O filme estreia nesta quinta, 14, e traz Chay Suede como Erasmo Carlos e Gabriel Leone como Roberto Carlos
Paulo Cavalcanti Publicado em 14/02/2019, às 11h02 - Atualizado às 11h10
Quando estava no auge, Roberto Carlos estrelou três filmes, todos eles dirigidos por Roberto
Farias: Roberto Carlos em Ritmo de Aventura (1968); Roberto Carlos e o Diamante
Cor-de-Rosa (1970, com Erasmo Carlos e Wanderléa) e Roberto Carlos a 300 Quilômetros por
Hora (1971, também ao lado de Erasmo).
Agora Lui Farias, filho de Roberto Farias, vem com Minha Fama de Mau, cinebiografia de Erasmo Carlos, amigo de fé e irmão camarada do eterno Rei. Até parece um spin-off moderno e anabolizado dos filmes dirigidos há décadas atrás pelo Farias pai.
+ ENTREVISTA: Como Chay Suede recriou Erasmo Carlos no filme Minha Fama de Mau sem imitá-lo
Erasmo Carlos tem hoje 77 anos e está em plena atividade – em 2018, lançou o bem
recebido Amor é Isso e estrelou o filme Paraíso Perdido. Então ainda existe um grande
interesse em saber mais pelo eterno Tremendão. Erasmo é uma figura boa praça, generosa,
um cara eternamente batalhador. Naturalmente, este é o tom benigno aplicado a Minha Fama
de Mau, que é baseado na autobiografia que o cantor lançou em 2012.
O recorte do filme vai dos tempos em que ele era um adolescente sem perspectiva no bairro
carioca da Tijuca, passeia pelo auge dele na Jovem Guarda e encerra nos inicio dos anos 1970,
quando já não era mais um ídolo adolescente e procurava se achar como músico e ser
humano. O arco narrativo construído pelo diretor também reforça os laços de amizade de
Erasmo com Roberto Carlos.
No geral, o filme tem um ritmo frenético e bem humorado, usando alguns elementos da
cultura pop que o compositor tanto gostava, como histórias em quadrinhos e filmes de faroeste.
A recriação de época é caprichada e bem cuidada. Mas assim como aconteceu recentemente
com Bohemian Rhapsody, cinebiografia de Freddie Mercury, o filme tem uma linha do tempo
esquizofrênica. Fatos e acontecimentos saltam fora de ordem e muitas vezes sem muita lógica. Ao mesmo tempo que isso vai irritar os puristas, pelo menos serve para afinar a narrativa.
O começo do longa vai pela linha da comédia. Erasmo Carlos ( interpretado por Chay Suede) é um garoto suburbano sem nenhum dinheiro e com apenas uma coisa na cabeça: aprender a tocar violão e cantar. A maior paixão na vida dele é o emergente rock and roll. Na tentativa de triunfar, ele cai na rede de picaretagens de Carlos Imperial (Bruno de Luca) e também se mete em encrencas ao lado dos amigos atrapalhados do bairro onde vive.
Um deles é Tião, ou, se preferirem, Tim Maia. O jovem Vinicius Alexandre, em sua breve aparição como o soulman, rouba a cena. É desbocado, sabichão, mas também é melancólico e sensível.
Fisicamente, Chay Suede não se parece nem um pouco com Erasmo, mas consegue
replicar o vigor, a determinação e a modéstia do eterno Tremendão. Gabriel Leone vive
Roberto Carlos e se sai muito bem, fugindo da caricatura óbvia. A química dele com Suede é
contagiante. Malu Rodrigues dá vida a Wanderléa servindo como um ponto de equilíbrio entre o impetuoso Erasmo e o mais reservado Roberto.
Em alguma parte do filme, os atores cantam com suas próprias vozes, o que dá autenticidade à produção. A trilha sonora, que sai pela Universal Music, está recheada de hits da época da Jovem Guarda.
A melhor coisa sobre Minha Fama de Mau é o didatismo. As novas gerações, que não sabem
muito a respeito da Jovem Guarda e dos seus ídolos, terão ter um bom ponto de partida aqui. E, certamente, aqueles que viveram as chamadas “jovens tardes de domingo”, quando o
programa era exibido pela TV Record, irão suspirar com a envolvente nostalgia que permeia o longa.
Assim, nunca é tarde para recordar as canções clássicas de Roberto e Erasmo, e ouvir
novamente as gírias da época. O final das contas, Minha Fama de Mau se apresenta como uma excelente Sessão da Tarde.
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