Artista lançou Eu Menti Pra Você (2010) e Longe de Onde (2011) e agora quer esperar para terminar o terceiro disco
PEDRO ANTUNES Publicado em 17/11/2012, às 13h18
Karina Buhr, de 38 anos, engatou dois trabalhos em sequência, encantou a crítica, mas entende que é hora de pisar no freio e percorrer mais o Brasil com o material já criado e, só depois, pensar num terceiro álbum.
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Depois da apresentação para um público que praticamente a desconhecia completamente, no Goiânia Noise, a cantora, compositora e percussionista disse à Rolling Stone Brasil que, de início, achava que “o público não estava gostando e só depois fui perceber que rolava uma parada de conhecer o som”, explicou.
A performance, pela primeira vez na capital do estado de Goiás, iluminou um caminho que Karina já queria percorrer: levar seus dois álbuns, Eu Menti Pra Você (2010) e Longe de Onde (2011), para outros cantos do país. “Foram dois discos na sequência. Nós queremos ir para muitos outros lugares”, diz. “Não que eu não esteja pensando em um terceiro disco – estamos sempre com isso na cabeça, a partir do lançamento do segundo. Eu estou fazendo música, gravo com um tamborzinho, ou com um teclado, apesar de não ser tecladista. Sem compromisso.”
Ela, contudo, admite que os caminhos para um novo trabalho acabam a levando por zonas desconhecidas ou impensáveis. Longe de Onde, seu último, por exemplo, foi imaginado sem guitarra alguma e acabou exatamente marcado pelo peso do instrumento, com as presenças de Fernando Catatau e Edgard Scandurra. “Era só baixo, trompete, teclado e bateria. Mas daí chegou o Catatau, que trouxe o Edgard”, explica.
A estratégia de experimentar seus dois discos em mais localidades faz parte de uma ideia de sair do eixo formado por Rio de Janeiro e São Paulo e levá-los para outros cantos. “Apesar de ter melhorado, ainda é São Paulo que dita as regras. Até mesmo em Recife”, diz a cantora, radicada na capital pernambucana, mas nascida em Salvador, na Bahia. “Festivais como este [Goiânia Noise] são importantes justamente por isso. Eu não conhecia as bandas que tocariam hoje, a não ser o Autoramas.”
“É importante não ficar parada no mainstream, que já não é aquela coisa de “uau, gravadoras!”, diz. “Se ficar preso nesse formato pode ficar plastificado”, completa ela.
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