Segundo colunista, líder do Capital Inicial pretende dar os itens à mãe e à irmã do finado vocalista do Legião Urbana
Redação Publicado em 05/04/2018, às 16h11 - Atualizado às 16h35
Uma espécie de bazar organizado pelo único filho de Renato Russo, Giuliano Manfredini, com objetos pessoais deixados pelo cantor, tem gerado muita polêmica nos últimos dias. A mais recente novidade é que Dinho Ouro Preto, líder do Capital Inicial, demonstrou interesse em comprar todos os itens e entregá-los à mãe e à irmã do finado vocalista do Legião Urbana.
A informação foi dada nesta quinta, 5, pela colunista da Folha de S.Paulo, Mônica Bergamo. Segundo ela, Ouro Preto procurou o Retiro dos Artistas, entidade para a qual Giuliano doou os objetos de Renato Russo, para fazer a proposta. “A gente ficaria em uma situação muito ruim se abrisse um bazar já com tudo vendido. Estou me sentindo em um fogo cruzado”, disse à coluna Cida Cabral, diretora do retiro, que também informa que deve recusar a oferta do cantor do Capital Inicial.
(Capa) Capital Inicial: Os Sobreviventes
O evento beneficente já havia sofrido as críticas depois que Carmen Manfredini, irmã de Russo, divulgou uma carta aberta dizendo que a atitude de Giuliano gerou uma tristeza muito grande entre os familiares. “Esses objetos, ou seja, todo o seu acervo cultural e artístico, foi guardado com muito esmero e carinho pelo seu pai, Renato Manfredini, minha mãe e por mim desde a sua morte em 1996”, diz o texto, que acusa Giuliano de querer “se livrar” de tais patrimônios.
Depois, em entrevista à rádio 89FM de São Paulo, o filho de Renato Russo esclareceu que os itens são “reminiscências de artigos pessoais do dia a dia do Renato”, como roupas, pijamas, mobília, cabeceira. “Essas coisas que não pertencem ao patrimônio artístico/cultural dele”, acrescentou. “Para a causa do Retiro dos Artistas, têm valor muito grande, para eles cuidarem dos artistas velhinhos.”
Ainda esta semana, o Retiro dos Artistas respondeu a carta de Carmen, esclarecendo que, desde o primeiro momento em que Giuliano entrou em contato com a instituição, “foi decidido que o ideal seria fazer um bazar beneficente”, e não um leilão. A entidade lamenta que, após 100 anos de atividade, tenham “sofrido uma exposição desnecessária e imprudente como em nenhum momento de sua valorosa e altruísta história, por meio da irresponsável ‘carta aberta’, que tinha somente o objetivo de confundir a opinião pública.”
Sobre o valor e a importância dos pertences que farão parte do catálogo, o Retiro também aproveitou para rebater as críticas de Carmen, afirmando, no comunicado, que Giuliano deixou claro que “todo o legado artístico e intelectual do Renato Russo encontra-se no MIS de São Paulo (Museu da Imagem e do Som), totalizando mais de 3.000 itens”. Eles não fazem parte, portanto, dos objetos que serão colocados à venda.
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