De troca de desenhistas a pressão dos editores, nem sempre uma história sai como planejado, para desagrado de quem a escreve
Redação Publicado em 28/10/2019, às 17h33
Para Alan Moore, Watchmen é uma mancha na carreira. Não tanto pela história - mas pelo que a DC Comics fez com ela e com os personagens. O escritor não gostou de ter perdido os direitos da história - e odiou a adaptação feita para os cinemas em 2009. E isso fez com que ele detestasse Watchmen.
Ele não é o único escritor, porém, a ficar desapontado com algum trabalho relevante. São diversas as histórias em quadrinhos que, seja pela repercussão ou execução, caíram no desagrado de seus criadores.
Separamos, abaixo, algumas célebres histórias que são detestadas pelos seus criadores. Veja:
Quando Batman: Uma Morte na Família estava em produção, a DC Comics promoveu uma votação entre os fãs. Eles podiam escolher se Jason Todd, o Robin das histórias de Batman à época, morreria ou não. Decidiram que era a hora do menino - e a responsabilidade de criar a história ficou com Dennis O’Neil, que havia sugerido a trama em primeiro momento.
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Mas o peso de matar o personagem - uma criança - acabou sendo demais. Ele se arrependeu de criar uma morte tão cruel para Robin, mas não pôde mudá-lo, e a história foi publicada assim mesmo. Depois, O’Neil acabou aceitando o desenrolar - e a história virou um clássico do Batman.
Batman: A Piada Mortal talvez seja uma das histórias mais relevantes, tanto para o desenvolvimento do herói quanto para de Coringa, arqui-inimigo do Homem-Morcego, além de ser, também, uma das revistas mais rentáveis da DC Comics. Foi criada pelo icônico (e, diga-se de passagem, reclamão) Alan Moore, que, imagine, não gostou do resultado.
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Para ele, a HQ “não é muito boa,” e a trama de Barbara Gordon, a Batgirl, passou dos limites. Na história, a menina é estuprada por Coringa, e depois leva um tiro que a deixa paralisada para o resto da vida; isso tudo para tentar enlouquecer o Comissário Gordon, pai dela. Os editores da DC, porém, insistiram na decisão, para desagrado de Moore.
Em 1991, George Pérez criou Guerra dos Deuses como uma homenagem aos 50 anos da Mulher-Maravilha. Foi uma história planejada durante muito tempo, e promoveria o casamento de Steve Trevor e Etta Candy - mas isso nunca aconteceu porque Pérez abandonou o projeto no meio.
Fez isso porque acreditava que a DC Comics não dava a devida importância ao aniversário da heroína - tanto que não lançou Guerra dos Deuses no mainstream, apenas em lojas especializadas. A história, tão querida para Pérez, foi finalizada por William Messner-Loebs - o que gerou o afastamento do escritor original da DC. Só voltou para a editora em 2006. Nesse meio-tempo, ficou na Marvel e escreveu Vingadores, entre outros.
A HQ Homem-Aranha: Um Dia a Mais é uma das mais controversas do Herói da Vizinhança. Ela começa com (mais um) casamento de Peter Parker e Mary Jane, para desagrado do escritor J. Michael Straczynski, que não queria que isso acontecesse - mas o fez por insistência de Joe Quesada, editor-chefe da Marvel.
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Na trama, porém, o Aranha é atacado por Mefisto, um demônio, e precisa escolher entre continuar casado com Mary Jane ou criar uma realidade alternativa para salvar a vida de Tia May. Ele salva May, claro. E acaba sem a sua amada. Uma baboseira, na opinião de Straczynski. “Eu tiraria meu nome das duas primeiras edições,” comentou o escritor.
Esta é uma das histórias mais confusas e menos querida do universo do Aranha. Nela, o vilão Chacal tenta criar um clone de Peter Parker para destruir o herói. Depois de algumas tentativas, consegue. Nasce Ben Reilly, e ele e Parker, quase sem querer, começam uma guerra de identidade. O final é trágico e estranho - e o inteirim, esquisito.
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Os fãs não gostavam de A Saga do Clone. Os roteiristas, menos ainda. Continuavam por insistência dos produtores. Estenderam o máximo possível, até ser cancelada oficialmente - e é praticamente ignorada no desenrolar de Peter Parker.
Quando Mark Waid escreveu Deadpool: Pecados do Passado, pesou a mão. Sabendo que o mercenário não tinha escrúpulos, aproveitou-se disso, e deu-lhe muitos traços bem sombrios. Tão sombrios que arrependeu-se depois, pois diz que a história o deixou atormentando. Os fãs, porém, adoram, e o volume é um dos “essenciais” do anti-herói.
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