressurgiu nos anos 1980.
Os tempos mudaram: essa imagem dos Beatles em smocking brancos e posando com pedaços de carne e bonecas decapitadas agora parece como uma forma de provocação leve. (O Fab Four poderia estar protestando contra a Guerra do Vietnã, poderiam estar reclamando de como a gravadora americana mudou a ordem das músicas, ou poderia ser só humor negro.) Mas nos EUA, o blacklash contra a capa foi tão forte que a Capitol teve que fazer um recall das 750 mil cópias e substituir por uma foto da banda na capa.
A capa original do disco de estreia dos Mamas and the Papas: todos os quatro integrantes vestidos em uma banheira. Mas como era um banheiro, havia um vaso sanitário, o que era tabu. No primeiro momento, o objeto foi coberto por uma caixa de texto, e depois foi retirado totalmente.
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