Gravado em três dias, MM3 une influência marroquina e agressividade dos shows do trio, formado por Kiko Dinucci, Juçara Marçal e Thiago França
Lucas Brêda Publicado em 25/05/2016, às 16h37 - Atualizado às 17h24
Sem muitos avisos, o Metá Metá lançou nesta quarta-feira, 25, o terceiro disco da carreira. Batizado apenas como MM3, o álbum dá sequência a Metá Metá (2011) e MetaL MetaL (2012) e foi disponibilizando para download gratuito no site oficial da banda.
Além do trio que compõe a formação base da banda – Kiko Dinucci na guitarra, Juçara Marçal nos vocais e Thiago França no saxofone –, o Metá Metá foi acompanhado novamente por Marcelo Cabral (baixo) e Sergio Machado (bateria). Rodrigo Campos e Siba são as únicas participações externas, assinando faixas como cocompositores.
MM3 foi gravado em apenas três dias no estúdio Red Bull, em São Paulo, por Rodrigo Funai e o assistente Diego Saints, com o próprio trio assinando a produção. “Fazemos assim desde o primeiro disco”, explicou o guitarrista, Kiko Dinucci, em entrevista recente à Rolling Stone Brasil.
“Nossa desculpa era gastar menos dinheiro, mas desta vez tivemos à disposição o [estúdio] Red Bull e até daria para ficar mais tempo”, disse. “A ideia, contudo, era deixar a banda afiada e resolver tudo rápido, ao vivo, com dois ou três takes. É uma questão de desapego: não temos a pretensão de fazer um disco perfeito, de estar com tudo certo.”
“Não temos a pretensão de fazer um disco perfeito, de estar tudo certo”, admite o guitarrista. “Nós erramos, tem horas que eu enrosco o dedo e tal, mas mexemos pouquíssimo. Acho que falta desprendimento às pessoas. Querem cantar 100% afinado, fazem vários takes e no fim montam um Frankenstein que acaba não passando uma verdade. Nós encaramos como uma Polaroid daqueles dias mesmo.”
MM3 (capa abaixo) é resultado direto do caminho do grupo até aqui. A formação é praticamente de uma seleção – Dinucci, por exemplo, trabalhou no último disco de Elza Soares, a vocalista Juçara Marçal lançou há dois anos o aclamado Encarnado e Thiago França é um dos mais renomados nomes do sopro na capital paulista.
O trio forjou uma identidade intimamente ligada aos palcos, a partir do segundo álbum, MetaL MetaL (2012). “Nos shows, passamos a mudar muito as músicas, deixando-as mais fortes, elásticas, improvisadas, e a essa altura ganhamos um espírito de liberdade e de agressividade do ao vivo ao qual fomos fiéis nesse disco”, afirma Dinucci.
Além de soltas e “jazzísticas”, as novas canções tiveram mais influência de Juçara e França na composição. “No MetaL MetaL eu cheguei com músicas prontas, minhas ou parcerias, e fizemos arranjos juntos”, conta o guitarrista. “Desta vez, começamos do zero, compomos juntos, improvisando até alguém chegar com uma letra.”
MM3 começou a surgir no fim de 2015 e foi “contaminado” por uma visita da banda ao Marrocos. “Tivemos uma experiência interessante de tocar lá na rua, conhecer outros músicos”, comenta Dinucci, que diz ter começado a “brincar com as escalas árabes”. “É outro mundo e tem algo parecido com a gente. É uma cultura muito misturada, oriental e mais rústica. É um choque mesmo.”
Um dos guitarristas mais prolíficos, originais e respeitados da cena paulistana, Dinucci diz que não teme se repetir nos diversos projetos de que participa. “O que acontece é que um projeto influencia o outro”, afirma. “Não que vá ficar igual. Fugimos de não fazer um disco igual ao MetaL MetaL. Na turma toda sempre acontece isso: o primeiro do Passo Torto em nada tem a ver com o segundo, por exemplo. Fazer os discos é fácil, o foda é tocar quatro shows na mesma semana – como que vou decorar tanta coisa?”
“O som está mais sombrio, misturado. Tem influência do deserto, mas ao mesmo tempo está caótico, paulistano”, teoriza Dinucci sobre MM3 (o nome do álbum foi dado de acordo com o “assunto” das trocas de e-mails do trio). “O Metá Metá não é uma banda solar, de vestir uma camisa floral, beber caipirinha e ficar curtindo. O Metá Metá é de se jogar no show, de pular, de dançar candomblé.”
O Metá Metá apresenta o novo disco com shows em Porto Alegre (Bar Opinião), no dia 4, e no Rio de Janeiro (Circo Voador), no dia 10 de junho.
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