Com o estilo R&B, o cantor exala o sentimento de positividade - algo tão importante para momentos como este
Jeff Ihaza | Rolling Stone EUA. Tradução: Mariana Rodrigues | @marigues_ (sob supervisão de Yolanda Reis) Publicado em 17/02/2021, às 18h45
Ant Clemons ainda não é um nome familiar, mas certamente está no caminho certo. Em janeiro performou “Better Days,” colaboração de 2020 com Justin Timberlake, na cerimônia de posse do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden.
O músico de 29 anos trabalhou com nomes como Kanye West, Pharrell, Noah Cyrus e, recentemente, apresentou o single cheio de positividade no Stacey Abrams’s Rock the Runoff, evento na Georgia, EUA, como parte da iniciativa política Fair Fight.
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Os últimos dias da presidência de Trump, uma revolta e um impeachment - sem mencionar a pandemia - deixaram pouco espaço para otimismo. Isso pode explicar porque Clemons - cujo EP de lançamento Happy 2 Be Here (2020) foi indicado ao Grammy - foi convidado para performar no evento histórico. “Better Days” é uma boa saída para o momento conturbado.
As cerimônias de posse são envolvidas com o mesmo sentimento de incerteza instaurado nos EUA nos últimos anos. Após a revolta no Capitólio, estados de todo o país estão em alerta máximo. O evento, transmitido virtualmente, foi diferente de qualquer outro na história. A Rolling Stone EUA conversou com Ant Clemons sobre fazer parte de um momento tão importante.
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Rolling Stone: Você foi convidado para cerimônia de posse. Como isso aconteceu?
Ant Clemons: Bom, era um sonho meu e do Justin desde a criação do disco. Disse a ele, “cara, seria tão legal se a gente pudesse se apresentar na cerimônia de posse, como a primeira banda ou algo assim.” Naquela época ele estava tipo, “cara, manda para Deus e espera acontecer,” e então, recebemos a ligação do assessor do Justin sobre estarem interessado na nossa performance na cerimônia de posse.
RS: Como se sentiu?
AC: Não há palavras para descrever como me sinto agora. Estou tão acostumado com meu antigo estilo de vida antes da música ser tudo para mim. Às vezes, ainda acordo e estou tipo, “ah cara, estou atrasado para o trabalho no Red Lobster.” Então, acordar e realmente ver todas as diferentes manchetes e anúncios sobre ser parte de algo histórico é surpreendente. Não posso fazer nada além de agradecer a Deus por essa oportunidade.
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RS: Como se sente sobre as notícias sobre Trump sofrer um impeachment pela segunda vez?
AC: Nós vimos os últimos acontecimentos [em 6 de janeiro no Capitólio], mas se nos unirmos e olharmos para um dia melhor, podemos encontrar a verdadeira definição dos Estados Unidos e seu significado. Não pensando nas divisões, mas em uma nação sob Deus.
RS: Como se sente levando essa música e mensagem para esse momento da história?
AC: É uma grande honra estar entre os artistas do line-up porque sou um dos poucos afro-estadunidenses da história a performar em uma posse. É muito, muito empolgante pensar na tarefa deixada a mim por Deus, e também na grande responsabilidade, pois nosso dever como cidadãos estadunidenses é ser um sinal de luz, esperança e a mudança desejada. Estou feliz de poder participar de uma parte, mesmo pequena, disso tudo.
RS: Quando criou a música “Better Days,” você estava se sentindo otimista para onde o mundo estava indo? De onde tirou otimismo para escrever essa música?
AC: Bom, sinto como se fosse uma escolha pessimista. E digo Happy 2 Be Here não para divulgar descaradamente meu projeto, mas para me lembrar: ser feliz é uma escolha. Definitivamente era minha ideia escolher otimismo no meio da tempestade e ajudar quem passava por algo como os acontecimentos do nosso país. O termo “dias melhores” se aplica para quem enfrenta um tempo difícil agora.
RS: Essa música foi parte da arrecadação de fundos da Stacey Abrams. Como se envolveu com o projeto dela na Georgia?
Isso também foi o time do Justin. Nós lançamos a música e, ao mesmo tempo, Stacey Abrams estendeu a mão e falou sobre se identificar com ela. Uma coisa levou a outra e depois fomos selecionados como os dois artistas a se apresentarem no evento. Foi como um sonho se tornando realidade, não apenas por lançar uma música com um dos meus maiores ídolos de todos os tempos, mas também por fazer parte da mudança.
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RS: Como um músico e uma figura pública, você sente uma responsabilidade de ser politicamente ativo?
AC: Com esse último ano, é uma responsabilidade de todos dar um passo adiante e fazer o que puderem. Política normalmente não é um lugar onde os músicos se sentem à vontade para falar, mas vários dos meus artistas favoritos falam sobre e isso é um reflexo dos tempos atuais.
RS: Seu álbum de estreia, Happy 2 Be Here, foi indicado ao Grammy. Quando descobriu sobre isso? Como foi essa experiência?
Descobri porque meu celular explodiu de mensagens de textos e ligações ao mesmo tempo. Um dos meus irmãos, Rex, me ligou dizendo, “ei, cara você deveria ver isso.” Apenas gritando. Estava tipo, “o que está acontecendo?” Alguém me enviou um clipe do Dale King anunciando as indicações da categoria R&B. Não conseguia acreditar. Era o meu primeiro projeto como artista solo. É incrível pensar no reconhecimento vindo dos meus colegas. Era um sonho desde criança.
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RS: Você teve um grande começo para 2021. Quais são os planos para o resto do ano?
AC: Honestamente, estou muito empolgado em continuar lançando mais músicas. Temos mais conteúdo vindo e estou preparado, se Deus permitir. [Ano passado,] antes da pandemia, tínhamos vários planos de fazer shows e então o mundo mudou e precisamos ajustar isso. Definitivamente, quero continuar lançando músicas, mas não tenho grandes planos sem saber onde estaremos.
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