A comédia dramática é dirigida por Julia Rezende e estrelada por Débora Falabella, Gustavo Vaz e Yara de Novaes
Vitória Campos | @camposvitoria (sob supervisão de Yolanda Reis) Publicado em 05/03/2021, às 17h14
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil é o país com maior porcentagem da população com transtornos de ansiedade. Não bastando o primeiro lugar, 80% das pessoas ficaram mais ansiosas durante os primeiros meses da pandemia, diz estudo da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
Retratando um assunto tão importante, principalmente nos dias atuais, Depois a Louca Sou Eu chega aos cinemas contando a história de Dani (Débora Falabella), brilhante escritora que tenta de todas as formas controlar seus medos e crises de ansiedade recorrentes desde a infância.
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A produção também conta com Gustavo Vaz icomo Gilberto, psicanalista com transtornos similares aos de Dani e Yara de Novaes no papel de Silvia, a mãe superprotetora da protagonista.
Em entrevista à Rolling Stone Brasil, Débora Falabella, Gustavo Vaz e a diretora Julia Rezende contaram sobre a importância de mostrar a ansiedade no cinema, como se identificam com os personagens e como o filme deu origem a uma websérie.
O longa consegue capturar a ansiedade, tema tão delicado e importante da contemporaneidade, de forma leve e cômica sem perder a seriedade ao mostrar as crises de ansiedade de Dani e como a personagem persiste em encontrar uma solução para o problema, porém, sem resultados positivos.
Segundo Falabella, o intuito era realizar cenas engraçadas, mas sem criar humor com um assunto tão sério, pois a personagem apenas vê graça porque é ela quem conta a história. A escolha da mistura do drama e comédia surgiu para desmistificar o preconceito e a desinformação sobre o assunto, “o humor é uma ferramenta de identificação e transformação,” disse Vaz.
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Para ele, a ideia de apenas falar sobre o assunto é um grande passo para a aceitação. O ator acredita também na importância de ver isso dentro da ficção de maneira respeitosa para conseguir criar identificação, como se fosse um abraço carinhoso no público.
“O filme é uma ponte de diálogo para acabar com esse tabu no qual ansiedade e saúde mental é algo de gente doida, é hora de falar disso abertamente,” disse a diretora Rezende. Ela e Vaz comentaram sobre creditar o cinema como instrumento social, intensificando o sentimento de pertencimento.
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Falabella se identifica com a personagem. Para ela, Dani está no caminho certo para descobrir quem é: "Uma mulher assumindo suas fragilidades, seus medos, indo atrás de ajuda… Isso está muito mais próximo da mulher de hoje.”
Vaz comentou sobre admirar e acreditar na função de Gilberto, de trazer a possibilidade do amor apesar da angústia. Os contrastes do personagem - um psicanalista sofrendo de ansiedade - o tornam muito mais humano e empático.
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“Me identifico com Gilberto pela vulnerabilidade, tento trabalhar isso em minha vida, estar vulnerável - no sentido positivo - para poder me relacionar com o mundo."
Segundo ele, quando os personagens estão juntos em cena é interessante ver como encontram beleza nas dificuldades um do outro, criando uma prazerosa parceria.
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Mesmo com o filme lançado em um momento tão apropriado, no qual o isolamento social intensificou transtornos de ansiedade, esta não era a ideia original. A estreia estava prevista para abril de 2020, mas precisou ser adiantada devido à pandemia.
Contudo, para não deixar o projeto de lado, surgiu a ideia de criar a websérie Diário de Uma Quarentena, spin-off sobre Dani lidando com o isolamento em situações cotidianas.
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Segundo Falabella, a websérie foi criada de maneira despretensiosa. Em conversa com a diretora, comentou: “Imagina a Dani na quarentena, todo mundo passando por essa situação e nesse estado de ansiedade, as pessoas vão se identificar muito.” A atriz foi responsável por gravar os vídeos sozinha em casa, inventar os cenários, se arrumar e pensar no figurino.
O spin-off foi um sucesso. Dividida em 6 episódios disponíveis no YouTube, a websérie foi assistida por mais de 7 milhões de pessoas. Segundo Rezende, isso fortaleceu muito o lançamento de Depois a Louca Sou Eu.
O roteiro de Gustavo Lipstzein é uma adaptação do livro homônimo e autobiográfico de Tati Bernardi lançado em 2016. Nele, a autora conta sua experiência com o pânico e ansiedade.
Duda Batista, Romulo Arantes Neto, Evandro Mesquita, Cristina Pereira, Debora Lamm e Beatriz Oblasser também fazem parte do elenco. O filme tem produção de Mariza Leão (Morena Filmes) e coprodução da Globo Filmes e Miravista.
Depois a Louca Sou Eu está nos cinemas do Brasil. A classificação é 16 anos.
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