- Da esquerda para a direita: Taj, Marlon, Jackie e Tito Jackson (Foto:Chris Pizzello/Invision/AP/REX/Shutterstock)

Denúncias contra Michael Jackson só buscam dinheiro e fama, dizem irmãos do cantor

Em entrevista, 3 dos integrantes originais do Jackson 5 rebatem as acusações apresentadas no documentário Leaving Neverland

Rolling Stone EUA / Redação Publicado em 01/03/2019, às 13h06

A notícia caiu como uma bomba na família Jackson: um documentário seria lançado, e o foco eram novas acusações de abuso sexual contra Michael. A reação de Jackie, irmão mais velho dos cinco, foi simples: “Lá vamos nós de novo”.

Apesar de não terem assistido, a família do cantor nega todas as denúncias feitas por Leaving Neverland, filme de 4 horas de duração que expõe o caso de dois homens, Wade Robson e James Safechuck, e suas respectivas alegações de terem sofrido abusos sexuais nas mãos de Michael Jackson, durantes suas estadias no rancho Neverland, nos anos 1980 e 1990.

O documentário será transmitido em duas partes de 2 horas pela HBO no próximo sábado e domingo.

Para os Jackson, os dois personagens centrais do filme buscam apenas dinheiro e fama, mesmo após o diretor Dan Reed garantir que eles não receberam para participar, e que a única motivação era contar para o mundo a suposta verdade sobre o popstar.

Recentemente, Jackie (67), Marlon (61) e Tito (65), 3 dos 5 integrantes originais do Jackson 5, se reuniram no restaurante de um hotel em Beverly Hills para defender seu falecido irmão e atacar o documentário, em entrevista à Rolling Stone EUA.

“Você acha que se o Michael estivesse aqui, eles fariam esse filme? Com certeza não”, diz Jackie. “Meu irmão não está aqui, então é um alvo fácil”.

Nenhum deles é beneficiário direto do patrimônio de Michael Jackson, que já lucrou US$ 2.1 bilhões desde a morte do cantor. Os responsáveis abriram um processo de US$ 100 milhões contra a HBO, produtora do documentário e Jonathan P. Steinsapir, advogado que cuida do legado, contou que, caso seja necessário ir à corte, acredita que podem vencer facilmente.

Taj Jackson, sobrinho de Michael e filho de Tito, se juntou ao pai e aos tios para participar da entrevista. Ele próprio sofreu abusos sexuais quando era criança, e defende veemente que as acusações não podem ser verdadeiras de forma alguma. 

Ele é da mesma geração dos dois acusadores que aparecem em Leaving Neverland, e, quando era menino, também já dormiu várias vezes no rancho. Taj afirma ter conhecido bem Robson, e que, como o tio não está mais presente, cabe aos familiares proteger seu nome e sua reputação. “Nós somos uma unidade” disse. “E quando mentiras surgem dessa forma, nós todos o defendemos, pois sabemos a verdade”.

Os membros da família Jackson contam que só ficaram sabendo do documentário quando já estava quase pronto, e Taj diz que não o deixaram assistir antes do lançamento.

O sobrinho relembra da vez em que as autoridades entraram em Neverland para buscar evidências: “Levaram o computador dele e não acharam nada. Sabemos que quando você pega o computador de um molestador infantil, você vai encontrar alguma coisa. 70 cherifes entraram no local. Parecia uma missão de apreensão de drogas. Nós assistimos na TV. Não encontraram um fio de evidência de que ele era um molestador.”

Marlon e Jackie acusam o diretor do documentário de focar em apenas um lado da história, e não ter entrado em contato com nenhum amigo, parente ou outras crianças que conheceram Michael durante aquela época: “Ele entrevistou apenas Wade Robson e sua família, e Safechuck e sua família”.

Para Taj, tudo isso tem como objetivo ganhar dinheiro. Os dois acusadores “têm interesse em dizer que Michael era um molestador. Dan Reed tem interesse porque muitos jornalistas basearam suas carreiras em cima de Michael. O diretor inclusive disse que estava procurando um caso que envolvesse uma pessoa famosa. Não dá para ser mais claro que isso.”

Quando questionados sobre a normalização de compartilhar a cama e dormir com meninos de pijama, Taj responde: “Meu tio tinha o coração de uma criança, e é exatamente isso que as pessoas não entendiam”, e acrescenta: “É preciso ter vivido aquilo para entender, porque a sociedade sempre quer imaginar o pior lado das coisas”.

Leaving Neverland será transmitido pela HBO nos dias 3 e 4 de março. Assista ao trailer abaixo.

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